ÁGUA DAS MALVAS...

Andando por ai a passear fiquei curioso com aquela "estória" da água das malvas que toda a gente usa para tratar uma série de coisas. Lembro-me ainda de comer os chamados queijinhos (as sementes das malvas) em criança. Vejam o que encontrei:


 

  

«Bebendo duas onças dela, quatro vezes ao dia, resolve as postemas; é grande remédio para o ardor das febres; abranda e refresca os bofes; sara a peripneumonia e o sangue prioriz; estanca as câmaras de sangue; apaga os ardores dos achaques quentes da madre, dos rins e da bexiga; cura o mal de Luanda e a podridão da boca, abranda o fogo de S. Antão, as chagas da garganta e as inchações, gargarejando com ela.
            Bebendo quatro onças dela. Relaxa o ventre e sara as dores da madre; humedece a língua e a garganta seca; sara a tosse quente e abranda o ventre constipado de ardor; facilita o urinar; faz deitar a pedra, areia, e as viscosidades; sara as dores quentes da cabeça posta com panos; tira as pontadas e faz dormir.
            È certíssimo remédio para a inflamação e inchações da boca, do peito, detrás das orelhas e dos membros ocultos (vulgo partes genitais).» in “O Desengano da Medicina, Lisboa, ed.  de 1713, pág. 263.
            Um dos tratamentos, para as senhoras, consistia em fazerem a higiene intima, com a referida água das malvas, que se chamava, por isso, em tom jocoso, “água do cu lavado”.


Fonte : ARROZ COM TODOS  

Encontrei ainda um post em galego noutro blog e mantive a lingua original pois é português "tal-e-qual" com algumas nuances...bem interessante...



Flores ventureiras V. A Malva

By rifenha


al12col1.gif malva, ou malva silvestris, é umha planta que medra em todos os valados, beiras dos caminhos e campos baldios da Galiza. Sua imagem é inconfundível e todos os meninhos e meninhas do rural galego de arredor de cinquenta anos, temos comido algumha vez os “queijinhos”,os frutos da malva redondos, com as sementes bem postinhas arredor, como queijos diminutos. Era por aquel tempo no que tamém comíamos “pisotes” de amoras maduras com umha culher de folha de milho e logo lambíamos a pedra- a de base, e a de pisar-para não perder o suco das amoras que ficava metido entre os interstícios da pedra de grão, que já se sabe que a amalgama de seixo, feldspato e mica, não sempre era uniforme e o suco morado escorria por entre os desníveis.
Quando íamos com as vacas, sempre sabíamos quais eram as pedras dos “pisotes”, polas manchas avinhadas que mostravam. Tamém calculávamos com bastante bom critério a data em que o “pissote” fora feito e degustado.
Bom, pois tudo isto, foi porque as malvas evocaram as minhas lembranças infantís e para garantir que não têm toxicidade. Os frutos, garantido pola minha pessoa.
Segundo as informações da minha avoa, os banhos de assento com água de malvas -a água de ferver as flores da malva- eram muito bons para o pruído das partes assentadas.
Tamém para lavativas de limpeza e desinfecção do intestino.
A malva é umha planta que contêm muita mucilagem, essa substância gomosa que se encontra nos vegetais, e na malva dumha maneira especial muito abondosa.
Agora vou com o que dim os entendidos. Isto não posso o garantir, mas é informação que, em tudo caso, se deve de contrastar e consultar com que saiba por ter estudado o tema:


PROPRIEDADES MEDICINAIS DA MALVA
Emolientes: sempre que tenhamos grãos ou furúnculos, chagas, ulcera ou qualquer tipo de lesão na pele, as propriedades o mucílago contido nesta planta servirá para os ablandar. ( Cataplasma da planta mole machucada sobre a parte da pele afetada) (Também nos eczemas é muito conveniente aplicar uma compressa fria com a decocción de umha mancheia de folhas secas e flores por litro de água)
Cuidado dos olhos: Com o chá da planta seca pode-se realizar um colírio natural que sera muito útil em caso de ressecamento ocular.
Anticatarral,béquica, pectoral, garganta : . Rica em mucílagos, resulta ideal, pelas suas propriedades emolientes, para suavizar as mucosas do aparelho respiratório. Utiliza-se nas afecções dos processos respiratórios como tosse, especialmente de natureza seca, catarros, dor no peito, afonia, rouquidão, sibilancia, etc. . ( Chá durante 5 minutos de uma colherada de flores com duas folhas de eucalipto. Um par de xícaras a dia ) ( Em uso externo realizar gargarismos com esta preparação) ( gargarismos com a decocción das flores e folhas secas para a dor de garganta)
. (Chá durante 10 minutos de duas colheradas de folhas secas por xícara de água – dor no peito. Para aumentar seu valor protetor pode-se tomar com mel.)
Prisão de ventre: ( Decocción durante 20 minutos de 30 gr. de flores e folhas secas por litro de água. Tomar 3 xícaras por dia)
Inflamações da boca: ( Enxágües com a decocción durante 10 minutos de uma colherzinha de flores por xícara de água.)

PROPRIEDADES ALIMENTÍCIAS DA MALVA
A malva também pode consumirse como alimento. Conhece-se desde tempos históricos, pois já foi muito utilizada pelos Gregos e os Romanos, que a consumiam abundantemente misturada com outras verduras. A parte dos valores medicinais vistos anteriormente, é uma planta muito rica em vitaminas A, B, C, e E.

PROPRIEDADES COSMÉTICAS DA MALVA
Pelas suas propriedades emolientes, é muito utilizada em cosmética.

Tônicos faciais: Podem-se elaborar compressas para colocá-las sobre o rosto com a decocción de um punhado de folhas secas por litro de água. O líquido que resulta de ferver umha mancheia de flores também constitui um bom tônico facial.
Colheita e conservação: A primavera é a melhor estação para colher as flores antes que se tenham aberto. As folhas devem apanhar-se quando a planta se encontre bem florescida na primavera ou verão. Guardá-las em um recipiente seco e hermético.
Bem. Pois espero que gostasses da malva. Umha flor humilde, mas muito beneficiosa, polo que se ve.

Fonte : Oescunchador  


Mais sobre as benditas malvas....


"Esta planta é rica em mucilagens que lhe conferem propriedades emolientes (suavizante da pele e mucosas inflamadas) e laxantes. Em crianças e idosos aconselha-se tomar o chá de malva para combater a prisão de ventre crónica, pois actua como laxante suave e ao mesmo tempo lubrifica o tracto intestinal.
Nas infecções respiratórias actua como expectorante e antitússico (acalma a tosse), bom para gripes, catarros, asma, bronquites e tosse irritativa ou seca. Tem efeito calmante sobre os brônquios (suaviza as vias respiratórias). Ajuda a curar infecções da boca, garganta (faringites), vagistes, furúnculos, eczmas, acnes e inflamações do ânus e do recto.
As flores são ricas em pigmentos de antiocianinas com flavonóides."
Indicações de uso externo:
"30g de flores e folhas para 1 litro de água e deixa-se ferver 10 minutos. Serve para gargalejos, irrigações vaginais, clisteres e para compressas que se aplicam sobre a pele afectada. Para um efeito maior, faça várias vezes ao dia."



Fonte: livro "Viva Melhor" do Dr. António Leal Chaves


E mais...






História

Nativa da Europa e Ásia ocidental.
Desde o século VIII a.C. que as malvas eram conhecidas e utilizadas tanto na culinária como para fins terapêuticos. Era já conhecida dos gregos e romanos que muito a apreciavam, sobretudo os romanos para curar as resacas depois das orgias. Alguns médicos gregos recomendavam-na para aliviar e curar picadas de insectos.
Carlos Magno utilizava-a como planta ornamental dos jardins imperiais, para os pitagóricos era considerada planta sagrada pois libertava o espírito da escravatura das paixões. Plínio (grande historiador e investigador romano que morreu queimado na explosão do Vesúvio) recomendava uma poção à base de suco de malva o que evitaria indisposições durante todo o dia. Na Idade Média, tanto a alteia como a malva eram plantadas nos jardins dos mosteiros e utilizada pelos monges para fins terapêuticos.
Na medicina tradicional chinesa utilizam as sementes de malvas.

Habitat

A malva (malva sylvestris) também conhecida como malva-maior ou malva selvagem é considerada uma planta daninha e invasora mas na realidade podemos utilizá-la como bonita planta de jardim, em Portugal cresce um pouco por todo o lado desde o Minho ao Algarve, em caminhos, terrenos baldios, lixeiras etc.
É uma planta vivaz da família das malvaceas, apresenta flores bilobadas de cinco pétalas de cor rosa forte ou lilás com veios mais escuros nas pétalas e grande raíz aprumada. A malva pode por vezes confundir-se com uma sua parente chegada a alteia (althaea officinalis) ou malvaísco que apresenta características e propriedades terapêuticas muito semelhantes sendo talvez a alteia mais rica em mucilagem e daí mais eficaz nalguns tratamentos das vias respiratórias.
Utilizam-se as folhas, flores, raízes, rebentos e sementes.

Composição

As malvas são extremamente ricas em mucilagem especialmente na raíz, o que lhe confere grande parte dos seus méritos terapêuticos, contém ainda antocianinas, óleos essenciais, alguns taninos, flavonóides e glicósidos.

Propriedades

Desde a antiguidade muito utilizada para tratar problemas do foro digestivo, em caso de inflamação e irritação, em úlceras gástricas e do duodeno, gastrite, colite, catarros, faringite, laringite, bronquites, tosse, com forte acção expectorante e emoliente.
É ainda útil no tratamento de infecções urinárias e ginecológicas em forma de lavagens.
Em cataplasmas pode utilizar-se para extrair furúnculos, abcessos, estilhaços ou outras impurezas e inflamações da pele .
Em clisteres para limpeza dos intestinos, revestindo-os ao mesmo tempo de uma camada de mucilagem.
Quando tomada em forma de tissana tem uma acção suavemente laxativa.
A variedade alteia é muito utilizada no fabrico de xaropes e rebuçados contra a tosse e também no fabrico de (marshmallows) uma espécie de gomas brancas ou cor-de-rosa muito apreciada pelos ingleses e que se fabricava a partir de um pó obtido da raíz da alteia.
Sempre que seja necessário um efeito calmante do aparelho digestivo, urinário ou respiratório as malvas ou a alteia são sempre um bom remédio de acção suavizante (demulciente).
Em forma de gargarejos é muito útil para tratar inflamações da boca e gengivas.
Depois de uma longa caminhada, uma tissana de malvas ajuda a compensar os efeitos de desidratação.

Culinária

As folhas das malvas podem ser utilizadas e cozinhadas como o espinafre, as acelgas ou as couves, em sopas e saladas, muito nutritivas para mulheres em fase de amamentação pois estimulam a produção do leite, alimentam e podem ainda ser usadas em compressas para tratar mamilos gretados.
O chá de folhas de malvas é agradável e refrescante tal como o chá das suas flores que poderá preparar na época da floração ou seja Primavera e Verão  e constítuem um agradável refresco, as flores comestíveis podem ainda ser utilizadas na decoração de vários pratos, as raízes cozidas e depois fritas com alho ou cebola são um bom acompanhamento de arroz, carne ou peixe, as sementes possuem um delicado sabor a nozes.

Cosmética

Creme para extrair borbulhas:
Juntar raíz de malvas ou alteia em pó a qualquer creme de pele neutro, misture bem e aplique sobre a pele.

Jardim

Caso queira plantar malvas no seu jardim e tirar delas o melhor partido então escolha um local em pleno sol e um terreno arenoso e bem drenado.

Fonte:  Portal do Jardim   

Em Inglês - Althaea officinalis (MarshmallowMarsh Mallow, or Common Marshmallow)
Malva - Malvaceae - esta família de plantas tem cerca de 200 géneros, com 2.300 espécies conhecidas. O cacau  e os hibiscos (300 espécies) fazem parte desta família. Assim como um fruto favorito dos crudivoros o Durian ou Durião em português (fruta semelhante à Jaca originária do Oriente, ex. Macau).
Fonte: Wikipedia

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