A Comissão Europeia autoriza a comercialização de OGM
Durão Barroso quer impor cultura de OGM na União Europeia
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, quer relançar o processo de autorização da cultura de dois organismos geneticamente modificados (OGM) considerados polémicos, muito rapidamente depois da entrada em funções da sua nova equipa na próxima semana.
Esta notícia foi confirmada à AFP por várias fontes europeias, afirma a agência noticiosa.
"A autorização da cultura de milho MON 810 e a batata Amflora é uma das suas prioridades", indicou uma fonte do interior da Comissão Europeia, sob a cobertura do anonimato.
"Ele quer avançar muito depressa para se desembaraçar deste problema que o afectou no seu primeiro mandato", confirmou um responsável europeu.
A primeira reunião da nova Comissão está agendada para dia 17 de Fevereiro, "mas a agenda de trabalhos está ainda em preparação", precisou a porta-voz da Comissão, Pia Ahrenkilde Hansen.
A multinacional Monsanto espera pela renovação da autorização de cultura do MON 810, único OGM que é actualmente cultivado dentro da União Europeia, enquanto a BASF batalha pela sua batata.
Com efeito, estão em jogo enormes interesses financeiros: a BASF estima entre 30 a 40 milhões de euros que poderão ter origem na Amflora, se a sua cultura for autorizada.
"Barroso não raciocina de outra forma que não seja em termos de mercados e de relações comerciais", sublinhou o responsável europeu. "Ele baseia-se em avisos científicos que dizem que os OGM não apresentam riscos para a saúde, mas não se preocupa com as possíveis consequências a longo termo para o Ambiente", lamentou a fonte do interior da Comissão Europeia.
A partida do grego Stavros Dimas, comissário do Ambiente que se opunha à cultura dos OGM, facilita a tarefa a Durão Barroso, que, no entanto, terá de considerar as reticências dos Estados. Seis países, entre os quais a França e a Alemanha, interditaram a cultura do MON 810 e onze Estados pediram autorização para interditar todas as culturas de OGM.
Barroso sofreu uma derrota política no ano passado quando 22 países votaram contra a sua proposta para levantar as interdições e os Governos europeus são actualmente muito reticentes à autorização para produtos OGM. Isto devido à oposição da opinião pública, inquieta com a possível toxicidade destes produtos.
DESPREZO DOS CIDADÃOS
A decisão da Comissão é enfraquecida pelo facto de que a independência da AESA está em questão: como foi revelado em janeiro a Associação Corporate Europe Observatory, director do Painel OGM da Agência, Suzy Reckens, deixou-o no início de 2008 para se juntar à empresa Syngenta, que produz GM. A SrªRecken validou os produtos que a Comissão pretende permitir.
Corinne Lepage, eurodeputada, "a Comissão emite um sinal terrível para os cidadãos europeus: quando há uma crescente desconfiança em relação aos OGMs, ela desprezou a sua opinião." A Srª Lepage apela também para estudos sobre os impactos na saúde dos OGM sejam" realizados de forma pública e transparente, que não foi o caso durante os ultimos dez anos."
A frança já está arecusar a plantação de batata segundo noticia do Le Monde.
Para o secretário nacional dos Verdes franceses, Duflot Cécile, a decisão da Comissão, que reabre o debate sobre as culturas de OGM na Europa, é "uma notícia muito ruim" e exortou o governo a não a aceitar. Ela disse que o perigo da comercialização de OGM é ainda maior do que ignorar as consequências que a sua utilização pode ter sobre o corpo.
"Existem sérias preocupações sobre um" gene da batata Amflora ", que é resistente aos antibióticos, disse o MP Verde alemão Martin Heusling. Na Áustria, o governo já disse que vai banir o produto.
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, quer relançar o processo de autorização da cultura de dois organismos geneticamente modificados (OGM) considerados polémicos, muito rapidamente depois da entrada em funções da sua nova equipa na próxima semana.
Esta notícia foi confirmada à AFP por várias fontes europeias, afirma a agência noticiosa.
"A autorização da cultura de milho MON 810 e a batata Amflora é uma das suas prioridades", indicou uma fonte do interior da Comissão Europeia, sob a cobertura do anonimato.
"Ele quer avançar muito depressa para se desembaraçar deste problema que o afectou no seu primeiro mandato", confirmou um responsável europeu.
A primeira reunião da nova Comissão está agendada para dia 17 de Fevereiro, "mas a agenda de trabalhos está ainda em preparação", precisou a porta-voz da Comissão, Pia Ahrenkilde Hansen.
A multinacional Monsanto espera pela renovação da autorização de cultura do MON 810, único OGM que é actualmente cultivado dentro da União Europeia, enquanto a BASF batalha pela sua batata.
Com efeito, estão em jogo enormes interesses financeiros: a BASF estima entre 30 a 40 milhões de euros que poderão ter origem na Amflora, se a sua cultura for autorizada.
"Barroso não raciocina de outra forma que não seja em termos de mercados e de relações comerciais", sublinhou o responsável europeu. "Ele baseia-se em avisos científicos que dizem que os OGM não apresentam riscos para a saúde, mas não se preocupa com as possíveis consequências a longo termo para o Ambiente", lamentou a fonte do interior da Comissão Europeia.
A partida do grego Stavros Dimas, comissário do Ambiente que se opunha à cultura dos OGM, facilita a tarefa a Durão Barroso, que, no entanto, terá de considerar as reticências dos Estados. Seis países, entre os quais a França e a Alemanha, interditaram a cultura do MON 810 e onze Estados pediram autorização para interditar todas as culturas de OGM.
Barroso sofreu uma derrota política no ano passado quando 22 países votaram contra a sua proposta para levantar as interdições e os Governos europeus são actualmente muito reticentes à autorização para produtos OGM. Isto devido à oposição da opinião pública, inquieta com a possível toxicidade destes produtos.
DESPREZO DOS CIDADÃOS
A decisão da Comissão é enfraquecida pelo facto de que a independência da AESA está em questão: como foi revelado em janeiro a Associação Corporate Europe Observatory, director do Painel OGM da Agência, Suzy Reckens, deixou-o no início de 2008 para se juntar à empresa Syngenta, que produz GM. A SrªRecken validou os produtos que a Comissão pretende permitir.
Corinne Lepage, eurodeputada, "a Comissão emite um sinal terrível para os cidadãos europeus: quando há uma crescente desconfiança em relação aos OGMs, ela desprezou a sua opinião." A Srª Lepage apela também para estudos sobre os impactos na saúde dos OGM sejam" realizados de forma pública e transparente, que não foi o caso durante os ultimos dez anos."
A frança já está arecusar a plantação de batata segundo noticia do Le Monde.
Para o secretário nacional dos Verdes franceses, Duflot Cécile, a decisão da Comissão, que reabre o debate sobre as culturas de OGM na Europa, é "uma notícia muito ruim" e exortou o governo a não a aceitar. Ela disse que o perigo da comercialização de OGM é ainda maior do que ignorar as consequências que a sua utilização pode ter sobre o corpo.
"Existem sérias preocupações sobre um" gene da batata Amflora ", que é resistente aos antibióticos, disse o MP Verde alemão Martin Heusling. Na Áustria, o governo já disse que vai banir o produto.
Na Itália, o Ministério da Agricultura também tomou parte. Não só nós não nos reconhecemos nesta decisão, mas também queremos reiterar que não vamos deixá-lo pôr em causa a soberania dos Estados-Membros nesta matéria " disse Luca Zaia.
A bióloga portuguesa Margarida Silva explica que já foi provado que a abundante quantidade de herbicidas usados em plantações transgênicas contamina os solos, e a diversidade de espécies também está em risco. Os críticos também dizem que os grãos geneticamente modificados desenvolvem imunidade, exigindo doses mais fortes de agroquímicos, prejudicando o meio ambiente e levando a uma uniformização das sementes, que terão cada vez mais as mesmas características. Também rebatem o argumento de que as plantações transgênicas, por sua grande produtividade, podem colaborar para elevar a produção de comida e acabar com a fome no mundo.
Margarida Silva recordou que Paris baseou sua decisão “num conjunto de 25 estudos científicos que apontam para a existência de riscos para o ambiente, a agricultura e a saúde humana quando é usada a variedade de milho geneticamente modificado”. Em Portugal, a especialista deu como exemplo a região de Alentejo, que compreende um terço dos 92 mil quilômetros quadrados do território nacional, onde “metade das propriedades abandonaram o cultivo de transgênico”.
Embora, “contrariando a lei, o Ministério da Agricultura insiste em não divulgar dados, o quadro português aponta para um ciclo de experimentação e posterior abandono dos cultivos transgênicos por uma quantidade significativa de produtores”, afirmou Margarida Silva.
Essa tendência “é conseqüência de um estudo da UE recentemente divulgado, em que de três regiões estudadas, o cultivo de milho transgênico não propiciava nenhuma vantagem econômica aos produtores de duas delas”, acrescentou.
A bióloga recordou que o experimento dos transgênicos na Península Ibérica esteve desde 2005 a cargo principalmente da Pioneer Hi-Bred International, a companhia de sementes do grupo norte-americano DuPont, e da empresa suíça Syngenta, “firmas com amplo histórico de contaminação da agricultura européia”. Além de Portugal, os experimentos destas multinacionais "já afetaram agricultores na Alemanha, Áustria, Croácia, Eslovênia, Espanha e Itália”, ressaltou Margarida Silva.
Quando França, Hungria e Polônia, principais produtores europeus de cereais, proíbem o cultivo de milho transgênico em seus territórios e a Alemanha está no caminho de fazer o mesmo, os países ibéricos deveriam seguir o mesmo rumo, recomendou a especialista.
>>>Enquanto isso, no Brasil, o algodão transgênico Liberty Link, da Bayer CropScience, foi liberado para o plantio. Um estudo científico aponta riscos da tecnologia usada no milho transgênico, também da Bayer, já aprovado.
Se os países ditos mais desenvolvidos estão abandonando os trangênicos, o Brasil não está avançando na contramão?<<< Missão Verde.
Fontes:
AFP
Le Monde
A bióloga portuguesa Margarida Silva explica que já foi provado que a abundante quantidade de herbicidas usados em plantações transgênicas contamina os solos, e a diversidade de espécies também está em risco. Os críticos também dizem que os grãos geneticamente modificados desenvolvem imunidade, exigindo doses mais fortes de agroquímicos, prejudicando o meio ambiente e levando a uma uniformização das sementes, que terão cada vez mais as mesmas características. Também rebatem o argumento de que as plantações transgênicas, por sua grande produtividade, podem colaborar para elevar a produção de comida e acabar com a fome no mundo.
Margarida Silva recordou que Paris baseou sua decisão “num conjunto de 25 estudos científicos que apontam para a existência de riscos para o ambiente, a agricultura e a saúde humana quando é usada a variedade de milho geneticamente modificado”. Em Portugal, a especialista deu como exemplo a região de Alentejo, que compreende um terço dos 92 mil quilômetros quadrados do território nacional, onde “metade das propriedades abandonaram o cultivo de transgênico”.
Embora, “contrariando a lei, o Ministério da Agricultura insiste em não divulgar dados, o quadro português aponta para um ciclo de experimentação e posterior abandono dos cultivos transgênicos por uma quantidade significativa de produtores”, afirmou Margarida Silva.
Essa tendência “é conseqüência de um estudo da UE recentemente divulgado, em que de três regiões estudadas, o cultivo de milho transgênico não propiciava nenhuma vantagem econômica aos produtores de duas delas”, acrescentou.
A bióloga recordou que o experimento dos transgênicos na Península Ibérica esteve desde 2005 a cargo principalmente da Pioneer Hi-Bred International, a companhia de sementes do grupo norte-americano DuPont, e da empresa suíça Syngenta, “firmas com amplo histórico de contaminação da agricultura européia”. Além de Portugal, os experimentos destas multinacionais "já afetaram agricultores na Alemanha, Áustria, Croácia, Eslovênia, Espanha e Itália”, ressaltou Margarida Silva.
Quando França, Hungria e Polônia, principais produtores europeus de cereais, proíbem o cultivo de milho transgênico em seus territórios e a Alemanha está no caminho de fazer o mesmo, os países ibéricos deveriam seguir o mesmo rumo, recomendou a especialista.
>>>Enquanto isso, no Brasil, o algodão transgênico Liberty Link, da Bayer CropScience, foi liberado para o plantio. Um estudo científico aponta riscos da tecnologia usada no milho transgênico, também da Bayer, já aprovado.
Se os países ditos mais desenvolvidos estão abandonando os trangênicos, o Brasil não está avançando na contramão?<<< Missão Verde.
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