Flores comestíveis
Para quem já participou nas minhas oficinas/workshops, sabe que gosto de usar flores nos pratos que preparo. Aqui ficam alguns apanhados sobre como se usam as flores. Claro que o Brasil está sempre mais à frente mas em Portugal tb já se começam a usar as flores comestíveis.
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Flores comestíveis | |
A nova tendência da cozinha contemporânea. | |
Ana Marta Ramos | 2005-05-17 |
O brócolo, a couve-flor e a alcachofra são flores que nos habituámos a considerar comestíveis, ao invés de ornamentais. Mas agora a conversa é outra: depois da visão, do olfacto e até do tacto, é a vez do paladar usufruir das propriedades do gerânio, da violeta ou da capuchinha, entre outras flores. |
Em primeiro lugar, as flores utilizadas na alimentação não são as que se compram em floristas ou garden centers, uma vez que estas são cultivadas com o recurso a produtos químicos muito prejudiciais à saúde. "A rose is a rose is a rose is a rose", escreveu Gertrude Stein, mas, neste caso, abre-se uma excepção. Uma rosa ornamental pode contemplar-se, cheirar-se e tocar-se. Ponto final. Uma rosa comestível é outra coisa completamente diferente. Adquire-se em produtores especializados, que respeitam os processos adequados ao cultivo de produtos alimentares. E pode comer-se.
Em segundo lugar, falar em "flores comestíveis" não deve servir de pressuposto para concluir que "todas as flores são comestíveis". Deixemos os silogismos de parte, que o assunto é sério e requer muita precisão. Existem flores que apresentam princípios tóxicos na sua composição e não devem ser usadas na alimentação de forma alguma. Algumas delas são as violetas africanas, os crisântemos e o lírio, entre muitas outras.
As pétalas de rosa há muito que são usadas em infusões e conservas. Agora são ingredientes de eleição para sobremesas e conferem um sabor suave e muito agradável a pratos fritos, como a tempura de pétalas de rosas, uma entrada deliciosa e rica em vitaminas.
A capuchinha, ou flor de nastúrcio, muito decorativa, de gosto levemente picante e rica em vitamina C, combina na perfeição com saladas. Nativa do Peru, foi introduzida na Europa no final do século XVI e hoje é cultivada em todo o mundo.
Já na Idade Média, a calêndula, originária do centro e sul da Europa e da Ásia, era cultivada nas hortas, desidratada e utilizada como corante em caldos, queijos amarelos, manteiga e bolos. As suas pétalas são utilizadas frescas em saladas, em crepes ou no arroz, em substituição do açafrão.
A capuchinha, ou flor de nastúrcio, muito decorativa, de gosto levemente picante e rica em vitamina C, combina na perfeição com saladas. Nativa do Peru, foi introduzida na Europa no final do século XVI e hoje é cultivada em todo o mundo.
Já na Idade Média, a calêndula, originária do centro e sul da Europa e da Ásia, era cultivada nas hortas, desidratada e utilizada como corante em caldos, queijos amarelos, manteiga e bolos. As suas pétalas são utilizadas frescas em saladas, em crepes ou no arroz, em substituição do açafrão.
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Flores comestíveis: capuchinha é a estrela dos chefs
Lindas e perfumadas, os chefs garantem que as flores comestíveis têm um sabor inigualável. Mas atenção, não vale roubar plantas do jardim. Além de não ser nada educado, pode fazer mal à saúde. “As usadas na culinária não são as mesmas compradas na floricultura, mas sim aquelas cultivadas por produtores especializados, sem uso de agrotóxico e tratamentos químicos”, alerta a nutricionista do Vigilantes do Peso, Sônia Almeida.
E os restaurantes cariocas apostam na novidade para agradar clientes ávidos por novidades gastronômicas. O chef Damien Montecer, do Térèze, criou a Salada Bio, com cerefelio, flor de amor perfeito e capuchinha. Até em churrascarias as flores ganharam espaço.
A rede carioca, Porcão, está com um bufê especial para a estação que inclui saladas com flores comestíveis. Entre elas, a Salada Tropical com risoni, tomate cereja, tomate seco, manjericão, mussarela de búfala e folhas de capuchinha que parece ser a musa dos chefs. Ela tem um sabor levemente picante como a da rúcula.
Para não errar: quais espécies são liberadas? Sugestões:
Amor-perfeito: saladas verdes
Rosas e violetas: em sobremesas
Calêndula: arroz, peixe, sopa, queijos, iogurtes e omeletes
Outras opções: flor de cambuquira, a begônia, o crisântemo, a tulipa, a flor de alfazema, cravina, verbena-limão, flor da carambola, abobrinha, abóbora, nastúrcio, begônia, borago e violeta (com exceção da africana)
Como escolher?
Faça a mesma higienização indicada para o consumo das folhas. É fundamental manter as flores em água gelada até a hora de servir. O principal é comprar flores cultivadas para consumo humano, sem agrotóxico e com o selo de garantia da Associação de Agricultura Orgânica (AAO). Elas já existem em alguns supermercados na seção de produtos orgânicos, em lojas de hortifruti ou diretamente nos produtores.
Como servir?
Qualquer prato frio, pois quando aquecidas as flores comestíveis podem perder seu viço e cor. “O paladar depende do hábito. Deve-se introduzir aos poucos o hábito de comer flores comestíveis para adaptar o paladar aos diferentes sabores que elas proporcionam”, destaca a nutriconista Sônia.
Na culinária de alguns países, as flores são privilegiadas em seus pratos. "Na cozinha árabe, que utiliza muito a rosa em cremes e mousses; a flor de abobrinha ou da abóbora, com recheio de queijo ou empanadas e para colorir as saladas", diz Sônia. O amor perfeito tem um sabor suave, já a principal característica da calêndulada é que ela confere uma coloração semelhante à do açafrão nos ingredientes. Já os botões do girassol ficam saborosos quando cozidos e servidos como aspargos, enquanto as pétalas também podem ser usadas em salada, segundo a nutricionista.
Faz bem para a saúde?
Floretes de brócolis e couve-flor, por exemplo, dão grande contribuição à saúde, pois possuem vitaminas, minerais e antioxidantes. Usadas em diversas preparações, as florzinhas da cebolinha-verde (nirá), além do endro ou aneto também oferecem benefícios para a saúde. Em linhas gerais, a nutricionista alerta que as flores são mais para decoração, embelezando as preparações e despertando o prazer de comer com os olhos.
Emagrece? O consumo de flores não atrapalha quem está em processo de emagrecimento, pois cada 100 g de pétalas comestíveis têm, em média, 40 calorias”, ressalta a nutricionista do Vigilantes do Peso. Ela enfatiza ainda que as pétalas são ricas em vitamina A e C e minerais como ferro, cálcio e potássio, mas alerta: “Os caules e os pistilos devem ser desprezados, pois podem causar alergias”
E os restaurantes cariocas apostam na novidade para agradar clientes ávidos por novidades gastronômicas. O chef Damien Montecer, do Térèze, criou a Salada Bio, com cerefelio, flor de amor perfeito e capuchinha. Até em churrascarias as flores ganharam espaço.
A rede carioca, Porcão, está com um bufê especial para a estação que inclui saladas com flores comestíveis. Entre elas, a Salada Tropical com risoni, tomate cereja, tomate seco, manjericão, mussarela de búfala e folhas de capuchinha que parece ser a musa dos chefs. Ela tem um sabor levemente picante como a da rúcula.
Para não errar: quais espécies são liberadas? Sugestões:
Amor-perfeito: saladas verdes
Rosas e violetas: em sobremesas
Calêndula: arroz, peixe, sopa, queijos, iogurtes e omeletes
Outras opções: flor de cambuquira, a begônia, o crisântemo, a tulipa, a flor de alfazema, cravina, verbena-limão, flor da carambola, abobrinha, abóbora, nastúrcio, begônia, borago e violeta (com exceção da africana)
Como escolher?
Faça a mesma higienização indicada para o consumo das folhas. É fundamental manter as flores em água gelada até a hora de servir. O principal é comprar flores cultivadas para consumo humano, sem agrotóxico e com o selo de garantia da Associação de Agricultura Orgânica (AAO). Elas já existem em alguns supermercados na seção de produtos orgânicos, em lojas de hortifruti ou diretamente nos produtores.
Como servir?
Qualquer prato frio, pois quando aquecidas as flores comestíveis podem perder seu viço e cor. “O paladar depende do hábito. Deve-se introduzir aos poucos o hábito de comer flores comestíveis para adaptar o paladar aos diferentes sabores que elas proporcionam”, destaca a nutriconista Sônia.
Na culinária de alguns países, as flores são privilegiadas em seus pratos. "Na cozinha árabe, que utiliza muito a rosa em cremes e mousses; a flor de abobrinha ou da abóbora, com recheio de queijo ou empanadas e para colorir as saladas", diz Sônia. O amor perfeito tem um sabor suave, já a principal característica da calêndulada é que ela confere uma coloração semelhante à do açafrão nos ingredientes. Já os botões do girassol ficam saborosos quando cozidos e servidos como aspargos, enquanto as pétalas também podem ser usadas em salada, segundo a nutricionista.
Faz bem para a saúde?
Floretes de brócolis e couve-flor, por exemplo, dão grande contribuição à saúde, pois possuem vitaminas, minerais e antioxidantes. Usadas em diversas preparações, as florzinhas da cebolinha-verde (nirá), além do endro ou aneto também oferecem benefícios para a saúde. Em linhas gerais, a nutricionista alerta que as flores são mais para decoração, embelezando as preparações e despertando o prazer de comer com os olhos.
Emagrece? O consumo de flores não atrapalha quem está em processo de emagrecimento, pois cada 100 g de pétalas comestíveis têm, em média, 40 calorias”, ressalta a nutricionista do Vigilantes do Peso. Ela enfatiza ainda que as pétalas são ricas em vitamina A e C e minerais como ferro, cálcio e potássio, mas alerta: “Os caules e os pistilos devem ser desprezados, pois podem causar alergias”
Peguei numa receita com flores e dei-lhe uns toques para a tornar mais crua/vegan
Salada Tailandesa
Ingredientes
4 xícaras (chávenas) de agrião lavado e escorrido
2 xícaras de cenoura em tiras
2 xícaras de pepino em tiras
2 xícaras de broto/rebentos de feijão mungo (moiashy)
1/2 colher de chá de azeite
2 xícaras de sementes de girassol ou de abóbora deixadas de molho durante 4 horas e depois lavadas
1 colher de sopa de cebolinha picada
Molho: 2 colheres de sopa de leite de coco (bater o liquido de um coco com parte da sua polpa)
Ingredientes
4 xícaras (chávenas) de agrião lavado e escorrido
2 xícaras de cenoura em tiras
2 xícaras de pepino em tiras
2 xícaras de broto/rebentos de feijão mungo (moiashy)
1/2 colher de chá de azeite
2 xícaras de sementes de girassol ou de abóbora deixadas de molho durante 4 horas e depois lavadas
1 colher de sopa de cebolinha picada
Molho: 2 colheres de sopa de leite de coco (bater o liquido de um coco com parte da sua polpa)
4 colheres de sopa de linhaça deixada de molho de um dia para o outro e depois lavada num coador/peneira
2 colheres de sopa de água
1 colhere de sopa de molho de soja
1/2 colher de sopa de tiras de casca de limão
1 dente de alho amassado
Flores comestíveis a gosto
Modo de preparo
1. Arrume as folhas de agrião sobre uma travessa.
2. Misture a cenoura e o pepino com o broto de feijão. Regue com duas colheres de sopa de água.
3. Polvilhe com a cebolinha.
4. Faça o molho. Num liquidificador misture os ingredientes do molho e regue a salada na hora de servir. Enfeite com as flores comestíveis.
Receita adaptada do livro ‘Favoritas’, da Coleção Cozinha Light, do Vigilantes do Peso - publicada inicialmente aqui
2 colheres de sopa de água
1 colhere de sopa de molho de soja
1/2 colher de sopa de tiras de casca de limão
1 dente de alho amassado
Flores comestíveis a gosto
Modo de preparo
1. Arrume as folhas de agrião sobre uma travessa.
2. Misture a cenoura e o pepino com o broto de feijão. Regue com duas colheres de sopa de água.
3. Polvilhe com a cebolinha.
4. Faça o molho. Num liquidificador misture os ingredientes do molho e regue a salada na hora de servir. Enfeite com as flores comestíveis.
Receita adaptada do livro ‘Favoritas’, da Coleção Cozinha Light, do Vigilantes do Peso - publicada inicialmente aqui
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