Explosão durante a idade do gelo devastou América
Uma controversa nova ideia sugere que um grande meteorito explodiu sobre a América do Norte há cerca de 13 mil anos. A explosão pode ter dizimado uma das primeiras culturas americanas da Idade da Pedra, bem como os grandes mamíferos do continente, como o mamute e o mastodonte.
A explosão, devida a um cometa ou a um asteróide, causou uma vaga importante de arrefecimento climático que também deve ter afectado as culturas humanas que estavam a emergir na Europa e na Ásia.
A teoria vai ser apresentada pela primeira vez esta semana, numa conferência a decorrer no México.
As evidências vêm de camadas de sedimentos em mais de 20 localizações por toda a América do Norte.
Os sedimentos contêm materiais exóticos, como minúsculas esférulas de vidro e carbono, fragmentos ultra-pequenos de diamante (vulgarmente conhecidos por nanodiamantes) e o raro elemento químico irídio, em quantidade demasiado elevada para ter origem terrestre.
Tudo isto, argumentam os investigadores, aponta para uma explosão há 12900 anos de um objecto extraterrestre com um tamanho máximo de 5 Km de diâmetro.
Não resta nenhuma cratera, possivelmente devido à camada de gelo Laurentídea, que cobriu milhares de quilómetros quadrados da América do Norte durante a última idade do gelo e que era suficientemente espessa para disfarçar o impacto.
Outra possibilidade é que a explosão tenha ocorrido em pleno ar.
As rochas estudadas pelos investigadores apresentam uma camada negra que, argumentam eles, é carvão depositado pelos fogos florestais que varreram o continente após a explosão.
A explosão teria não só gerado enorme quantidade de calor, que teria criado fogos florestais, mas também teria originado um período de arrefecimento climático que durou mil anos, um acontecimento conhecido por Younger Dryas.
James Kennett, da Universidade da Califórnia em Santa Barbara (UCSB), diz que a explosão pode ser a culpada pela extinção de vários dos grandes mamíferos norte americanos no final da última idade do gelo.
"Todos os elefantes, incluindo o mastodonte e o mamute, todas as preguiças terrestres, incluindo a preguiça gigante terrestre tão grande como um mamute, todos os cavalos, todos os camelos desapareceram, bem como os grandes carnívoros como o tigre dente-de-sabre e um urso gigante chamado urso de focinho curto."
Kennett considera que estas extinções teriam tido um impacto enorme nas populações humanas.
De acordo com a visão tradicional, os humanos atravessaram do nordeste asiático para a América no final da última idade do gelo, através de uma ponte de terra que unia, na época, a Sibéria ao Alaska.
O Povo Clovis foi uma das primeiras culturas conhecidas do continente. Estes eficientes caçadores-recolectores desenvolveram uma cabeça de seta característica, conhecida por ponta de Clovis, que é considerada uma das ferramentas de pedra mais sofisticadas alguma vez desenvolvidas.
Arqueólogos descobriram evidências na escavação Topper na Carolina do Sul, de que as populações Clovis sofreram um colapso do efectivo populacional mas não existem evidências de um declínio semelhante noutras partes do continente. A cultura Clovis desaparece do registo arqueológico abruptamente mas é substituída por uma miríade de diferentes culturas locais caçadoras-recolectoras.
Jeff Severinghaus, paleoclimatologista da Scripps Institution of Oceanography na Califórnia, comenta: "A teoria do impacto que eles propõem não pode ser posta de lado, merece um olhar mais atento e mais investigação."
De acordo com a nova ideia, o cometa teria causado um degelo generalizado da camada de gelo que cobria a América do Norte e as águas teriam escorrido para o Atlântico, alterando o percurso das correntes.
Isso, dizem eles, podia ter causado os mil anos de arrefecimento de Younger Dryas, que também afectou a Ásia e a Europa. A Younger Dryas tem sido associada por alguns investigadores a alterações nos padrões de vida das pessoas que viviam no Médio Oriente, levando ao início da agricultura.
TunguskaA forte explosão que ocorreu perto do rio Tunguska, na Sibéria em 1908, também se pensa que tenha sido causada por um meteorito que explodiu na atmosfera e destruiu 80 milhões de árvores numa área de 2 mil quilómetros quadrados.
A nova teoria vai ser apresentada e debatida pela primeira vez no Encontro Conjunto das Associações Geofísicas Americanas, que decorrerá em Acapulco, México, esta semana.
A explosão, devida a um cometa ou a um asteróide, causou uma vaga importante de arrefecimento climático que também deve ter afectado as culturas humanas que estavam a emergir na Europa e na Ásia.
A teoria vai ser apresentada pela primeira vez esta semana, numa conferência a decorrer no México.
As evidências vêm de camadas de sedimentos em mais de 20 localizações por toda a América do Norte.
Os sedimentos contêm materiais exóticos, como minúsculas esférulas de vidro e carbono, fragmentos ultra-pequenos de diamante (vulgarmente conhecidos por nanodiamantes) e o raro elemento químico irídio, em quantidade demasiado elevada para ter origem terrestre.
Tudo isto, argumentam os investigadores, aponta para uma explosão há 12900 anos de um objecto extraterrestre com um tamanho máximo de 5 Km de diâmetro.
Não resta nenhuma cratera, possivelmente devido à camada de gelo Laurentídea, que cobriu milhares de quilómetros quadrados da América do Norte durante a última idade do gelo e que era suficientemente espessa para disfarçar o impacto.
Outra possibilidade é que a explosão tenha ocorrido em pleno ar.
As rochas estudadas pelos investigadores apresentam uma camada negra que, argumentam eles, é carvão depositado pelos fogos florestais que varreram o continente após a explosão.
A explosão teria não só gerado enorme quantidade de calor, que teria criado fogos florestais, mas também teria originado um período de arrefecimento climático que durou mil anos, um acontecimento conhecido por Younger Dryas.
James Kennett, da Universidade da Califórnia em Santa Barbara (UCSB), diz que a explosão pode ser a culpada pela extinção de vários dos grandes mamíferos norte americanos no final da última idade do gelo.
"Todos os elefantes, incluindo o mastodonte e o mamute, todas as preguiças terrestres, incluindo a preguiça gigante terrestre tão grande como um mamute, todos os cavalos, todos os camelos desapareceram, bem como os grandes carnívoros como o tigre dente-de-sabre e um urso gigante chamado urso de focinho curto."
Kennett considera que estas extinções teriam tido um impacto enorme nas populações humanas.
De acordo com a visão tradicional, os humanos atravessaram do nordeste asiático para a América no final da última idade do gelo, através de uma ponte de terra que unia, na época, a Sibéria ao Alaska.
O Povo Clovis foi uma das primeiras culturas conhecidas do continente. Estes eficientes caçadores-recolectores desenvolveram uma cabeça de seta característica, conhecida por ponta de Clovis, que é considerada uma das ferramentas de pedra mais sofisticadas alguma vez desenvolvidas.
Arqueólogos descobriram evidências na escavação Topper na Carolina do Sul, de que as populações Clovis sofreram um colapso do efectivo populacional mas não existem evidências de um declínio semelhante noutras partes do continente. A cultura Clovis desaparece do registo arqueológico abruptamente mas é substituída por uma miríade de diferentes culturas locais caçadoras-recolectoras.
Jeff Severinghaus, paleoclimatologista da Scripps Institution of Oceanography na Califórnia, comenta: "A teoria do impacto que eles propõem não pode ser posta de lado, merece um olhar mais atento e mais investigação."
De acordo com a nova ideia, o cometa teria causado um degelo generalizado da camada de gelo que cobria a América do Norte e as águas teriam escorrido para o Atlântico, alterando o percurso das correntes.
Isso, dizem eles, podia ter causado os mil anos de arrefecimento de Younger Dryas, que também afectou a Ásia e a Europa. A Younger Dryas tem sido associada por alguns investigadores a alterações nos padrões de vida das pessoas que viviam no Médio Oriente, levando ao início da agricultura.
TunguskaA forte explosão que ocorreu perto do rio Tunguska, na Sibéria em 1908, também se pensa que tenha sido causada por um meteorito que explodiu na atmosfera e destruiu 80 milhões de árvores numa área de 2 mil quilómetros quadrados.
A nova teoria vai ser apresentada e debatida pela primeira vez no Encontro Conjunto das Associações Geofísicas Americanas, que decorrerá em Acapulco, México, esta semana.
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