Proteínas e vegetarianismo*
O tema proteína em alimentos de origem animal ou vegetal gera muita confusão.
Esse é um dos grandes mitos sobre o vegetarianismo.
Proteínas são compostas por aminoácidos.
Vamos deixar bem claro: não existe nenhum aminoácido necessário ao organismo humano que não seja encontrado nos alimentos do reino vegetal.
Dizer que o a proteína vegetal é incompleta também é um erro.
Alguns grupos alimentares, como cereais (arroz) e leguminosas (feijões) apresentam o quePublish chamamos de aminoácido limitante. É um aminoácido em quantidade um pouco menor do que os outros. No entanto, existem todos os aminoácidos essenciais em cada um desses grupos.
Grande parte da confusão provém da falta de conhecimento de alguns profissionais de saúde sobre conceitos básicos de nutrição, como: valor biológico, aminoácido limitante, NPU, qualidade da proteína (PDCAAS), proteínas complementares, digestibilidade...
Se o indivíduo atinge suas necessidades calóricas diárias com alimentos baseados em grãos, automaticamente a sua cota protéica com todos os aminoácidos essenciais é atingida.
Estudos populacionais mostram que a dieta vegetariana (inclusive a vegana) excede a necessidade de aminoácidos essenciais.
Para acabar com as dúvidas foi realizado um amplo estudo de revisão sobre o assunto (metanálise). Foi demonstrado que não há diferença na incorporação da proteína no corpo humano quando ela é proveniente do reino animal ou vegetal.
Existem marcadores sangüíneos que podem ser dosados para verificar o "estado protéico" da pessoa. A albumina sangüínea é um deles. Veganos têm níveis sangüíneos significativamente mais altos do que não vegetarianos, evidenciando um ótimo perfil de nutrição protéica.
Aos profissionais de saúde:
Ao calcular a oferta protéica de um vegetariano tenha certeza de que ele atinge o valor calórico total de calorias não protéicas.
Proponha variações dos grupos alimentares.
Alguns pesquisadores sugerem que devemos calcular a necessidade protéica de crianças veganas como sendo até 35% mais alta. Isso se deve à menor digestibilidade da proteína vegetal.
Confira as informações em:
Rand WM, Pellett PL, Young VR. Meta-analysis of nitrogen balance studies for estimating protein requirements in healthy adults. Am J Clin Nutr. 2003;77:109-127.
Position of the American Dietetic Association and Dietitians of Canada: Vegetarian diets. J Am Diet Assoc. 2003;103:748-765.(www.svb.org.br/artigos/artigos.htm).
*Dr. Eric Slywitch
Médico, coordenador do departamento científico da Sociedade Vegetariana Brasileira. Especialista em nutrologia (ABRAN) e nutrição enteral e parenteral (SBNPE). Pós-graduado em nutrição clínica (GANEP). Especialista em nutrição vegetariana.
Esse é um dos grandes mitos sobre o vegetarianismo.
Proteínas são compostas por aminoácidos.
Vamos deixar bem claro: não existe nenhum aminoácido necessário ao organismo humano que não seja encontrado nos alimentos do reino vegetal.
Dizer que o a proteína vegetal é incompleta também é um erro.
Alguns grupos alimentares, como cereais (arroz) e leguminosas (feijões) apresentam o quePublish chamamos de aminoácido limitante. É um aminoácido em quantidade um pouco menor do que os outros. No entanto, existem todos os aminoácidos essenciais em cada um desses grupos.
Grande parte da confusão provém da falta de conhecimento de alguns profissionais de saúde sobre conceitos básicos de nutrição, como: valor biológico, aminoácido limitante, NPU, qualidade da proteína (PDCAAS), proteínas complementares, digestibilidade...
Se o indivíduo atinge suas necessidades calóricas diárias com alimentos baseados em grãos, automaticamente a sua cota protéica com todos os aminoácidos essenciais é atingida.
Estudos populacionais mostram que a dieta vegetariana (inclusive a vegana) excede a necessidade de aminoácidos essenciais.
Para acabar com as dúvidas foi realizado um amplo estudo de revisão sobre o assunto (metanálise). Foi demonstrado que não há diferença na incorporação da proteína no corpo humano quando ela é proveniente do reino animal ou vegetal.
Existem marcadores sangüíneos que podem ser dosados para verificar o "estado protéico" da pessoa. A albumina sangüínea é um deles. Veganos têm níveis sangüíneos significativamente mais altos do que não vegetarianos, evidenciando um ótimo perfil de nutrição protéica.
Aos profissionais de saúde:
Ao calcular a oferta protéica de um vegetariano tenha certeza de que ele atinge o valor calórico total de calorias não protéicas.
Proponha variações dos grupos alimentares.
Alguns pesquisadores sugerem que devemos calcular a necessidade protéica de crianças veganas como sendo até 35% mais alta. Isso se deve à menor digestibilidade da proteína vegetal.
Confira as informações em:
Rand WM, Pellett PL, Young VR. Meta-analysis of nitrogen balance studies for estimating protein requirements in healthy adults. Am J Clin Nutr. 2003;77:109-127.
Position of the American Dietetic Association and Dietitians of Canada: Vegetarian diets. J Am Diet Assoc. 2003;103:748-765.(www.svb.org.br/artigos/artigos.htm).
*Dr. Eric Slywitch
Médico, coordenador do departamento científico da Sociedade Vegetariana Brasileira. Especialista em nutrologia (ABRAN) e nutrição enteral e parenteral (SBNPE). Pós-graduado em nutrição clínica (GANEP). Especialista em nutrição vegetariana.
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