Um "simples bife" pode ser responsável pelo aquecimento global
Nutricionista desencoraja o consumo de carne bovina e diz que a pecuária contribuiu para o desmatamento das florestas tropicais do planeta
Josué Salusuva Isaías
Carlos Luís da Graça, 35 anos, bancário, residente no Núcleo Bandeirante e João Belizário Neto, 43, professor do ensino médio, residente no Guará II. Não se conhecem, mas algo em comum os liga: ambos gostam almoçar com as famílias em uma churrascaria aos domingos, não dispensam um churrasco em casa de amigos ou colegas de trabalho e desconhecem que esse seu gosto pela carne bovina os torna co-responsáveis pelo aquecimento global.
Segundo a nutricionista e terapeuta Soraya Terra Coury, a carne bovina é um dos alimentos que mais geram desperdício e impacto ambiental. "É uma fonte de proteínas de baixíssima eficiência energética, uma vez que o boi só consegue converter em carne 7% do que come", explica Soraya. A nutricionista estima que a expansão da pecuária é responsável por pelo menos dois terços dos desmatamentos das florestas tropicais do planeta.
Citando o relatório intitulado “A grande sombra da pecuária”, produzido por Henning Steinfeld da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (PAM), Soraya Coury diz que a criação de gado em pastos e a produção de alimentos usam 30% da superfície do planeta. Em termos mundiais, atualmente existe na Terra quase o mesmo número de cabeças de gado que de seres humanos. “Estima-se em mais de 5 bilhões o número de bovinos habitando o planeta atualmente e seriam necessários, no mínimo, aproximadamente, 3 bilhões de hectares de terra para pastagens”, enfatiza.
Soraya Coury diz que, considerando-se os 9 bilhões de hectares de terra produtiva existentes na Terra, imagina-se o impacto ambiental dessas pastagens na diversidade biológica dessas áreas. “Sem falar no solo ocupado pela criação de outros animais usados na alimentação”, lembra Soraya.
Autora do livro “Nutrição Vital: uma abordagem holística da alimentação e da saúde”, Soraya Coury considera que o gado, que consome mais comida do que produz, também compete por água diretamente com os seres humanos. Para ela, em geral, usam-se pelo menos 3,5 mil litros para produzir um quilo de carne de frango, 6 mil para um quilo de carne de porco e 15 mil para um quilo de carne bovina.
A nutricionista e terapeuta ressalta que atualmente o crescimento do consumo de carne bovina é significativo. Até a década de 90, o Brasil produzia somente carne suficiente para o próprio consumo. Daí em diante, segundo ela, o país tornou-se o maior exportador do mundo, vendendo 1,9 milhão de toneladas por ano, sendo 80% produzidas na Amazônia.
Segundo Soraya, no Brasil, com 186 milhões de habitantes, existem 195 milhões de cabeças de gado, ou seja, mais do que gente. “Assim, é fácil entender por que um “simples bife” pode ser responsável pelo aquecimento global”, conclui Soraya Coury.
Fonte: http://www.vegetarianismo.com.br
Josué Salusuva Isaías
Carlos Luís da Graça, 35 anos, bancário, residente no Núcleo Bandeirante e João Belizário Neto, 43, professor do ensino médio, residente no Guará II. Não se conhecem, mas algo em comum os liga: ambos gostam almoçar com as famílias em uma churrascaria aos domingos, não dispensam um churrasco em casa de amigos ou colegas de trabalho e desconhecem que esse seu gosto pela carne bovina os torna co-responsáveis pelo aquecimento global.
Segundo a nutricionista e terapeuta Soraya Terra Coury, a carne bovina é um dos alimentos que mais geram desperdício e impacto ambiental. "É uma fonte de proteínas de baixíssima eficiência energética, uma vez que o boi só consegue converter em carne 7% do que come", explica Soraya. A nutricionista estima que a expansão da pecuária é responsável por pelo menos dois terços dos desmatamentos das florestas tropicais do planeta.
Citando o relatório intitulado “A grande sombra da pecuária”, produzido por Henning Steinfeld da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (PAM), Soraya Coury diz que a criação de gado em pastos e a produção de alimentos usam 30% da superfície do planeta. Em termos mundiais, atualmente existe na Terra quase o mesmo número de cabeças de gado que de seres humanos. “Estima-se em mais de 5 bilhões o número de bovinos habitando o planeta atualmente e seriam necessários, no mínimo, aproximadamente, 3 bilhões de hectares de terra para pastagens”, enfatiza.
Soraya Coury diz que, considerando-se os 9 bilhões de hectares de terra produtiva existentes na Terra, imagina-se o impacto ambiental dessas pastagens na diversidade biológica dessas áreas. “Sem falar no solo ocupado pela criação de outros animais usados na alimentação”, lembra Soraya.
Autora do livro “Nutrição Vital: uma abordagem holística da alimentação e da saúde”, Soraya Coury considera que o gado, que consome mais comida do que produz, também compete por água diretamente com os seres humanos. Para ela, em geral, usam-se pelo menos 3,5 mil litros para produzir um quilo de carne de frango, 6 mil para um quilo de carne de porco e 15 mil para um quilo de carne bovina.
A nutricionista e terapeuta ressalta que atualmente o crescimento do consumo de carne bovina é significativo. Até a década de 90, o Brasil produzia somente carne suficiente para o próprio consumo. Daí em diante, segundo ela, o país tornou-se o maior exportador do mundo, vendendo 1,9 milhão de toneladas por ano, sendo 80% produzidas na Amazônia.
Segundo Soraya, no Brasil, com 186 milhões de habitantes, existem 195 milhões de cabeças de gado, ou seja, mais do que gente. “Assim, é fácil entender por que um “simples bife” pode ser responsável pelo aquecimento global”, conclui Soraya Coury.
Fonte: http://www.vegetarianismo.com.br
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