Anorexia e cancro na mama
Segundo uma edição recente do «Tomorrow’s Journal of the American Medical Association», as mulheres hospitalizadas com anorexia nervosa antes dos 40 anos têm menos 53% de probabilidades de desenvolver o cancro da mama, em relação às restantes mulheres que seguiram um regime alimentar normal. O estudo foi feito com base num universo de 7 303 mulheres suecas que desenvolveram anorexia na sua juventude.
Segundo os autores, a causa mais provável para estes resultados é a ingestão muito baixa de calorias, típica das anorécticas. A diética hipocalórica baixa os níveis quer de estrogénio quer de insulina no sangue, estando estes valores associados ao risco de poder vir a desenvolver cancro na mama.
A anorexia, é uma doença que afecta sobretudo jovens adolescentes do sexo feminino. Mas pode afectar pessoas de ambos os sexos e de idades variadas. A característica mais comum é a perda de peso, associada a uma alteração do comportamento. A referida perda de peso é lenta mas progressiva. Normalmente tem início com uma dieta normal, podendo também ocorrer de forma brusca como consequência de uma restrição alimentar acentuada. As primeiras preocupações surgem com a insistência nessa mesma dieta durante vários meses e com uma exagerada perda de peso.
Os principais comportamentos são a preocupação extrema com a beleza do corpo e com a forma ideal que se quer ter. O espelho é normalmente o elo de interpretação que mais perturba uma anoréctica, pois quando se vê ao espelho nunca se vê suficientemente elegante e bela, cujos adjectivos para ela são sinónimos de magreza extrema.
Uma anoréctica que ainda está em fase de dieta pode chegar a restringir a sua alimentação até ao ponto de chegar a ingerir só um tipo de alimento, como, por exemplo, só bolachas de água e sal, ou só alface, ou só maçãs durante o dia todo. Progressivamente, e à medida que a doença vai avançando, a jovem anoréctica vai espaçando mais os intervalos entre refeições, assumindo comportamentos evasivos no que toca às refeições em grupo com amigos ou família. A maior parte destas doentes pode chegar a viver anos sem ninguém notar a sua doença, até que chega a um extremo em que já pode ser muito tarde e a recuperação é, em geral, lenta. O jejum e o exercício físico exagerado são preocupações principais de uma anoréctica, de forma a compensar tudo aquilo que ingere com o pânico de engordar.
Existem dois tipos de anorexia: a do tipo restritivo e a do tipo bulímico. As diferenças principais são que na anorexia de tipo bulímico a doente tende a recorrer ao vómito induzido e ao uso indiscriminado de laxantes e/ou diuréticos. Em qualquer dos casos a anorexia atinge sempre o extremo mais grave quando nas raparigas ocorre a falta de menstruação (amenorreia) e nos rapazes a impotência sexual.
Os sintomas orgânicos tendem a caracterizar-se por esta ordem:
* Redução do metabolismo;
* Alteração dos ritmos cardíaco e respiratório;
* Disfunções gastro-intestinais;
* Amenorreia (nas mulheres)/Impotência sexual (nos homens);
* Osteoporose;
* Perturbações do sono e do humor;
* Dores de cabeça, vertigens, cara e tornozelo inchados, perda de cabelo, cáries dentárias, etc.
Podem ocorrer fenómenos de desidratação e inclusivé, se a pessoa que sofre de anorexia não tem ninguém que a vigie, pode conduzi-la à morte. Quando ocorre a hospitalização destas mulheres, normalmente, já estão em estado de desidratação profunda e têm de ser alimentadas a soro e socorridas de forma imediata. A melhor forma de incentivar estas jovens à cura é ir tentando incluir todo o tipo de alimentos de forma variada e conforme a pirâmide dos alimentos, constituindo assim um regime equilibrado. Normalmente estas jovens precisam de muito incentivo, quer de familiares, quer de amigos, quer de médicos e/ou psicólogos. Nem sempre existe esse apoio e não são raras as vezes que elas têm recaídas ou entram em depressão.
A anorexia é uma doença que pode ocorrer em mulheres que optam por regimes hipocalóricos, mas tal não é definitivamente o caso das pessoas que optam pelo regime vegetariano, pois conforme revela o título Como enfrentar a Anorexia e a Bulimia, de Alessandra Callegari e Donatella Scaparra: «Para o vegetariano, o objectivo é viver em harmonia com o próximo e com a natureza. O vegetariano é geralmente uma pessoa aberta, que não se isola, mesmo quando critica quem come carne ou come desregradamente, o que no máximo o torna aborrecido. Por outras palavras, o vegetariano centra a sua atenção na vida e não no peso!». De acordo com a mesma fonte, a única coisa que acontece quando se adopta o regime vegetariano, tal como qualquer outro regime, é uma quebra brusca de peso devido à adaptação de um novo regime, mas tal não significa que se tenha ficado anoréctico. Em geral, o vegetariano, uma vez atingido o valor ideal de peso, continua a mantê-lo, optando por um regime específico equilibrado.
O aviso para a saúde pública, do estudo com as anorécticas suecas, é o de escolher preferencialmente um tipo de alimentação baixo em alimentos hipercalóricos e rico em fibras, evitando uma ingestão excessiva de calorias mas embora mantendo uma nutrição completa.
Referências:
Alessandra Callegari e Donatella Scaparra, Como enfrentar a Anorexia e a Bulimia, 1ª ed., Editorial Estampa, Lisboa, 2000.
http://www.comportamentoalimentar.pt
http://www.pcrm.org/news/archive040310.html
Segundo os autores, a causa mais provável para estes resultados é a ingestão muito baixa de calorias, típica das anorécticas. A diética hipocalórica baixa os níveis quer de estrogénio quer de insulina no sangue, estando estes valores associados ao risco de poder vir a desenvolver cancro na mama.
A anorexia, é uma doença que afecta sobretudo jovens adolescentes do sexo feminino. Mas pode afectar pessoas de ambos os sexos e de idades variadas. A característica mais comum é a perda de peso, associada a uma alteração do comportamento. A referida perda de peso é lenta mas progressiva. Normalmente tem início com uma dieta normal, podendo também ocorrer de forma brusca como consequência de uma restrição alimentar acentuada. As primeiras preocupações surgem com a insistência nessa mesma dieta durante vários meses e com uma exagerada perda de peso.
Os principais comportamentos são a preocupação extrema com a beleza do corpo e com a forma ideal que se quer ter. O espelho é normalmente o elo de interpretação que mais perturba uma anoréctica, pois quando se vê ao espelho nunca se vê suficientemente elegante e bela, cujos adjectivos para ela são sinónimos de magreza extrema.
Uma anoréctica que ainda está em fase de dieta pode chegar a restringir a sua alimentação até ao ponto de chegar a ingerir só um tipo de alimento, como, por exemplo, só bolachas de água e sal, ou só alface, ou só maçãs durante o dia todo. Progressivamente, e à medida que a doença vai avançando, a jovem anoréctica vai espaçando mais os intervalos entre refeições, assumindo comportamentos evasivos no que toca às refeições em grupo com amigos ou família. A maior parte destas doentes pode chegar a viver anos sem ninguém notar a sua doença, até que chega a um extremo em que já pode ser muito tarde e a recuperação é, em geral, lenta. O jejum e o exercício físico exagerado são preocupações principais de uma anoréctica, de forma a compensar tudo aquilo que ingere com o pânico de engordar.
Existem dois tipos de anorexia: a do tipo restritivo e a do tipo bulímico. As diferenças principais são que na anorexia de tipo bulímico a doente tende a recorrer ao vómito induzido e ao uso indiscriminado de laxantes e/ou diuréticos. Em qualquer dos casos a anorexia atinge sempre o extremo mais grave quando nas raparigas ocorre a falta de menstruação (amenorreia) e nos rapazes a impotência sexual.
Os sintomas orgânicos tendem a caracterizar-se por esta ordem:
* Redução do metabolismo;
* Alteração dos ritmos cardíaco e respiratório;
* Disfunções gastro-intestinais;
* Amenorreia (nas mulheres)/Impotência sexual (nos homens);
* Osteoporose;
* Perturbações do sono e do humor;
* Dores de cabeça, vertigens, cara e tornozelo inchados, perda de cabelo, cáries dentárias, etc.
Podem ocorrer fenómenos de desidratação e inclusivé, se a pessoa que sofre de anorexia não tem ninguém que a vigie, pode conduzi-la à morte. Quando ocorre a hospitalização destas mulheres, normalmente, já estão em estado de desidratação profunda e têm de ser alimentadas a soro e socorridas de forma imediata. A melhor forma de incentivar estas jovens à cura é ir tentando incluir todo o tipo de alimentos de forma variada e conforme a pirâmide dos alimentos, constituindo assim um regime equilibrado. Normalmente estas jovens precisam de muito incentivo, quer de familiares, quer de amigos, quer de médicos e/ou psicólogos. Nem sempre existe esse apoio e não são raras as vezes que elas têm recaídas ou entram em depressão.
A anorexia é uma doença que pode ocorrer em mulheres que optam por regimes hipocalóricos, mas tal não é definitivamente o caso das pessoas que optam pelo regime vegetariano, pois conforme revela o título Como enfrentar a Anorexia e a Bulimia, de Alessandra Callegari e Donatella Scaparra: «Para o vegetariano, o objectivo é viver em harmonia com o próximo e com a natureza. O vegetariano é geralmente uma pessoa aberta, que não se isola, mesmo quando critica quem come carne ou come desregradamente, o que no máximo o torna aborrecido. Por outras palavras, o vegetariano centra a sua atenção na vida e não no peso!». De acordo com a mesma fonte, a única coisa que acontece quando se adopta o regime vegetariano, tal como qualquer outro regime, é uma quebra brusca de peso devido à adaptação de um novo regime, mas tal não significa que se tenha ficado anoréctico. Em geral, o vegetariano, uma vez atingido o valor ideal de peso, continua a mantê-lo, optando por um regime específico equilibrado.
O aviso para a saúde pública, do estudo com as anorécticas suecas, é o de escolher preferencialmente um tipo de alimentação baixo em alimentos hipercalóricos e rico em fibras, evitando uma ingestão excessiva de calorias mas embora mantendo uma nutrição completa.
Referências:
Alessandra Callegari e Donatella Scaparra, Como enfrentar a Anorexia e a Bulimia, 1ª ed., Editorial Estampa, Lisboa, 2000.
http://www.comportamentoalimentar.pt
http://www.pcrm.org/news/archive040310.html
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