Sangue adequado a todos
Estamos sempre a falar da importância das enzimas na alimentação viva. O artigo que se segue mostra como estas são importantes até para alterar o sangue.
Os cientistas descobriram enzimas que podem converter de forma eficiente sangue dos grupos A, B e AB em sangue do grupo universal O, que pode ser usado em transfusões para qualquer pessoa mas do qual há sempre carência.
As duas novas enzimas glicosidase foram identificadas em bactérias por uma equipa internacional liderada por Henrik Clausen da Universidade de Copenhaga. Os investigadores esperam que as enzimas aumentem os erráticos fornecimentos de sangue em todo o mundo, para além da segurança das transfusões. Os testes clínicos sobre a segurança e eficácia do sangue convertido estão a ser planeados.
O sistema ABO de classificação do sangue baseia-se na presença ou ausência de antigénios glicídicos 'A' e 'B' nos glóbulos vermelhos.
As células sanguíneas do tipo 0 não têm nenhum destes antigénios logo podem ser transferidas com segurança para qualquer pessoa mas as células A, B e AB têm, levando a reacções imunitárias que podem por em risco a vida, se forem dadas a pacientes com um grupo sanguíneo diferente. As enzimas glicosidase bacterianas retiram estes antigénios do sangue A, B e AB.
A ideia da remoção dos antigénios já data do início dos anos 80, com a descoberta de uma enzima dos grãos de café que remove os antigénios B dos glóbulos vermelhos. Testes clínicos iniciais mostraram que o sangue convertido podia ser usado de forma segura em indivíduos com outros grupos sanguíneos. Não restavam vestígios de enzima ou de antigénios que causassem reacções imunitárias mas a reacção enzimática era demasiado ineficiente para que a conversão industrial fosse prática.
A equipa de Clausen analisou 2500 extractos de diferentes bactérias e fungos em busca da capacidade de retirar os antigénios A e B. As novas enzimas B bacterianas são perto de mil vezes mais eficientes que as do café, e descobriu-se também a enzima A, o que significa que todos os tipos de sangue podem ser agora convertidos.
O sangue 0 é o mais comum mas os stocks estão constantemente baixos devido à quantidade de situações de emergência em que não há tempo para determinar o grupo sanguíneo do paciente.
Também a população de dadores está cada vez menor, devido a muitas restrições associadas a doenças. "As restrições estão a tornar-se ridículas", diz Martin Olsson, chefe do centro do sangue da Universidade Lund na Suécia. "Em alturas diferentes, os americanos excluíram dos doadores os que tinham visitado recentemente a Europa devido ao contacto com a BSE e os europeus excluíram dos que tinham visitado os Estados Unidos porque lá há um maior risco de contacto com o HIV."
A empresa com sede em Boston ZymeQuest está a desenvolver a tecnologia enzimática para utilização em centros de recolha de sangue. Se tudo correr bem, em poucos anos tudo estará em acção.
Fonte: Simbiotica
Os cientistas descobriram enzimas que podem converter de forma eficiente sangue dos grupos A, B e AB em sangue do grupo universal O, que pode ser usado em transfusões para qualquer pessoa mas do qual há sempre carência.
As duas novas enzimas glicosidase foram identificadas em bactérias por uma equipa internacional liderada por Henrik Clausen da Universidade de Copenhaga. Os investigadores esperam que as enzimas aumentem os erráticos fornecimentos de sangue em todo o mundo, para além da segurança das transfusões. Os testes clínicos sobre a segurança e eficácia do sangue convertido estão a ser planeados.
O sistema ABO de classificação do sangue baseia-se na presença ou ausência de antigénios glicídicos 'A' e 'B' nos glóbulos vermelhos.
As células sanguíneas do tipo 0 não têm nenhum destes antigénios logo podem ser transferidas com segurança para qualquer pessoa mas as células A, B e AB têm, levando a reacções imunitárias que podem por em risco a vida, se forem dadas a pacientes com um grupo sanguíneo diferente. As enzimas glicosidase bacterianas retiram estes antigénios do sangue A, B e AB.
A ideia da remoção dos antigénios já data do início dos anos 80, com a descoberta de uma enzima dos grãos de café que remove os antigénios B dos glóbulos vermelhos. Testes clínicos iniciais mostraram que o sangue convertido podia ser usado de forma segura em indivíduos com outros grupos sanguíneos. Não restavam vestígios de enzima ou de antigénios que causassem reacções imunitárias mas a reacção enzimática era demasiado ineficiente para que a conversão industrial fosse prática.
A equipa de Clausen analisou 2500 extractos de diferentes bactérias e fungos em busca da capacidade de retirar os antigénios A e B. As novas enzimas B bacterianas são perto de mil vezes mais eficientes que as do café, e descobriu-se também a enzima A, o que significa que todos os tipos de sangue podem ser agora convertidos.
O sangue 0 é o mais comum mas os stocks estão constantemente baixos devido à quantidade de situações de emergência em que não há tempo para determinar o grupo sanguíneo do paciente.
Também a população de dadores está cada vez menor, devido a muitas restrições associadas a doenças. "As restrições estão a tornar-se ridículas", diz Martin Olsson, chefe do centro do sangue da Universidade Lund na Suécia. "Em alturas diferentes, os americanos excluíram dos doadores os que tinham visitado recentemente a Europa devido ao contacto com a BSE e os europeus excluíram dos que tinham visitado os Estados Unidos porque lá há um maior risco de contacto com o HIV."
A empresa com sede em Boston ZymeQuest está a desenvolver a tecnologia enzimática para utilização em centros de recolha de sangue. Se tudo correr bem, em poucos anos tudo estará em acção.
Fonte: Simbiotica
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