O que são enzimas?
Segundo o Dr. Edward Howell, “as enzimas são substancias que tornam a vida possível. São necessárias para todas as reacções químicas que ocorrem no corpo. Sem enzimas nenhuma actividade alguma vez aconteceria. Nem as vitaminas nem os minerais ou as hormonas conseguem fazer o seu trabalho – sem enzimas.”
Temos uma reserva de enzimas limitada o que nos leva a morrer quando os enzimas acabam.
Se comermos alimentos crus evitamos a destruição dos enzimas que a comida contem facilitando assim a digestão e evitando gastar as nossas próprias reservas.
Segundo ainda o Dr. Edward Howell, a falta de enzimas na comida cozida é ainda uma das razões maiores do envelhecimento e morte precoce. É ainda a causa subjacente da maior parte das doenças.
Se o nosso corpo está ocupado com a digestão de alimentos cozidos e a produção de enzimas para a saliva, suco gástrico, suco pancreático e sucos intestinais, então terá de diminuir a produção de enzimas para outros propósitos.
Quando isto acontece, então como pode o corpo produzir enzimas para o trabalho do cérebro, coração, rins, músculos e os outros órgãos e tecidos.
Esta falta de enzimas ocorre na maioria da população mundial dos países civilizados que se alimenta de comida cozida.
Segundo estudos científicos recolhidos ao longo de mais de 40 anos pelo Dr. Howell, “o homem é o que menos enzimas da digestão dos amidos tem no seu sangue, entre todas as criaturas. Também temos o maior índice destes enzimas na urina o que prova que estão a ser utilizados rapidamente”. Consequentemente cada vez que comemos farináceos (pão, bolos, etc.) estamos a diminuir o nosso tempo de vida.
Existe evidencia que mostra que esta baixa de enzimas não é devida a nenhuma peculiaridade da nossa espécie. Na realidade, deve-se ás largas quantidades de amidos cozidos que comemos.
Em adição, é evidente a indicação que a alimentação cozida, por conseguinte sem enzimas contribui para o crescimento patológico excessivo da glândula pituitária, que regula as outras glândulas. Além disso, há pesquisas que indicam que 100% dos indivíduos com mais de 50 anos que morrem de causas acidentais tem deficiências nas glândulas pituitárias.
Seguidamente, acredita-se que a deficiência de enzimas é a causa da maturação exagerada das crianças e adolescentes dos nossos dias .É também uma causa importante no excesso de peso de muitas crianças e adultos.
Muitas experiências com animais mostram que as dietas deficientes em enzimas produzem uma maturação mais rápida do que o normal. Os animais com uma dieta cozida são também mais pesados do que os seus equivalentes que comem cru.
Outra evidencia é que os agricultores usam batatas cozidas para engordar os seus porcos antes de os levarem para o mercado. Eles descobriram que os porcos comendo batata cozida engordavam mais rápido e economicamente do que porcos comendo batata crua.
Esta evidencia mostra a grande diferença entre calorias cozidas e calorias cruas. Na verdade na sua experiência de trabalho num sanatório, o Dr. Edward Howell, descobriu que era impossível engordar as pessoas comendo cru, independentemente da quantidade de calorias ingeridas.
A propósito, outro dos efeitos relacionados com a deficiência de enzimas é que o tamanho do cérebro diminui. Mais, a tiróide aumenta de volume, mesmo na presença do iodo.
Isto foi provado em várias espécies. Na realidade não foi comprovado em seres humanos mas a evidencia é muito sugestiva.
Isto foi provado em várias espécies. Na realidade não foi comprovado em seres humanos mas a evidencia é muito sugestiva.
Considera-se que o pâncreas humano é sobrecarregado com uma produção excessiva de enzimas comparado com qualquer outra criatura que se alimenta de comida crua. De facto, em proporção com o peso do corpo, o pâncreas humano é duas vezes mais pesado do que o de uma vaca.
Seres humanos que comem maioritariamente cozido, enquanto as vacas comem erva crua.
Depois, existe evidencia que ratos que comem cozido tem um pâncreas duas vezes maior do que ratos que comem cru.
Mais ainda, há provas de que o pâncreas humano é um dos mais pesados no reino animal, tendo em conta o peso corporal.
Este aumento de volume do pâncreas humano é tão perigoso – provavelmente ainda mais – do que o aumento de volume do coração, da tiróide etc.. A produção exagerada de enzimas é uma adaptação patológica a uma dieta de comida sem enzimas.
O pâncreas não é a única parte que produz exageradamente enzimas quando a alimentação é cozida. Por adição, existem as glândulas salivares, que produzem enzimas num grau nunca visto nos animais selvagens com a sua alimentação natural.
De facto, alguns animais numa dieta crua não tem qualquer tipo de enzimas na sua saliva. As vacas e as ovelhas produzem torrentes de saliva sem enzimas.
Os cães, por exemplo, também não segregam enzimas na sua saliva quando comem comida crua. No entanto, se lhe começar a alimentá-los com amidos cozidos, as suas glândulas salivares começarão a produzir amido-enzimas digestivos ao fim de 10 dias.
Mais ainda, há mais evidencia de que os enzimas na saliva representam uma situação patológica e não normal. Isto é algo que o Dr. Edward Howell demonstrou em laboratório.
Os enzimas na saliva só atacarão o amido quando este é cozido. Sendo assim, vemos que o corpo canaliza a sua limitada produção de enzimas para a saliva se de facto o tiver que fazer.
O Doutor Howell efectuou experiências em ratos em que um grupo comia carne crua e vegetais e sementes crus e o outro grupo comia o mesmo mas cozido. tentava assim ver qual dos grupos vivia mais tempo. Conclusão, ambos os grupos viviam praticamente o mesmo tempo o que surpreendeu o médico. Os ratos de ambos os grupos viveram cerca de 3 anos. Mais tarde o Dr. Howell descobriu a diferença.
Verificou que os ratos alimentados a comida cozida tinham comido as suas próprias fezes, as quais continham os enzimas excretados pelo seu corpo.
Todas as fezes, incluindo as dos seres humanos, contém os enzimas utilizados pelo corpo. Os ratos tinham reciclado os seus próprios enzimas para os usarem outra vez. Por isso viveram tanto tempo como os outros ratos a comer cru.
Na realidade a prática de comer fezes é praticamente universal entre todos os animais de laboratório. Se bem que estes animais recebam dietas cientificas contendo todas as vitaminas e minerais, instintivamente sabem que precisam de enzimas. Por isso, comem as suas próprias fezes.
De facto, os animais com dietas cientificas desenvolvem a maior parte das doenças crónicas e degenerativas comuns aos seres humanos, se os deixarem viver até ao fim das suas vidas. Isto prova que só vitaminas e minerais não são suficientes para manter a saúde.
Para o Dr. Howell a evidencia mais impressionante de que precisamos de enzimas na nossa alimentação ocorreu no seu trabalho de sanatório quando os seus doentes eram postos em jejuns curativos.
“Quando se jejua, há uma paragem imediata da produção de enzimas digestivos. Os enzimas da saliva, suco gástrico e pancreático diminuem e são raros. Durante o jejum, os enzimas do corpo estão livres para o trabalho de reparação e remoção de tecidos doentes. ”Disse.
Nos países considerados comem-se tamanhas quantidades de comida cozida que o sistema enzimático fica ocupado somente a digerir comida. Como resultado, o corpo tem falta de enzimas para manter os tecidos em boas condições.
A maior parte das pessoas que jejuam passam pelo que é chamado de uma crise curativa. Os pacientes podem sentir náuseas, vómitos e tonturas. O que se passa é que os enzimas estão a trabalhar para mudar a estrutura doente do organismo. Os enzimas atacam os tecidos patológicos e dividem as substancias indigestas e não processadas; e estas são depois evacuadas pelos intestinos, pelo vómito ou através da pele.
Vários nutricionistas dizem que os enzimas dos alimentos são destruídos pelos ácidos do estômago e porconseguinte de pouco ou nenhum valor.
O doutor Howell contrapõe que esses nutricionistas não prestam atenção a dois factores importantes.
Em primeiro lugar, quando se come, a secreção ácida do estômago ocorre minimamente pelo menos durante 30 minutos. Á medida que a comida atravessa o esófago, cai sobre a parte superior do estômago. Esta é chamada a secção cardíaca, uma vez que está próxima do coração.
O resto do estômago continua plana e fechada enquanto a parte cardíaca se abre para acomodar a comida. Durante o tempo que a comida fica nesta secção superior, pouco ácido ou enzimas são segregados pelo organismo. Os enzimas da própria comida começam a digerir a comida. Quanto mais desta auto digestão ocorre menos trabalho o organismo tem que realizar mais tarde.
Quando este período de 30 a 40 minutos passa, a parte inferior do estômago abre e o corpo começa a produzir ácido e enzimas. Até nesse momento os enzimas da comida não param até que o nível ácido se torne proibitivo. Como se pode comprovar os enzimas conseguem suportar ambientes muito mais vezes ácidos do que neutros.
Muitos animais tem até o que se pode chamar de compartimentos de pré digestão enzimática onde a comida se digere a si própria. É o caso de certos macacos e roedores com as suas bolsas nas bochechas, os buchos de muitas espécies de pássaros, e os primeiros estômagos de golfinhos, baleias, etc..
Quando os pássaros comem sementes ou grãos de cereais, estes ficam no bucho entre 8 a 12 horas. Nesta pausa, absorvem humidade e começam a germinar. Durante a germinação formam-se enzimas que tem o trabalho de digerir as sementes e grãos.
Os golfinhos as baleias tem um primeiro estômago que não segrega enzimas. As baleias, por exemplo, engolem grandes quantidades de alimentos sem a mastigarem. A comida decompõe-se e digere-se a si própria. Na pele dos peixes e de outras espécies marinhas que a baleia come existe um enzima, chamado catepsina, que decompõe o peixe uma vez morto, na realidade este enzima está presente em quase todas as criaturas.
Depois do alimento da baleia se tornar liquefeito a si próprio, passa por um pequeno canal para o segundo estômago da baleia.
Parece um mistério para os cientistas na baleia, como tanto alimento pode passar por um canal tão pequeno. Não tem ideia de que a auto digestão esteve em acção.
Questionado sobre o facto de a maioria da população comer cozido todos os dias e se poderíamos recuperar a falta de enzimas comendo ao mesmo tempo comida crua o Dr. Howell respondeu:
“Não. A comida cozida causa um desgaste tão grande na nossa reserva de enzimas que não se consegue recuperar comendo também comida crua.
Na realidade os vegetais e a fruta não são fontes concentradas de enzimas. Quando amadurecem os enzimas estão presentes para o amadurecimento. No entanto quando o amadurecimento acaba, o enzimas retiram-se para os caules e sementes.
Por exemplo quando certas companhias querem extrair enzimas da papaia , um fruto tropical, eles usam o sumo de papaia verde. A papaia madura por si não tem grande concentração de enzimas.”
Segundo o Dr. Howell as bananas, abacates e mangas são boas fontes de enzimas. Na generalidade, os frutos com um alto valor calórico são mais ricos em enzimas.
As nozes e as sementes contém inibidores de enzimas pelo que se devem demolhar. Estes inibidores de enzimas existem para protecção da semente. A natureza não quer que a semente germine prematuramente e perca sua vitalidade. Quer sim que as sementes germinem num solo suficientemente húmido para poderem crescer e continuar a espécie.
Desta forma, quando se comem sementes cruas ou nozes cruas, estamos a ingerir os inibidores de enzimas que neutralizam alguns dos enzimas que o organismo produz. Na realidade comer alimentos com inibidores de enzimas provoca um inchaço do pâncreas.
Todas as nozes e sementes contêm estes inibidores de enzimas. Amendoins crus, por exemplo tem uma quantidade especialmente grande. O gérmen de trigo cru também um dos piores ofensores. Em adição todas as ervilhas, feijões, e lentilhas contem alguns.
As batatas que são sementes também tem inibidores de enzimas.
Nos ovos que também são sementes, o inibidor existe basicamente na clara.
Como regra geral, os inibidores de enzimas estão confinados ás sementes dos alimentos. Por exemplo, os olhos das batatas. Os inibidores não estão presentes nas partes frescas das frutas ou nas folhas e caules dos vegetais.
Há duas formas de destruir os inibidores de enzimas. A primeira é cozer; no entanto assim também se destroem os enzimas. A segunda, que é preferível é a germinação. Assim destroem-se os inibidores de enzimas e também se aumenta o conteúdo de enzimas numa proporção de 3 para 6.
Alguns alimentos, como o feijão de soja, tem de ser bem cozidos para destruir os inibidores de enzimas. Por exemplo, muitas das farinhas de soja e pós no á venda não foram suficientemente aquecidos para destruir os inibidores.
A única solução para quem continua a comer alimentos cozidos é tomar suplementos de concentrado de enzimas de plantas.
Na ausência de contra-indicações, deve-se tomar entre uma a três cápsulas por refeição. É claro que se a sua refeição for só crua, não precisará de enzimas nessa refeição.
As cápsulas devem ser misturadas com a comida ou chupadas. Desta forma podem começar a trabalhar imediatamente. Acidentalmente, tomar enzimas extra é outra forma de neutralizar os inibidores de enzimas das nozes ou sementes não germinados.
O s concentrados de enzimas de plantas ou enzimas de fungos são melhores para pré-digestão da comida do que comprimidos de enzimas pancreáticos. Isto porque os enzimas de plantas conseguem actuar melhor em meios ácidos como o estômago, enquanto que os enzimas pancreáticos só trabalham no meio alcalino do intestino delgado.
Se os comprimidos tiverem um revestimento entérico, então não são apropriados, uma vez que só serão liberados depois de atravessar o estômago. Nesta altura é demasiado tarde para a pré-digestão da comida. Aqui o corpo já terá usado os seus enzimas para digerir a comida.
Uma alimentação deficiente em enzimas causa uma redução de 30% no tempo de vida. Assim sendo, poderíamos prolongar o nosso tempo de vida 20 ou mais anos.
Mesmo numa dieta de crus deve-se incluir enzimas pois o nosso corpo usa-as de tantas formas e assim poderemos manter a nossa reserva para situações de doença, situações extremas de temperatura e durante situações de exercício vigoroso. Conclui o Dr. Howell, que a titulo de curiosidade, já passou claramente dos 70 anos e continua a sentir-se como se tivesse 30, praticando ainda jogging todos os dias.
Tradução e adaptação de Luís Guerreiro
Comentários
E com relação ao tempo de germinação das sementes? A linhaça, por exemplo, germina mais rápido que o grão de trigo. Este tempo é suficiente para que a semente seja ingerida seca e possa germinar dentro do organismo?
Obrigado
Marcos
Não me consta que tenhamos nenhum mecanismo de germinação de sementes no organismo, antes pelo contrário as sementes secas normalmente inibem as nossas enzimas devida aos inibidores que possuem, podendo nos prejudicar - dai a recomendação de as germinar.
A linhaça segundo vários autores precisa de um tempo de germinação inferior a outras sementes ( aprox. 12 horas ou menos) mas mesmo assim deve ser colocada em água para germinar e depois deve tb ser lavada para retirar alguns dos factores anti-nutrientes presentes no liquido em que esteve de molho.