Micróbios intestinais podem ser factor de obesidade
Bactérias intestinais podem influenciar obesidade ao reterem maiores quantidades de calorias. Cientistas apresentam dados na Nature que demonstram a existência de bactérias ‘gordas’ e ‘magras’ nos intestinos humanos.
Pensar na obesidade como uma doença contagiosa influenciada por bactérias ‘obesas’ pode ser assustador, mas ao mesmo tempo aliciante. Isto porque, caso se identifique as causas específicas daquela que é já considerada a epidemia do século XXI, a obesidade, poder-se-á encontrar intervenções terapêuticas mais eficazes.
Em traços muito gerais, esta é a conclusão de um estudo desenvolvido por cientistas da Washington University School of Medicine, nos EUA, cujos resultados estão publicados na actual edição, 21 de Dezembro, da revista científica Nature.
Os cientistas norte-americanos indicam que bactérias benéficas existentes no intestino humano podem ser um dos possíveis factores da obesidade, no entanto, alertam que dificilmente estes micróbios são transmitidos entre os humanos. As bactérias em causa pertencem ao filo Firmicutes e ao filo Bacteroidetes e ambas existem no intestino juntamente com triliões de outros microrganismos, para ajudar a digerir os alimentos e a combater patogenes invasores.
Desde 2004 que Jeffrey Gordon, cientista envolvido no estudo, defende que a grande mistura de organismos existentes no intestino humano pode ajudar a regular o peso, mas só agora o cientista, em conjunto com a sua equipa, conseguiu apresentar dados que o demonstrem.
Os especialistas realizaram dois estudos, ambos publicados na Nature. Num dos estudos os especialistas analisaram as fezes de 12 voluntários humanos obesos e de cinco magros, para identificar quais as bactérias que estão presentes em maior quantidade nos indivíduos obesos e nos magros. De seguida colocaram as pessoas obesas numa dieta de um ano, até perderem 25% do seu peso inicial, para poderem comparar a quantidade de bactérias nas duas diferentes fases.
«Dois grupos de uma bactéria benéfica são dominantes nos intestinos humanos, os Bacteroidetes e os Firmicutes», escrevem os cientistas no artigo da Nature e adiantam que, «aqui mostramos que a proporção relativa de Bacteroidetes diminuiu nas pessoas obesas em comparação com as pessoas magras e que essa proporção aumenta com a perda de peso em dois tipos de dietas pobre em calorias».
Neste primeiro estudo os cientistas concluíram que existe uma relação entre a perda de peso e a quantidade de bactérias existente nos intestinos, no entanto, no segundo estudo demonstrou que o reverso também se verifica, ou seja, que a presença dos microrganismos pode ou não potenciar a obesidade.
No segundo estudo, os cientistas retiraram Bacteroidetes e Firmicutes do intestino de ratos obesos geneticamente modificados, os quais foram depois inseridos nos intestinos de ratos que cresceram numa gaiola estéril e, por isso, não continham quaisquer micróbios nos intestinos.
Segundo os dados dos especialistas, ao fim de duas semanas, os ratos que foram submetidos às bactérias ‘obesas’ ganharam quase o dobro de peso, comparativamente com aqueles submetidos às bactérias ‘magras’.
No artigo da Nature, os cientistas escrevem que, «os nossos resultados indicam que o microbioma (genoma da flora microbiana intestinal) obeso tem uma capacidade aumentada para recolher energia a partir da dieta. Para além disso, este traço é transmissível: a colonização de ratos sem germes com uma ‘microbiota obesa’ resulta num aumento significativamente maior na gordura total do corpo, que a colonização com uma ’microbiota magra’. Estes resultados identificam a microbiota intestinal como um factor adicional de contribuição para a patofisiologia da obesidade».
Apesar de estes serem dados aliciantes em termos científicos e médicos, os investigadores adiantam que os resultados são preliminares e são necessários mais dados que confirmem que as bactérias podem ser um dos potenciais factores da obesidade.
Pensar na obesidade como uma doença contagiosa influenciada por bactérias ‘obesas’ pode ser assustador, mas ao mesmo tempo aliciante. Isto porque, caso se identifique as causas específicas daquela que é já considerada a epidemia do século XXI, a obesidade, poder-se-á encontrar intervenções terapêuticas mais eficazes.
Em traços muito gerais, esta é a conclusão de um estudo desenvolvido por cientistas da Washington University School of Medicine, nos EUA, cujos resultados estão publicados na actual edição, 21 de Dezembro, da revista científica Nature.
Os cientistas norte-americanos indicam que bactérias benéficas existentes no intestino humano podem ser um dos possíveis factores da obesidade, no entanto, alertam que dificilmente estes micróbios são transmitidos entre os humanos. As bactérias em causa pertencem ao filo Firmicutes e ao filo Bacteroidetes e ambas existem no intestino juntamente com triliões de outros microrganismos, para ajudar a digerir os alimentos e a combater patogenes invasores.
Desde 2004 que Jeffrey Gordon, cientista envolvido no estudo, defende que a grande mistura de organismos existentes no intestino humano pode ajudar a regular o peso, mas só agora o cientista, em conjunto com a sua equipa, conseguiu apresentar dados que o demonstrem.
Os especialistas realizaram dois estudos, ambos publicados na Nature. Num dos estudos os especialistas analisaram as fezes de 12 voluntários humanos obesos e de cinco magros, para identificar quais as bactérias que estão presentes em maior quantidade nos indivíduos obesos e nos magros. De seguida colocaram as pessoas obesas numa dieta de um ano, até perderem 25% do seu peso inicial, para poderem comparar a quantidade de bactérias nas duas diferentes fases.
«Dois grupos de uma bactéria benéfica são dominantes nos intestinos humanos, os Bacteroidetes e os Firmicutes», escrevem os cientistas no artigo da Nature e adiantam que, «aqui mostramos que a proporção relativa de Bacteroidetes diminuiu nas pessoas obesas em comparação com as pessoas magras e que essa proporção aumenta com a perda de peso em dois tipos de dietas pobre em calorias».
Neste primeiro estudo os cientistas concluíram que existe uma relação entre a perda de peso e a quantidade de bactérias existente nos intestinos, no entanto, no segundo estudo demonstrou que o reverso também se verifica, ou seja, que a presença dos microrganismos pode ou não potenciar a obesidade.
No segundo estudo, os cientistas retiraram Bacteroidetes e Firmicutes do intestino de ratos obesos geneticamente modificados, os quais foram depois inseridos nos intestinos de ratos que cresceram numa gaiola estéril e, por isso, não continham quaisquer micróbios nos intestinos.
Segundo os dados dos especialistas, ao fim de duas semanas, os ratos que foram submetidos às bactérias ‘obesas’ ganharam quase o dobro de peso, comparativamente com aqueles submetidos às bactérias ‘magras’.
No artigo da Nature, os cientistas escrevem que, «os nossos resultados indicam que o microbioma (genoma da flora microbiana intestinal) obeso tem uma capacidade aumentada para recolher energia a partir da dieta. Para além disso, este traço é transmissível: a colonização de ratos sem germes com uma ‘microbiota obesa’ resulta num aumento significativamente maior na gordura total do corpo, que a colonização com uma ’microbiota magra’. Estes resultados identificam a microbiota intestinal como um factor adicional de contribuição para a patofisiologia da obesidade».
Apesar de estes serem dados aliciantes em termos científicos e médicos, os investigadores adiantam que os resultados são preliminares e são necessários mais dados que confirmem que as bactérias podem ser um dos potenciais factores da obesidade.
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