Obesidade e gordura abdominal duplicam risco de mortalidade
Obesidade e acúmulo de gordura abdominal duplicam o risco de mortalidade nos países europeus, afirma um estudo do qual participaram pesquisadores espanhóis do Instituto Catalão de Oncologia (ICO), e que será publicado no The New England Journal of Medicine.
O chefe da Unidade de Nutrição, Ambiente e Câncer do Programa de Epidemiologia do Câncer do ICO e coordenador na Espanha do projeto, Carlos González, explicou nesta quarta-feira (12) em entrevista coletiva que para a elaboração do relatório fez um controle durante dez anos de quase 360 mil pessoas de nove países europeus.
"Levamos em conta temas como dieta, fatores de risco e genética", indicou González, ressaltando que este estudo é o mais completo realizado até o momento.
O doutor Antonio Agudo, membro da Unidade de Nutrição, Ambiente e Câncer do Programa de Epidemiologia do Câncer do ICO, assinalou que "o objetivo foi estabelecer uma relação entre a mortalidade e o Índice de Massa Corporal (IMC)".
A gordura abdominal é um elemento prévio muito importante do risco de mortalidade, sendo o risco mais alto nos indivíduos com grande obesidade abdominal e de baixo IMC.
"Neste caso o risco se pode chegar a multiplicar por dois", disse González.
Agudo destacou que "a obesidade não é só um tema de armazenamento de tecido adiposo".
Segundo o estudo, as mulheres com IMC 24,3 e os homens com IMC 25,3 são os que apresentam menores riscos de mortalidade.
Os homens com um IMC superior a 35 têm 90% mais de risco de morte do que os de IMC 25,3; e os que têm IMC inferior a 18,5 duplicam o risco de mortalidade.
Levando em conta o perímetro de cintura, os homens com um perímetro superior a 102 centímetros duplicam a probabilidade de morrer por qualquer causa, em relação aos que têm um perímetro inferior a 86 centímetros.
No caso das mulheres, as de IMC superior a 35 têm 65% mais risco de morrer do que as de IMC 24,3 e as de IMC inferior a 18,4 têm 71% mais risco.
Em referência ao perímetro de cintura, as mulheres com um perímetro superior a 89 centímetros têm 78% mais risco do que as de perímetro inferior a 70,1 centímetros.
Segundo o estudo, as pessoas com IMC elevado morrem mais por problemas cardiovasculares e câncer, enquanto as que têm IMC muito baixo morrem em maior número por problemas respiratórios.
Os responsáveis pelo estudo destacaram a importância de que essas conclusões se levem em conta nas revisões médicas.
Fonte: Estadão Online
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