Arroz com proteínas humanas vai ser plantado no Kansas
NOTA: Esta noticia é prestada a titulo informativo - não concordamos com alterações genéticas de plantas...
Arroz geneticamente modificado para expressar proteínas encontradas no leite humano vai ser plantado no Kansas. A autorização para a plantação surgiu a 16 de Maio e foi emitida pelo Departamento de Agricultura americano (USDA).
Certamente não é a primeira cultura modificada para produzir proteínas farmacêuticas a receber autorização para avançar nos Estados Unidos ou no resto do mundo (veja Turning plants into protein factories) mas esta é uma das primeiras a conter genes que produzem proteínas humanas. Muitas outras culturas geneticamente modificadas são cultivadas em estufas ou são plantas não utilizadas na alimentação, como o tabaco.
As variedades de arroz modificado, produzidas pela Ventria Bioscience de Sacramento, Califórnia, produzem lisozima, lactoferrina e albumina do soro humano nas sementes. Todos os três compostos são vulgarmente encontradas no leite humano e têm propriedades antibacterianas, antivirais e antifúngicas (no caso das duas primeiras).
A Ventria refere que o seu objectivo é utilizar o arroz para criar bebidas que possam combater a diarreia e suplementos alimentares que ajudem a recuperar da anemia, situações que são responsáveis por milhões de mortes em crianças de todo o mundo.
Muitas outras barreiras reguladoras envolvendo outras agências terão que ser ultrapassadas antes dos produtos obtidos com este arroz puderem ser vendidos aos consumidores.
A cultura, que foi testada no Peru, recebeu a aprovação preliminar em Março e a USDA abriu agora a proposta ao comentário público. Dos mais de 20 mil comentários que receberam, apenas 29 foram positivos, apesar de muitos dos comentários negativos serem cartas pré-escritas por organizações.
No final, a USDA pensa que os receios de muitos de que o arroz escape para o ambiente ou que a quantidade de alimentos não seja suficiente não são fundamentados, graças aos muitos procedimentos preventivos propostos pela Ventria, onde se inclui o facto de planearem plantar o campo teste a mais de 480 Km de qualquer cultura comercial de arroz.
A autorização salienta que qualquer semente comida por animais não representará risco significativo e acrescenta que a possibilidade de um tornado ou outro evento climático extremo poder dispersar as sementes é baixa mas exigirá um plano de gestão de emergência. Um relatório de 2005 do Inspector Geral da USDA criticou a aprovação por parte da agência de culturas modificadas por ser demasiado facilitada mas a agência considera que os procedimentos melhoraram e que sempre foi mais cuidadosa relativamente a culturas produtoras de produtos farmacêuticos. Em 2006, um ano típico segundo o especialista em relações públicas da USDA Rachel Iadicicco, a agência recebeu 14 pedidos para plantações no exterior de culturas que expressam compostos farmacêuticos ou industriais. Dos 14, 10 foram concedidos, 3 estão pendentes e um foi retirado. Alguns destes produziram plantações ainda em 2006, outros já em 2007. A agência exige uma nova autorização todos os anos.
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