Medicina Ortomolecular
Por : Daiane Cristina Guerra e Paula Maria dos Santos
O que é a Dieta ou Terapia Ortomolecular?
O termo ORTOMOLECULAR vem do grego ORTHOS que significa normal, direito, correto, e a denominação Medicina Ortomolecular foi proposta por LINUS PAULING, (Prêmio Nobel de Química em 1954 e da Paz em 1962), conhecido mundialmente por seus trabalhos e pela ênfase com que recomenda o uso diário de vitaminas (principalmente a vitamina C) e minerais.
O objetivo da Terapia (Medicina) Ortomolecular é compreender as inter-relações que ocorrem ao nível bioquímico do organismo e assim poder atuar em conformidade com esses próprios mecanismos, harmonizando de maneira global a bioquímica de células, órgãos e sistemas. O reequilíbrio é feito por meio da correção dos mecanismos moleculares fisiológicos (normais), suprindo o organismo com os elementos adequados para essa reordenação, cabendo o papel principal às vitaminas e aos minerais.
Segundo os conceitos da terapia, reeducação alimentar não é suficiente, pois nem sempre o paciente consegue absorver todas as substâncias presentes nos alimentos. “Existem pessoas que não conseguem absorver o cálcio do leite e do queijo, por exemplo. Nesses casos, é preciso buscar outra fonte da substância”, acredita o médico Dr. Marcos Natividade, membro da Sociedade Brasileira de Medicina Biomolecular e Radicais Livres.
Histórico
A Terapia ortomolecular data do início da década de 1950 quando alguns psiquiatras começaram a adicionar doses altas de nutrientes aos seus tratamentos de problemas mentais graves. A substância original era a vitamina B3 (ácido nicotínico ou nicotinamida) e a terapia era denominada "terapia de megavitamina". Mais tarde o regime do tratamento foi expandido para incluir outras vitaminas, minerais, hormônios e dietas, qualquer uma delas pode ser combinada com a terapia medicamentosa convencional e com os tratamentos de eletrochoque. Atualmente cerca de uma centena de médicos norte-americanos usam esta abordagem para tratar uma variedade de distúrbios, tanto mentais como físico
Em que se baseia?
Uma das bases da Terapia Ortomolecular é o combate aos radicais livres (RL), que são quaisquer átomos, moléculas ou íons que possuam um ou mais elétrons livres na sua órbita externa. Estes elétrons têm grande instabilidade química e, mesmo tendo meia vida de frações de segundos, são altamente reativos com qualquer composto próximo, a fim de retirar deste o elétron necessário para sua estabilização, produzindo reações de dano celular em cadeia, e sendo assim chamado de oxidantes.
Embora existam os RL de íons metálicos e de carbono, os principais são os de OXIGÊNIO.
Podemos entender a formação de Radicais Livres pelo nosso organismo em condições normais, pois são necessários no processo de respiração celular que ocorre nas mitocôndrias, a fim de gerar o ATP. Estes também podem ser produzidos pelos macrófagos e neutrófilos contra bactérias e fungos invasores do nosso organismo.
O efeito prejudicial dos RL ocorre quando estão em quantidade excessiva, ultrapassando a capacidade de neutralização dos sistemas enzimáticos do organismo.
Como são neutralizados os RL?
Existem dois sistemas naturais de eliminação de Radicais Livres, que são os chamados “Varredores” (scavengers) de RL, que atuam eliminando-os ou então impedindo sua transformação em produtos mais tóxicos. Esses sistemas podem ser divididos em Enzimáticos e em Não Enzimáticos.
Os sistemas enzimáticos são compostos pelas seguintes enzimas: Glutation-Peroxidase, Catalase, Metionina-Redutase e Superóxido-Dismutase, os quais combatem os seguintes RL: Peróxido de Hidrogênio, Superóxido, Oxigênio Singlet, Ion Hidroxila, Oxido Nítrico e Oxido Nitroso.
Os Antioxidantes Não Enzimáticos, em sua maioria são exógenos, ou seja, necessitam ser absorvidos pela alimentação diária, ou como complementos nutricionais. Os principais podem ser divididos em: Vitamina A, Vitamina E, Beta-caroteno, Vitamina C, Vitaminas do complexo B, os oligoelementos (Zinco, Cobre, Selênio, Magnésio), os bioflavonóides (derivados de plantas).
Terapia Ortomolecular
Investigar deficiências nutricionais do organismo, assim como detectar a presença de metais tóxicos no corpo (que podem ser a causa de determinadas doenças), é o início da terapia ortomolecular. Isto pode ser feito através do Teste do Cabelo (também chamado Mineralograma), que além disso, identifica se há excesso ou carência dos oligoelementos (minerais).
A dosagem de RL pode ser feita por meio de métodos baseados na espectometria de ressonância eletrônica de “spin” e ressonância paramagnética eletrônica, dosagem de MDA (malondialdeído), e métodos indiretos como o HLB, pelo qual numa gota de sangue verifica-se, com auxílio de um microscópio o efeito dos radicais livres na matriz extracelular (agregados proteoglicanos, colágeno, elastina, fibrina), fragmentando-a e produzindo lacunas que serão maiores quanto maior for a quantidade de RL presente.
Os benefícios atribuídos à terapia pelos médicos e adeptos incluem a perda de peso, melhora da pele, dos cabelos e das unhas e ainda as vantagens com relação às dietas de caráter restritivo, que geralmente causam sensações de fome, fraqueza ou irritabilidade. Isso porque muitas vezes associa-se o uso de remédios fitoterápicos na receita. Há fórmulas para aumentar a saciedade ou diminuir o desejo por tipos de alimentos. “O composto garcínia, por exemplo, ajuda a reduzir a compulsão por doces”, garante a médica Sylvana Braga, de São Paulo, que emprega o tratamento.
Como a dieta ortomolecular atua no organismo? (Segundo os médicos que a adotam)
* A pele fica viçosa, cabelo e unhas mais fortes. O benefício é atribuído às vitaminas A,E e do complexo B.
* Ajuda a prevenir problemas cardíacos ao restringir a ingestão de carne vermelha, rica em gorduras saturadas e também ao restringir frituras, que aumentam o nível de colesterol sanguíneo.
* O intestino funciona melhor porque a dieta é rica em cereais integrais, frutas e fibras.
* Promove perda de peso devido às refeições pouco calóricas, mas ricas em nutrientes essenciais para o organismo.
* Promove diminuição do cansaço e do estresse por meio da reposição de vitaminas, minerais e aminoácidos.
* Combate o envelhecimento precoce devido ao consumo de alimentos ricos em antioxidantes, substâncias que atuam contra a degeneração celular.
* Alivia a retenção de líquidos ao equilibrar a quantidade de potássio, fósforo e sódio com refeições balanceadas e o consumo de pílulas contendo esses minerais.
A dieta ortomolecular não é milagrosa
Como em qualquer dieta, é preciso disciplina e dedicação. “Os resultados são muito bons, mas dependem muito da pessoa. Não é um tratamento milagroso, o paciente ideal é aquele que já se alimenta adequadamente, pratica exercícios físicos, mas não consegue emagrecer”, acredita Dr. Marcos Natividade.
A perda de peso acontece graças à reeducação alimentar e ao equilíbrio nutricional promovido pelos suplementos. “Esse equilíbrio soluciona problemas como estresse, retenção de líquido, TPM e depressão, que muitas vezes são a causa do excesso de peso”, diz o especialista.
Os médicos que empregam a dieta dizem que o tempo de tratamento nos casos de emagrecimento varia conforme o estado físico do paciente, mas em casos de pessoas não-obesas, três a quatro meses são suficientes para uma boa perda de peso.
O ponto central da terapia ortomolecular é a busca pelo bem-estar, pela prevenção de doenças. “A função da ortomolecular não é a de combater doenças, mas sim de fortalecer o organismo, para que ele tenha melhores condições de reagir contra males que o acometem. Desta forma, colabora para a melhora dos mais diversos problemas como diabetes, depressão, obesidade, falta de memória, câncer, intoxicações, doenças reumáticas e cardiovasculares”, afirma Dr. Marcos Natividade.
Críticas à Medicina Ortomolecular
A medicina ortomolecular não é reconhecida como especialidade. A resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) 1.499/98, proíbe aos médicos a utilização de práticas terapêuticas não reconhecidas pela comunidade científica, bem como a vinculação de médicos a anúncios referentes a tais métodos e práticas.
Em reportagem publicada, dia 22 de outubro de 2004, no jornal Diário de São Paulo, o colunista Prof. Dr. Joel Rennó Júnior (Doutor em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina da USP. Coordenador do Pró-Mulher-Projeto de Atenção à Saúde Mental da Mulher-Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP) faz severas críticas à prática da Medicina Ortomolecular:
“Essa dieta não apresenta nada de novo. Os profissionais recomendam reeducação alimentar, ou seja, comer várias vezes ao dia porções pequenas e pouco calóricas, dando-se preferência a verduras, legumes, frutas e carnes brancas, além dos cereais integrais. Outras interessantes e “inéditas” informações referem-se à restrição de doces, carne vermelha e frituras, além das atividades físicas. Alguma novidade, caros leitores?
Supondo haver uma ingestão insuficiente de vitaminas, sais minerais e proteínas, os ortomoleculares lançam fórmulas com tais complexos, sugerindo que as células precisam de mais energia para o perfeito funcionamento do organismo. Alegam que tal método aumenta a qualidade de vida. Será que pessoas jovens, com alimentação saudável, realmente necessitam de tais complementações?
Esses médicos do regime ortomolecular, observando que grande parte dos seus pacientes obesos são ansiosos ou deprimidos, lançam mão de fórmulas “mágicas” contendo, provavelmente, antidepressivos e ansiolíticos — de forma aleatória —, e alguns, infelizmente, até sem avisar seus pacientes sobre tais recursos terapêuticos. Outros, justificando-se pela necessidade de aderência terapêutica, ainda mantêm os velhos inibidores de apetite no início do tratamento.
Outro fato relevante é que tal método, além de dispendioso, pelo valor das consultas e fórmulas, não possui qualquer comprovação científica. Reitero, aqui, a minha opinião: o Conselho Federal de Medicina deveria exigir maiores explicações de tais profissionais, alguns, infelizmente, beirando o charlatanismo e um marketing grotesco. É ético divulgar tratamentos médicos com exposição pública de pacientes?
Hoje, quando a beleza é perseguida, de forma incessante e até obsessiva, tal dieta tem o único benefício de engordar o bolso de certos ortomoleculares “diet”. Sai mais barato buscar uma orientação com um nutrólogo ou nutricionista e investir na mudança de hábitos de vida, como a prática regular de exercícios. A parte psicológica, tão importante em obesos, também é negligenciada por ortomoleculares especializados em dietas.
Referências
Sites:
* www.portalmedico.org.br
* www.laleva.com.br
* www.asu.com.br
* www.istoe.com.br
* www.diariosp.com.br
O que é a Dieta ou Terapia Ortomolecular?
O termo ORTOMOLECULAR vem do grego ORTHOS que significa normal, direito, correto, e a denominação Medicina Ortomolecular foi proposta por LINUS PAULING, (Prêmio Nobel de Química em 1954 e da Paz em 1962), conhecido mundialmente por seus trabalhos e pela ênfase com que recomenda o uso diário de vitaminas (principalmente a vitamina C) e minerais.
O objetivo da Terapia (Medicina) Ortomolecular é compreender as inter-relações que ocorrem ao nível bioquímico do organismo e assim poder atuar em conformidade com esses próprios mecanismos, harmonizando de maneira global a bioquímica de células, órgãos e sistemas. O reequilíbrio é feito por meio da correção dos mecanismos moleculares fisiológicos (normais), suprindo o organismo com os elementos adequados para essa reordenação, cabendo o papel principal às vitaminas e aos minerais.
Segundo os conceitos da terapia, reeducação alimentar não é suficiente, pois nem sempre o paciente consegue absorver todas as substâncias presentes nos alimentos. “Existem pessoas que não conseguem absorver o cálcio do leite e do queijo, por exemplo. Nesses casos, é preciso buscar outra fonte da substância”, acredita o médico Dr. Marcos Natividade, membro da Sociedade Brasileira de Medicina Biomolecular e Radicais Livres.
Histórico
A Terapia ortomolecular data do início da década de 1950 quando alguns psiquiatras começaram a adicionar doses altas de nutrientes aos seus tratamentos de problemas mentais graves. A substância original era a vitamina B3 (ácido nicotínico ou nicotinamida) e a terapia era denominada "terapia de megavitamina". Mais tarde o regime do tratamento foi expandido para incluir outras vitaminas, minerais, hormônios e dietas, qualquer uma delas pode ser combinada com a terapia medicamentosa convencional e com os tratamentos de eletrochoque. Atualmente cerca de uma centena de médicos norte-americanos usam esta abordagem para tratar uma variedade de distúrbios, tanto mentais como físico
Em que se baseia?
Uma das bases da Terapia Ortomolecular é o combate aos radicais livres (RL), que são quaisquer átomos, moléculas ou íons que possuam um ou mais elétrons livres na sua órbita externa. Estes elétrons têm grande instabilidade química e, mesmo tendo meia vida de frações de segundos, são altamente reativos com qualquer composto próximo, a fim de retirar deste o elétron necessário para sua estabilização, produzindo reações de dano celular em cadeia, e sendo assim chamado de oxidantes.
Embora existam os RL de íons metálicos e de carbono, os principais são os de OXIGÊNIO.
Podemos entender a formação de Radicais Livres pelo nosso organismo em condições normais, pois são necessários no processo de respiração celular que ocorre nas mitocôndrias, a fim de gerar o ATP. Estes também podem ser produzidos pelos macrófagos e neutrófilos contra bactérias e fungos invasores do nosso organismo.
O efeito prejudicial dos RL ocorre quando estão em quantidade excessiva, ultrapassando a capacidade de neutralização dos sistemas enzimáticos do organismo.
Como são neutralizados os RL?
Existem dois sistemas naturais de eliminação de Radicais Livres, que são os chamados “Varredores” (scavengers) de RL, que atuam eliminando-os ou então impedindo sua transformação em produtos mais tóxicos. Esses sistemas podem ser divididos em Enzimáticos e em Não Enzimáticos.
Os sistemas enzimáticos são compostos pelas seguintes enzimas: Glutation-Peroxidase, Catalase, Metionina-Redutase e Superóxido-Dismutase, os quais combatem os seguintes RL: Peróxido de Hidrogênio, Superóxido, Oxigênio Singlet, Ion Hidroxila, Oxido Nítrico e Oxido Nitroso.
Os Antioxidantes Não Enzimáticos, em sua maioria são exógenos, ou seja, necessitam ser absorvidos pela alimentação diária, ou como complementos nutricionais. Os principais podem ser divididos em: Vitamina A, Vitamina E, Beta-caroteno, Vitamina C, Vitaminas do complexo B, os oligoelementos (Zinco, Cobre, Selênio, Magnésio), os bioflavonóides (derivados de plantas).
Terapia Ortomolecular
Investigar deficiências nutricionais do organismo, assim como detectar a presença de metais tóxicos no corpo (que podem ser a causa de determinadas doenças), é o início da terapia ortomolecular. Isto pode ser feito através do Teste do Cabelo (também chamado Mineralograma), que além disso, identifica se há excesso ou carência dos oligoelementos (minerais).
A dosagem de RL pode ser feita por meio de métodos baseados na espectometria de ressonância eletrônica de “spin” e ressonância paramagnética eletrônica, dosagem de MDA (malondialdeído), e métodos indiretos como o HLB, pelo qual numa gota de sangue verifica-se, com auxílio de um microscópio o efeito dos radicais livres na matriz extracelular (agregados proteoglicanos, colágeno, elastina, fibrina), fragmentando-a e produzindo lacunas que serão maiores quanto maior for a quantidade de RL presente.
Os benefícios atribuídos à terapia pelos médicos e adeptos incluem a perda de peso, melhora da pele, dos cabelos e das unhas e ainda as vantagens com relação às dietas de caráter restritivo, que geralmente causam sensações de fome, fraqueza ou irritabilidade. Isso porque muitas vezes associa-se o uso de remédios fitoterápicos na receita. Há fórmulas para aumentar a saciedade ou diminuir o desejo por tipos de alimentos. “O composto garcínia, por exemplo, ajuda a reduzir a compulsão por doces”, garante a médica Sylvana Braga, de São Paulo, que emprega o tratamento.
Como a dieta ortomolecular atua no organismo? (Segundo os médicos que a adotam)
* A pele fica viçosa, cabelo e unhas mais fortes. O benefício é atribuído às vitaminas A,E e do complexo B.
* Ajuda a prevenir problemas cardíacos ao restringir a ingestão de carne vermelha, rica em gorduras saturadas e também ao restringir frituras, que aumentam o nível de colesterol sanguíneo.
* O intestino funciona melhor porque a dieta é rica em cereais integrais, frutas e fibras.
* Promove perda de peso devido às refeições pouco calóricas, mas ricas em nutrientes essenciais para o organismo.
* Promove diminuição do cansaço e do estresse por meio da reposição de vitaminas, minerais e aminoácidos.
* Combate o envelhecimento precoce devido ao consumo de alimentos ricos em antioxidantes, substâncias que atuam contra a degeneração celular.
* Alivia a retenção de líquidos ao equilibrar a quantidade de potássio, fósforo e sódio com refeições balanceadas e o consumo de pílulas contendo esses minerais.
A dieta ortomolecular não é milagrosa
Como em qualquer dieta, é preciso disciplina e dedicação. “Os resultados são muito bons, mas dependem muito da pessoa. Não é um tratamento milagroso, o paciente ideal é aquele que já se alimenta adequadamente, pratica exercícios físicos, mas não consegue emagrecer”, acredita Dr. Marcos Natividade.
A perda de peso acontece graças à reeducação alimentar e ao equilíbrio nutricional promovido pelos suplementos. “Esse equilíbrio soluciona problemas como estresse, retenção de líquido, TPM e depressão, que muitas vezes são a causa do excesso de peso”, diz o especialista.
Os médicos que empregam a dieta dizem que o tempo de tratamento nos casos de emagrecimento varia conforme o estado físico do paciente, mas em casos de pessoas não-obesas, três a quatro meses são suficientes para uma boa perda de peso.
O ponto central da terapia ortomolecular é a busca pelo bem-estar, pela prevenção de doenças. “A função da ortomolecular não é a de combater doenças, mas sim de fortalecer o organismo, para que ele tenha melhores condições de reagir contra males que o acometem. Desta forma, colabora para a melhora dos mais diversos problemas como diabetes, depressão, obesidade, falta de memória, câncer, intoxicações, doenças reumáticas e cardiovasculares”, afirma Dr. Marcos Natividade.
Críticas à Medicina Ortomolecular
A medicina ortomolecular não é reconhecida como especialidade. A resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) 1.499/98, proíbe aos médicos a utilização de práticas terapêuticas não reconhecidas pela comunidade científica, bem como a vinculação de médicos a anúncios referentes a tais métodos e práticas.
Em reportagem publicada, dia 22 de outubro de 2004, no jornal Diário de São Paulo, o colunista Prof. Dr. Joel Rennó Júnior (Doutor em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina da USP. Coordenador do Pró-Mulher-Projeto de Atenção à Saúde Mental da Mulher-Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP) faz severas críticas à prática da Medicina Ortomolecular:
“Essa dieta não apresenta nada de novo. Os profissionais recomendam reeducação alimentar, ou seja, comer várias vezes ao dia porções pequenas e pouco calóricas, dando-se preferência a verduras, legumes, frutas e carnes brancas, além dos cereais integrais. Outras interessantes e “inéditas” informações referem-se à restrição de doces, carne vermelha e frituras, além das atividades físicas. Alguma novidade, caros leitores?
Supondo haver uma ingestão insuficiente de vitaminas, sais minerais e proteínas, os ortomoleculares lançam fórmulas com tais complexos, sugerindo que as células precisam de mais energia para o perfeito funcionamento do organismo. Alegam que tal método aumenta a qualidade de vida. Será que pessoas jovens, com alimentação saudável, realmente necessitam de tais complementações?
Esses médicos do regime ortomolecular, observando que grande parte dos seus pacientes obesos são ansiosos ou deprimidos, lançam mão de fórmulas “mágicas” contendo, provavelmente, antidepressivos e ansiolíticos — de forma aleatória —, e alguns, infelizmente, até sem avisar seus pacientes sobre tais recursos terapêuticos. Outros, justificando-se pela necessidade de aderência terapêutica, ainda mantêm os velhos inibidores de apetite no início do tratamento.
Outro fato relevante é que tal método, além de dispendioso, pelo valor das consultas e fórmulas, não possui qualquer comprovação científica. Reitero, aqui, a minha opinião: o Conselho Federal de Medicina deveria exigir maiores explicações de tais profissionais, alguns, infelizmente, beirando o charlatanismo e um marketing grotesco. É ético divulgar tratamentos médicos com exposição pública de pacientes?
Hoje, quando a beleza é perseguida, de forma incessante e até obsessiva, tal dieta tem o único benefício de engordar o bolso de certos ortomoleculares “diet”. Sai mais barato buscar uma orientação com um nutrólogo ou nutricionista e investir na mudança de hábitos de vida, como a prática regular de exercícios. A parte psicológica, tão importante em obesos, também é negligenciada por ortomoleculares especializados em dietas.
Referências
Sites:
* www.portalmedico.org.br
* www.laleva.com.br
* www.asu.com.br
* www.istoe.com.br
* www.diariosp.com.br
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