Energia e alimentação
Dr. Christian Tal Schaller
Uma visão convencional evoluiu a partir de um ponto de vista mecânico e materialista, que vê todos os organismos vivos como máquinas físico-químicas. De acordo com essa visão, os fenômenos da vida são explicáveis apenas em termos de química e de fisiologia. A partir do químico Lavoisier, no final do século XVIII, a alimentação foi considerada um processo de combustão de calorias, de onde nasceu toda a ciência nutricional moderna quantitativa. Depois, foram fixadas normas que colocam todos os indivíduos em um mesmo molde e lhes impõe tantos gramas disso, tantos gramas daquilo. Os produtos industriais receberam a benção dos laboratórios químicos.
Entretanto, constata-se que esse conceito materialista da alimentação não trouxe saúde para todos. Ao contrário, ela preparou a cama para as doenças da civilização, porque apresentou aos consumidores alimentos corretos no plano quantitativo, mas catastróficos no plano qualitativo. Dessa forma, a metade sul do mundo morre de fome por falta de alimentos, enquanto a metade norte morre, não por falta quantitativa de alimentos, mas por nutrientes empobrecidos em substâncias vitais - mesmo se as pessoas estão obesas, suas células "morrem" literalmente de fome. É como se houvesse, de um lado, os famintos magros e, de outro, os famintos gordos - todos vítimas de uma mesma alimentação quantitativa materialista, que não se baseia nas leis da vida, mas nas cogitações intelectuais de cientistas. Esses esqueceram que o valor de uma alimentação não é somente questão de quantidade física ou química, mas também de energias mais sutis. No conceito holístico, a nutrição não é somente uma questão de calorias, de proteínas e de carboidratos.
A alimentação ocidental moderna representa todos os erros que não devem ser cometidos para conservar uma boa saúde. Entre outros, desnaturamos os alimentos pelo cozimento, acrescentamos neles produtos químicos e os submetemos a todo tipo de manipulações industriais. Damos amplo lugar aos alimentos de origem animal, privilegiamos o consumo elevado de excitantes, como o café, o fumo e o álcool, ou de produtos refinados, como o açúcar. Misturamos entre si alimentos que não permitem uma boa digestão, destruímos as enzimas e as vitaminas por meio da pasteurização e de outros processos de conservação.
Às custas de muita publicidade, incita-se o consumidor a comer aquilo que lhe é proposto... para lhe vender, a seguir, medicamentos destinados a aliviar os males criados por aquilo que acabou de ingerir! Felizmente, a loucura materialista do século XX está despertando as consciências. Estamos redescobrindo uma alimentação holística, que procura nutrir o ser humano levando em conta as grandes leis da vida.
Se fosse necessário manter apenas três grandes princípios da alimentação sadia, seria a regra que respeita os três "V":
- V para vegetal, isto é, dar o lugar preponderante em nossa alimentação aos alimentos de origem vegetal, consumindo apenas pequenas quantidades dos alimentos de origem animal.
- V para variado, isto é, evitar qualquer monotonia e hábitos repetidos.
- V para vivo, ou seja, comer principalmente alimentos não desnaturados, como os grãos germinados, as frutas e os legumes crus, suprindo o organismo das enzimas, das vitaminas e das substâncias biológicas que ele necessita.
Com uma alimentação variada, vegetal e viva, o corpo físico é nutrido de maneira que permite experimentar energia, alegria e felicidade em nosso cotidiano.
Fonte: taps.org
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