Antocianinas revelam potencial anti-obesidade

As antocianinas, pigmentos antioxidantes presentes em frutos e legumes, influenciam directamente os adipócitos e podem ser usadas na prevenção do aumento de peso, sugere um novo estudo Japonês.

Experiências in vitro e in vivo demonstraram que os antioxidantes influenciam a função dos adipócitos, podendo assim desempenhar um papel importante na prevenção da obesidade e do síndrome metabólico.

O síndrome metabólico é uma condição caracterizada pela presença de obesidade central, hipertensão arterial e distúrbios no metabolismo da glicose e insulina. Tem sido associado ao risco elevado de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Estima-se que cerca de 15% dos adultos Europeus são afectados pelo síndrome metabólico, enquanto que a estatística Norte Americana é estimada em 32%. A obesidade é estabelecida como o principal factor de risco para o síndrome metabólico.

O novo estudo focou os efeitos da antocianina cianidina-3-glucósido (C3G) em ratos com uma dieta hiperlipídica e em adipócitos humanos incubados com o composto.

Os resultados revelaram que os ratos com uma dieta hiperlipídica suplementada com C3G (0,2%) durante 12 semanas apresentaram pesos corporais significativamente mais baixos do que os animais alimentados apenas com a dieta hiperlipídica (30% de banha). Para além disso, a suplementação com C3G suprimiu o aumento nos depósitos tecidulares induzido pela dieta hiperlipídica.

O estudo in vitro utilizou pré-adipócitos humanos (células que podem ser estimuladas para se desenvolverem em adipócitos maduros) e incubou-os com antocianinas durante 24 horas. Foi observada uma contra-regulação do inibidor do activador do plasminogénio tipo 1 (PAI-1), geralmente associada à obesidade e diabetes tipo 2, após a incubação, sugerindo que a regulação da expressão do PAI-1 é um dos importantes alvos terapêuticos para o síndrome metabólico.

Estes estudos indicam que as antocianinas têm uma vantagem terapêutica única, responsável pela regulação da função dos adipócitos (...) Os resultados fornecem uma base bioquímica para o uso de antocianinas, que pode também ter implicações importantes na prevenção do síndrome metabólico”, explicaram os investigadores.

Fonte: Journal of Agricultural and Food Chemistry 2008, 56 (3): 642-646.

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