Aumento de mortes de obesas grávidas preocupa britânicos

Grávida
Gravidez pode provocar hipertensão e reetnção de líquidos
A obesidade é a causa de morte de mulheres durante a gravidez ou o parto que mais cresce na Grã-Bretanha, segundo um estudo encomendado pelo governo.

Mais de metade das 295 mulheres que morreram durante ou após a gravidez, entre 2003 e 2005, estavam acima do peso ou eram obesas.

Especialistas afirmam que o número de mortes – de um total de 2 milhões de mulheres que morreram no período – é baixo, mas é uma tendência preocupante.

O relatório da Investigação Confidencial sobre Morte de Mães (CEMACH, na sigla em inglês) pede maior apoio e aconselhamento às mulheres obesas, antes e durante a gravidez.

A diretora da investigação e principal conselheira do governo sobre maternidade, Gwyneth Lewis, disse que os dados indicam que dar à luz é bastante seguro no Reino Unido.

Mas ela afirmou que a crescente evidência ligando a obesidade a maiores riscos durante o parto são preocupantes.

Problema significativo

Os dados sugerem que estar um pouco acima do peso durante a gravidez não apresenta maiores riscos, mas a obesidade é um problema significativo.

Quinze por cento das mães que morreram eram obesas mórbidas (com índice de massa corporal superior a 40) ou super obesas (IMC igual ou maior a 50).

O índice de massa corporal é calculado dividindo-se o peso (em quilos) pela altura ao quadrado (em centímetros), e é usado como padrão internacional para calcular níveis de obesidade. Até 25, o peso é considerado normal.

Lewis afirma que “mulheres obesas grávidas sofrem, provavelmente, quatro ou cinco vezes maior risco de morte do que uma mulher com seu peso normal – e a proporção é a mesma para os bebês (filhos de mães obesas)”.

Ela está preocupada porque muitas mulheres não estão cientes dos riscos ligados à obesidade.

O Reino Unido, no entanto, tem uma das menores taxas de mortalidade maternal do mundo, com sete mortes a cada 100 mil gestações.

No Brasil, esta taxa foi estimada em 260 a cada 100 mil gestações no ano 2000, segundo a Organização Mundial de Saúde. Nos Estados Unidos ela é de 14 mortes a cada 100 mil gestações, e na França, 18.

Mas a taxa de mortes parou de cair na Grã-Bretanha. Com a previsão de aumento dos níveis de obesidade, especialistas afirmam que é vital informar as mulheres sobre os riscos, para que elas tentem atingir um peso saudável antes de tentar engravidar.

Segundo o relatório, o excesso de peso não só põe em risco a saúde da mulher, mas também pode mascarar sintomas e causar problemas logísticos.

Em um dos casos, os médicos demoraram a perceber que uma grávida sofria risco de um ataque epiléptico, porque não conseguiram colocar o medidor de pressão em volta do braço dela.

Novo equipamento

No hospital Queen Elizabeth, os obstetras já estão identificando uma mudança nas clínicas e salas de parto.

A médica Helene Brandon disse que cerca de um terço das grávidas que se consultam no hospital são obesas, e que em um ano, eles recebem várias pacientes com IMC acima de 50, na categoria de super obesas.

A maternidade do hospital teve que comprar uma nova mesa de operação com capacidade para suportar até 254 kg.

A mesa é usada regularmente, já que metade das grávidas obesas acaba sofrendo uma cesariana.

Na operação, o obstetra normalmente precisa de um assistente extra só para ajudar a lidar com o volume do corpo da paciente.

Brandon disse ainda que as pacientes obesas sofrem mais riscos de desenvolver certas complicações.

“As mais comuns são pressão perigosamente alta e doenças cardíacas, como angina, que podem causar um ataque cardíaco durante a gravidez. E pacientes obesas têm tendência maior a hemorragia”, disse a médica.


Fonte: BBC Brasil

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