Horta caseira
Imagine um espaço de 10 m2. Parece pouco? Pois essa é a área necessária para que uma pessoa se torne auto-suficiente na produção de verduras e legumes.
Bancar o agricultor e cultivar alfaces, berinjelas e mesmo frutas na varanda do apartamento ou no jardim de casa é uma atividade que recebeu um novo impulso com o aumento do interesse pelos produtos orgânicos, que são produzidos sem agrotóxicos, mas ainda custam bem mais que os alimentos plantados de forma tradicional.
A tendência pode ser percebida em entidades como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que tem desenvolvido cursos de Hortas em Pequenos Espaços, com grande procura nos grandes centros.
Podemos começar plantando no quintal ou em vasos: manjericão, cebolinha, hortelã, tomate-cereja, romã, mexerica e pimenta. Nem todos têm tempo para isto, mas pode ser até uma terapia além de fugir dos agrotóxicos principalmente no cultivo de plantas como morango, tomate e a batatinha, que costumam receber uma quantidade muito grande de defensivos agrícolas no cultivo tradicional; é possível produzir inseticida com folhas de melão-de-são-caetano e composto orgânico com lixo caseiro
Quem planta para comercializar tem pressa e coloca nutrientes em excesso para que cresça rapidamente. Já entre os orgânicos que são vendidos nos mercados, que muitos colhem a planta quando ela ainda está muito jovem. Quando se cultiva em casa, o sabor é completamente diferente, bem mais concentrado
A cerejeira e a romãzeira produzem bem quando cultivadas em vasos , mas alguns tipos de jabuticabeira podem demorar dez anos para dar frutos. Nem tudo são flores, porém, no cultivo caseiro. Os produtos, embora geralmente sejam mais fibrosos e com sabor mais acentuado que o dos convencionais, também podem sofrer uma diminuição de tamanho de até 20%. A planta fica menor do que as cultivadas de forma convencional pois não recebe adubo químico, que faz a planta crescer mais rápido. Uma alface cresce entre 20 e 30 dias, com adubo químico. Numa plantação orgânica, cresce mais lentamente, a folha fica mais bem estruturada, o que acentua o sabor. O tomate não vai ficar redondinho como o da feira.
O fato de serem criadas em ambiente urbano não impede a proliferação de pragas, como o fungo, o pulgão e a cochonilha. Para combater fungos, uma solução caseira é misturar de 50 ml a 200 ml de leite em um litro de água e pulverizar a mistura na planta. Já para acabar com pulgões e cochonilhas, é possível usar um inseticida caseiro misturando água e fumo-de-corda. Porém esta fórmula acaba afetando todos os tipos de insetos, como joaninhas, que são predadoras naturais do pulgão.
É preciso descobrir por que a planta está suscetível a ataques desse tipo. Joaninhas, formigas e lagartas só se instalam no vegetal em busca de aminoácidos livres, que as plantas liberam quando estão com carência nutricional. Uma forma caseira de suprir essas necessidades é por meio de um composto orgânico, que pode ser feito com os restos do lixo caseiro, como cascas de frutas, ossos e cascas de ovos.
Alguns resíduos, como o sabugo de milho e as cascas de amendoim e de nozes, são ricos em nitrogênio um componente importante para o crescimento das plantas-, mas têm uma decomposição lenta, por isso, devem ser bem picadas ao serem integradas ao composto. Já cinzas têm uma boa concentração de potássio.
As plantas atraem borboletas, pássaros além de oferecer os frutos. Esse contato com a natureza faz muito bem para todos. Mudas de acerola, pitanga, romã, laranja kinkan plantadas em vasos grandes, de até 50 cm de profundidade, chegam a cerca de 1,5 metro de altura. Os bonsais, que ocupam bem menos espaço, também rendem bons frutos, mas demandam alguns cuidados especiais e quando for feita adubação foliar (quando o produto é aplicado nas folhas), não é recomendável comer os frutos.
Fonte: Magali Rogge Mugnaini Abrão - nutricionista
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