Consumo de vegetais crucíferos crus associado a menor risco de cancro da bexiga
Estudo recente revela que o consumo aumentado de vegetais crucíferos (brócolos, couve-flor) crus pode diminuir o risco de cancro da bexiga em 36%. Os efeitos benéficos foram limitados a vegetais crus e não foram observados quaisquer benefícios resultantes do consumo de frutos e outros vegetais.
“Este é o primeiro estudo epidemiológico a considerar o consumo cru vs confeccionado na avaliação da relação entre a ingestão de vegetais crucíferos e o risco de cancro da bexiga (...) Verificámos que apenas a ingestão de vegetais crucíferos crus, mas não confeccionados, frutos e outros vegetais, revelou uma associação inversa forte e estatisticamente significativa com o risco de cancro da bexiga”, explicaram os investigadores.Estudos epidemiológicos e animais têm demonstrado que dietas ricas em vegetais crucíferos resultam numa baixa incidência de certos tipos de cancro, especialmente do pulmão, cólon, mama e ovário.
De acordo com a European School of Oncology, o cancro da bexiga é diagnosticado em cerca de 336.000 pessoas a cada ano por todo o mundo e é três vezes mais frequente em homens do que em mulheres.
Os investigadores do Roswell Park recolheram dados dietéticos de 275 pacientes internados por cancro da bexiga e 825 controlos saudáveis, e verificaram que aqueles que apresentavam maior consumo de vegetais crucíferos crus apresentavam 36% menor risco de desenvolver a doença. Para além disso, foram observados fortes efeitos protectores entre fumadores com uma ingestão de 3 ou mais porções de vegetais crucíferos crus por mês, com uma redução de 40-54% do risco. Por outro lado, não foram verificados quaisquer benefícios quando os investigadores consideraram a ingestão combinada de vegetais crucíferos crus e confeccionados.
“A confecção pode reduzir substancialmente ou mesmo destruir os isotiocianatos presentes nestes vegetais, contribuindo para inconsistências do estudo”, afirmaram.
As propriedades anti-cancerígenas dos vegetais crucíferos, como os brócolos e couve-flor, não são novas e estudos anteriores relacionaram estes benefícios aos elevados níveis de químicos activos das plantas, os glucosinolatos. Estes compostos são metabolisados pelo organismo em isotiocianatos e as evidências sugerem que estes são agentes anti-cancerígenos potentes.
Fonte: Cancer Epidemiology Biomarkers & Prevention, 2008, 17: 938-944.
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