Terapia hormonal no climatério pode aumentar o risco de doença do refluxo gastroesofágico

Autora: Laurie Barclay

De acordo com os resultados de um estudo de coorte prospectivo publicado em 8 de setembro no Archives of Internal Medicine, o risco de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é aumentado pelo uso de estrogênios no climatério, como também por moduladores do receptor seletivo de estrogênio ou preparações hormonais sem prescrição.

Dr. Brian C. Jacobson, MPH, do Boston University Medical Center em Massachusetts, e colaboradores descreveram que estudos prévios sugeriram que elevadas concentrações de estrogênio e progesterona, tanto de fontes endógenas quanto exógenas, aumentam o refluxo gastroesofágico. Confirmando essa teoria, observamos que, durante o período gestacional, a pressão do esfíncter esofágico inferior (EEI) diminui, como também com o uso seqüencial de contraceptivos orais. Além disso, o uso de hormônio no climatério pode aumentar o risco de doença do refluxo gastroesofágico em mulheres com obesidade ou sobrepeso.

Os pesquisadores analisaram dados de 51.637 mulheres em pós-menopausa avaliadas pelo Nurses Health Study, que coletou dados do uso de hormônio pós-menopausa desde 1976, como também sobre sintomas de doença do refluxo gastroesofágico em 2002.

Foram relatados sintomas de doença do refluxo gastroesofágico por 12.018 mulheres (23%). Em comparação com mulheres que nunca usaram hormônio no climatério, as que usaram apresentaram um risco elevado de sintomas de refluxo.

O uso de estrogênio no climatério, moduladores do receptor seletivo de estrogênio, ou preparações hormonais sem prescrição, estão associados fortemente a sintomas de doença de refluxo gastroesofágico, conforme afirmação dos autores, sugerindo um componente hormonal na fisiopatologia da DRGE nas mulheres.

As limitações desse estudo incluem o uso de questionário para definir sintomas de doença de refluxo gastroesofágico e uma incapacidade de afastar a possibilidade de que mulheres com terapia hormonal estejam mais suscetíveis a relatar sintomas e procurar por tratamento.

Os autores concluem que, com o aumento da idade da população americana e como aumento da procura dessas pacientes por tratamento para câncer de mama, menopausa e osteoporose, o aconselhamento dessas pacientes deve incluir orientação sobre o possível acometimento da doença de refluxo gastroesofágico.

Fonte:Arch Intern Med. 2008;168:1798–1804.
Informação sobre a autora: A Dra. Laurie Barclay é revisora e escritora fr
eelancer para o Medscape

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