Aditivos e corantes alimentícios podem alterar comportamento infantil. Maiores prejudicados são crianças com até três anos, revela estudo no Reino Unido.
Segundo relatório publicado dia seis de setembro por The Lancet, uma das mais renomadas publicações da área médica do Reino Unido, revela que aditivos e corantes alimentícios têm efeito significativo no comportamento infantil, pelo menos até a metade da infância. O impacto é geral, os efeitos não se limitam, exclusivamente a crianças que já possuem quadro de hiperatividade. Estudo anterior mostrou que níveis de hiperatividade em crianças de três anos sofreram aumento significativo depois da ingestão de alimentos com uma mistura de aditivos, o que não foi observado em crianças mais velhas. Quando a hiperatividade em crianças aumenta, elas correm risco de enfrentar dificuldades no desenvolvimento educacional. Os efeitos adversos dos aditivos são nocivos às habilidades durante a vida escolar. Conservante alimentício é prejudicial à saúde infantil Jim Stevenson, da Universidade de Southampton, Inglaterra e colegas estudaram os efeitos dos aditivos em mudanças comportamentais de crianças. A experiência foi patrocinada pela Food Standands Agency (UK). O estudo foi realizado em 153 crianças com três anos, 144 entre oito e nove anos. Elas receberam dois tipos de bebida: uma contendo benzoato de sódio, misturada com mais um de dois aditivos, outra, bebida placebo. As misturas com aditivos e corantes continham: Mix A – os mesmos ingredientes usados no estudo anterior. Mix B – a média do que crianças de 3 anos e 8-9 anos consumiam usualmente na alimentação. Resultados importantes Os resultados que obtiveram revelam que Mix A teve um efeito significativamente adverso no comportamento de crianças com três anos de idade, em comparação ao grupo placebo; Mix B produziu resultados muito variados em crianças de 3 anos. Tanto Mix A quanto Mix B tiveram efeitos significativamente adversos em crianças com 8-9 anos, comparados aos da mesma faxia etária, que tomaram placebo; as crianças tiveram grandes variações nos níveis de efeitos adversos. Apesar do uso de corantes alimentícios não causar tanto impacto na hiperatividade infantil, o mesmo não pode ser dito a respeito do benzoato de sódio, responsável pelo efeito conservante nos alimentos. “As implicações do resultado dessas pesquisas para a regulamentação do uso de aditivos alimentícios pode ser substancial a partir de agora”, concluem os autores. Excesso de açúcar também é ameaça Dados preocupantes vêm de pesquisa no Reino Unido. O excesso de açúcar contido em alimentos está colocando em risco a saúde infantil. O alerta foi feito pela Faculty of Public Health (FPH), órgão governamental do Reino Unido que tem por objetivo monitorar e aumentar a saúde da população.
Com base nos elevados índices de obesidade infantil, a FPH está solicitando às indústrias alimentícias do Reino Unido para que reformulem seus produtos, no sentido de reduzir a quantidade de açúcar em sua composição. O excesso de açúcar pode causar obesidade, aumento da pressão arterial, diabetes, ataque cardíaco e derrame, além de problemas dentários. As crianças são alvo principal de atenção. Petiscos, lanches, bebidas muito açucaradas e o chamado “açúcar invisível”, embutido em grande parte dos alimentos, estão contribuindo para a obesidade infantil e um alto índice de cáries, especialmente em famílias mais pobres. Regulamentação é necessária Atualmente, não há regulamentação quanto aos níveis recomendados de consumo de açúcar por crianças, assim como já existe para a quantidade de sal. A preocupação é que o consumo de açúcar na dieta infantil ultrapassou o consumo feito por adultos. Estima-se que o risco de obesidade infantil aumenta em 60% para cada bebida extra açucarada que é consumida, diariamente. Presidente da FPH, Professor Alan Mayon Davis afirma que a maioria das pessoas não tem idéia da quantidade de açúcar que vem embutido em cereais e enlatados como grãos, vegetais, sopas e molhos. Ele sugere que a indústria alimentícia não só use rótulo especial para crianças, como se fosse um “semáforo”, para que elas possam entender melhor a composição dos alimentos, como também, reformular seus produtos cortando grande parte do açúcar existente. “Um bom trabalho já foi feito com o sal e a gordura, acreditamos que o açúcar, será o próximo passo”, complementa.
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