Plantas perderão capacidade de absorver CO2 até 2100, diz estudo

Londres, 25 jul (EFE).- Os níveis de ozônio superficial, que se acumula na camada mais baixa da atmosfera, aumentarão até 2100, dificultando o crescimento das plantas e reduzindo sua capacidade de absorver dióxido de carbono (CO2).
Esta é a conclusão de um relatório publicado esta semana na revista científica britânica “Nature”. O estudo foi elaborado por pesquisadores que trabalham em diversas instituições científicas do Reino Unido, como a Universidade de Exeter, no sul da Inglaterra.

O documento adverte que a concentração do ozônio superficial, também chamado troposférico, disparou nas últimas décadas e, por enquanto, não apresenta sinais de que vai parar de aumentar.

Este ozônio troposférico é diferente do que forma a camada de ozônio que preserva a Terra das radiações ultravioletas, segundo os pesquisadores. Os estudiosos afirmam que o aumento em sua quantidade é causado, em parte, pelas emissões poluentes da indústria e pelo aumento do uso de veículos.

Os pesquisadores acreditam, ainda, que a situação não melhorará, já que o excesso de CO2 na atmosfera obstrui os poros das plantas que absorvem o ozônio troposférico, em um círculo vicioso.

De acordo com os cientistas, as emissões associadas às queimadas de florestas e à queima de combustíveis fósseis, que liberam CO2 para a atmosfera, “aproximadamente dobrou a concentração de ozônio troposférico”, que deve aumentar ainda mais nos próximos anos.

O quadro tem conseqüências sobre o processo de aquecimento global.

O fato de as plantas não serem capazes de absorver nem o ozônio, nem o CO2 da atmosfera - um dos responsáveis pela intensificação do efeito estufa e, conseqüentemente, pela elevação das temperaturas -, será muito mais determinante para o aquecimento da Terra que a maior concentração desses gases, afirmam os pesquisadores.

Neste sentido, a evolução do clima do planeta durante o século XXI dependerá, em grande parte, do ritmo com que as plantas forem capazes de absorver o CO2, concluem os cientistas. EFE lj-mcs is/ma

Fonte: [ Último Segundo ]

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