A família da ilha Paraíso
Não está rodeada de água nem a vedação é intransponível.
Chamam-lhe Ilha porque na quinta, dois hectares no concelho de Marvão, hà muito que o tempo parou numa fuga constante à civilização tóxica e prejudicial.
A familia Schwekert, a viver em Portugal vai para 19 anos, tem oito filhos. Os dois mais velhos, já adultos, nasceram ainda na Alemanha. Os seis mais novos, entre os dois e os 11 anos, só conhecem o nosso país; aliás, dificilmente saem da propriedade a que os pais chamam de Ilha Paraiso. Não vão à escola, nunca tomaram vacinas ou medicamentos, não sabem o que é um médico, dormem sempre na rua e ingerem todos os alimentos crus.
Além da família, esta comunidade crua recebe quotidianamente visitas de todo o mundo. O conceito é divulgado na internet e há muito quem queira aderir ou simplesmente experimentar um estilo de vida diferente.
Por 200 euros por semana não faltam alemães, holandeses, franceses, espanhóis e mesmo portugueses a querer uma dose radical de ecologia.
Uma vez no espaço, as diferenças para a civilização, logo ali, a menos de um quilómetro, são impressionantes.
O cheiro é activo. As pessoas, as coisas, tudo é lavado, quando é, apenas com água. O leite de cabra não é pasteurizado, as uvas, moídas à mão, dão um vinho gasoso e com grau desconhecido.
O fogo só serve para aquecer e em casos especiais. O lume mata a comida e, por isso, legumes, leguminosas, leite e ovos são ingeridos sem ser cozinhados.
O sistema não gasta dinheiro e é autosuficiente. Todos trabalham, inclusive as crianças.
Reinhold é o patriarca e mentor do grupo. Na reportagem especial desta semana guia-nos pelo paraíso fora da lei onde só se obedece às regras de Deus e da Natureza
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