Amaranto tem mais proteína que os cereais
Domesticado há milhares de anos em locais como o México, o Peru e a Bolívia, o ingrediente faz parte dos hábitos alimentares daqueles povos, que o cultivam em escala comercial e exportam parte de sua produção a países europeus e asiáticos e aos Estados Unidos.
"Nos EUA, o amaranto também foi introduzido recentemente na agricultura, mas aqui temos a oportunidade de cultivo na entressafra, diferentemente deles. A perspectiva de nos tornarmos os maiores produtores mundiais dentro de cinco a dez anos é muito grande", afirma Spehar, ressaltando que, para tanto, é preciso incentivar sua produção e seu consumo.
Embora não faça parte da família dos cereais, o amaranto compartilha com eles características semelhantes. "Com a vantagem de ter 15% de proteínas, contra cerca de 10% dos cereais, e um perfil de aminoácidos mais equilibrado, permitindo suprir as necessidades nutricionais não só de adultos mas também de idosos e crianças", afirma a nutricionista Karina Dantas Coelho.
Em sua tese de mestrado na Faculdade de Saúde Pública da USP, Coelho desenvolveu e testou a aceitação de alimentos matinais e barras energéticas à base de amaranto, obtendo resultados satisfatórios. "Ele também possui mais fibra alimentar, que melhora a função intestinal e pode ajudar a reduzir o colesterol, e não contém glúten", completa.
Por enquanto, apenas a variedade conhecida por BRS Alegria, da espécie Amaranthus cruentus, está adaptada ao Brasil. Além dela, existem também A. caudatus, originária dos Andes, e A. hypochondriacus, nativa do México, como a primeira. Aos interessados, a Embrapa distribui sementes e oferece dados sobre a tecnologia de produção.
Além de nutritivo, o amaranto é bastante versátil. Pode ser empregado na elaboração de barrinhas, farinhas instantâneas e dietéticas e alimentos congelados, entre outros produtos. Em casa, além de ser consumido como cereal matinal, sua farinha incrementa mingaus, massas, pães, biscoitos e bolos.
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