Nem forno nem fogão
Deloonix surpreende com requintados
pratos à base de vegetais crus
Arnaldo Lorençato
Fotos Mario Rodrigues | ues |
| Lasanha de abobrinha (à esq.) e buquê de nori (à dir.): bons de ver e de comer | |
Se havia dúvidas quanto à possibilidade de existir uma culinária vegetariana cheia de requintes, elas se dissiparam com a abertura do Deloonix. Um terço do cardápio dessa nova casa dos Jardins é dedicado à raw food, ou crudivorismo, cujo princípio está em não cozinhar os alimentos. A tendência vem dos Estados Unidos, trazida pelo chef consultor Rafael Rosa, amazonense diplomado pelo Living Light Culinary Arts Institute, na Califórnia. O cardápio foi montado em parceria com o maranhense Júnior Belém, titular da cozinha, que trabalhou no restaurante catalão El Racó de Can Fabes, detentor de três estrelas no guia Michelin. Belém tem ainda a colaboração de Fred Frank, dono de um bufê com seu nome.
Para preparar os vegetais, em sua maioria orgânicos, o cozinheiro não usa forno nem fogão. Quando necessitam de um pouco de calor, os ingredientes vão para um desidratador à temperatura máxima de 42 graus. As receitas encantam o paladar. Sugeridas de entrada, as folhas de ora-pro-nóbis, muito usadas nos pratos mineiros, recebem uma cobertura de cheddar de pequi, uma das variações do chamado queijo vegetal, feito com diferentes frutas e castanhas passadas numa espécie de processador de alta potência. Salpicadas de castanha de caju picante, ficam apetitosas e custam R$ 18,00. Ainda que conste na lista de pratos principais, o buquê de nori (R$ 27,00) seria mais indicado como salada. Trata-se de um cone de alga pincelado com queijo de avelã e recheado de brotos de feijão e de alfafa, abacate, manga, cenoura, pepino e rúcula, enfeitado com flores comestíveis. De sabor excepcional, a lasanha de abobrinha (R$ 32,00) ganha camadas da hortaliça marinadas em azeite e intercaladas por queijo de caju, shiitake, rúcula e molho de tomate fresco e seco.
Até as sobremesas incluem atrações cruas, caso do delicioso abacaxi laminado recheado de queijo de caju em calda de laranja (R$ 14,00). Sem radicalismos, o menu abre espaço para pescados preparados à maneira convencional, a exemplo do robalo aromatizado em sálvia com pupunha (R$ 45,00). Da boa carta de vinhos, vale investir no rosé italiano Montepulciano d'Abruzzo Cerasuolo 2001 (R$ 45,00).
Fonte: Veja
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