Defenda-se com pau d’arco

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Utilizado pelos povos da América do Sul, o pau d’arco é conhecido pelas suas propriedades anti-inflamatórias e antibacterianas.

Originária da floresta amazónica e de outras regiões tropicais, esta árvore chega a atingir os 30 metros de altura e o seu tronco pode medir na base cerca de dois a três metros de diâmetro. O género Tabebuia engloba cerca de 100 espécies e, apesar de muitas serem utilizadas medicinalmente, a espécie Tabebuia impetiginosa tem qualidade superior. O pau d'arco é conhecido e utilizado há centenas de anos pelas tribos indígenas da Amazónia, para diferentes situações, como a malária, anemia, colites, problemas respiratórios, gripes, infecções fúngicas, febre, artrite e reumatismo, mordeduras de cobras, má circulação, sífilis e cancro.

Na América do Sul, a medicina tradicional classifica-o como um bom adstringente, anti-inflamatório, anti-bacteriano, anti-fúngico e laxativo; é usado para tratar úlceras, sífilis, infecções urinárias, psoríase, problemas gastro-intestinais, candidíases, cancro, diabetes e alergias. Na América do Norte e Europa, é utilizado como analgésico, antioxidante, anti-parasitário, anti-microbiano, anti-fúngico, anti-viral, anti-bacteriano, anti-inflamatório e anti-cancerígeno. Em Portugal, o pau d'arco é consumido em chás, comprimidos, extractos e é tido como um protector contra o cancro e para o bem-estar físico.

Poderoso agente anti-cancerígeno e anti-inflamatório

O pau d'arco é muito rico em quinonas, compostos benzénicos e flavonóides. Além destes compostos, podemos ainda encontrar óleos essenciais (0,55%-1,50%) e alcalóides (tecomina).

Nos anos 60 os estudos realizados in vitro e in vivo com extractos da madeira interior, assim como da casca de pau d'arco, revelaram que estes possuíam uma marcada acção anti-tumoral em animais. A descoberta despertou o interesse do National Institute of Cancer (INC), que se dedicou ao estudo da planta.

Por volta de 1968, uma investigação veio demonstrar que este composto apresentava actividade anti-cancerígena em tumores de ratos. Seguida de outras que apresentaram estudos sobre a sua acção anti-microbiana e anti-inflamatória.

No que respeita à actividade anti-viral, a acção conjunta das hidroxi-naftoquinonas demonstraram ser activas contra vários vírus da gripe. Enquanto que a beta-lapachona evidenciou alguma actividade anti-retrovírica relacionada com patologias como a SIDA.

Outros estudos demonstraram ainda que esta planta possui uma acção anticoagulante in vitro, e que a tecomina possui actividade hipoglicemiante e hipotensora. Inúmeras propriedades estão ainda a ser estudadas com resultados positivos, nomeadamente no caso da psoríase.

Contra-indicações e Preparação

Apesar de bem tolerado nas doses recomendadas, e dos casos de toxicidade estarem mais associados à utilização isolada de compostos desta planta, ela não deve ser utilizada durante a gravidez. Doentes a tomar anticoagulantes também não devem consumir pau d'arco sem consultar o médico.

No que respeita às formas de utilização, é conveniente fazer sempre uma correcta preparação desta planta. Um pau d'arco de qualidade deve possuir uma média de 4% de lapachol, ou seja cerca de 40 mg por grama de planta. Ela só tem real valor medicinal quando, além da planta ser de qualidade, a sua preparação é apresentada sob a forma de decocção, extracto fluido ou tintura. Embora solúveis em água, as naftoquinonas são melhor dissolvidas em álcool e devem apresentar-se numa proporção de 1 a 2% em qualquer formulação de pau d'arco.

Fonte: Revista Performance 23/1/2006





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