Época de furacões de 2007 pode ser avassaladora

Cientistas americanos revelaram a sua última previsão para a quantidade de furacões que se pode esperar este Verão no Atlântico e a previsão tem um sério alerta: não deixem que a relativa calma do ano passado vos conduza a uma falso sentimento de segurança.

"Para 2007, estamos a prever uma alta probabilidade de uma época de furacões acima da média", diz Gerry Bell, principal meteorologista de furacões do Centro de Previsões Climáticas da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) em Camp Springs, Maryland.

A sua equipa prevê que ocorram entre 13 a 17 tempestades tropicais com direito a nome no Atlântico este ano. Dessas, sete a dez tornar-se-ão furacões, e cinco podem originar ventos de 178 Km/h ou mais violentos.

Os números são mais ou menos semelhantes às previsões apresentadas para 2006 mas o ano passado formaram-se menos furacões que os esperados. Esta situação deveu-se a um aumento brusco e tardio do efeito El Niño, uma subida da temperatura no Pacífico tropical que também afecta os padrões climáticos no Atlântico, impedindo a formação de furacões.

Este ano, no entanto, os meteorologistas esperam que o El Niño seja seguida pelo fenómeno semelhante conhecido por La Niña, que provoca arrefecimento do Pacífico tropical e que acentua a a formação dos furacões no Atlântico. Isso significa que as previsões podem ficar aquém uma outra vez.

Em 2005, um número recorde de furacões atlânticos atingiram os Estados Unidos e as Caraíbas, incluindo o devastador Katrina, e a incidência de furacões tem sido mais elevada desde meados dos anos 90. Nove das últimas 12 épocas tiveram actividade acima do normal.

Desde 1995, as condições de vento e água ao largo da costa oeste de África, onde os furacões atlânticos se formam, têm sido perfeitas para a formação de tempestades tropicais, explica Bel. As temperaturas oceânicas ao longo do seu percurso têm sido mais altas que o normal, fornecendo mais energia de que as tempestades se alimentam.

A previsão da NOAA para este ano é muito semelhante à produzida por outra equipa líder na previsão de furacões. Em Abril, investigadores da Universidade Estatal do Colorado em Fort Collins previram 17 tempestades com nome, com nove furacões e cinco furacões fortes.

Mais de metade da população dos Estados Unidos vive em zonas costeiras e a NOAA usa sua previsão anual de furacões para alertar os residentes para a necessidade de terem o adequado equipamento de emergência. "É um grande erro depender da sorte", diz Michael Chertoff, secretário do Departamento de Segurança Interna e que já esteve debaixo de fogo devido à resposta federal pouco eficaz após o desastre do Katrina em 2005.

Este ano o centro de furacões vai usar um novo sistema de modelação computadorizada para seguir as tempestades à medida que se formam. Baptizado Hurricane Weather and Research Forecast System (HWRF), tem vindo a ser testado juntamente com os modelos tradicionais nos últimos 3 anos, diz a líder do projecto Naomi Surgi.

A NOAA tenciona actualizar a sua previsão em Agosto, no máximo da estação dos furacões.

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