FRUTAS E VEGETAIS PREVINEM TROMBOEMBOLISMO
Patricia Logullo
A revista Circulation acaba de publicar trabalho norte-americano provando que a ingestão de pelo menos cinco porções de frutas e vegetais por dia reduz em 41% o risco de tromboembolismo (TE). Trata-se de um distúrbio circulatório em que um trombo (coágulo de sangue) causa a obstrução de um vaso. O estudo mostrou também que preferir peixe à carne vermelha também protege contra o TE: entre os quase 15 mil participantes de meia-idade analisados por doze anos, o risco caiu em 30 a 45% quando eles consumiam peixe pelo menos uma vez por semana.
Em compensação, adultos que comem 1,5 porção de carne vermelha ou processada por dia têm risco duas vezes maior de sofrer um episódio de TE do que os que ingerem meia porção. O padrão dietético associado ao menor risco para TE foi o mesmo recomendado pela Associação Norte-Americana para o Coração para redução de doença arterial. A dieta típica ocidental, com alta ingestão de carne vermelha, comida tipo fast food em grãos refinados, associou-se a risco 60% maior de TE.
Os pesquisadores suspeitam de que a explicação para essa associação esteja em substâncias que regulam a coagulação sangüínea (como a homocisteína, por exemplo) que geralmente aumentam o risco de TE quando aumentados no sangue, e que estão, por sua vez, intimamente relacionados com a dieta. No entanto, o consumo de suplementos de folato, vitamina B6 e ácido graxo ômega-3 (presente no peixe) não se associa com diminuição do risco: “ao contrário dos suplementos de nutrientes isoladamente, alimentos como o peixe, frango, grãos integrais, batatas, cenouras, legumes e bananas oferecem compostos alimentares que promovem a saúde vascular e previnem a ocorrência de eventos tromboembolíticos”, postulam os autores. “Provavelmente existe um efeito sinérgico entre os alimentos e seus componentes nutritivos e não-nutritivos em que a soma das partes constituintes da dieta tem efeitos maiores na saúde do que os efeitos de cada nutriente.”
Os autores fazem esse comentário pelo fato de não terem encontrado relação de dose-resposta ou de tendência quanto ao consumo desses nutrientes e o risco: a associação verificou-se apenas quanto aos alimentos e aos padrões dietéticos. Por isso e porque não encontraram a mesma associação quando controlaram as variáveis pelos fatores de coagulação sangüínea, “não foi possível confirmar o papel destes como intermediários entre a ingestão da dieta e o TE.
“Nossos achados oferecem evidência de que uma dieta abundante em vegetais e peixe e com pouca carne vermelha está associada com menor risco para TE”, concluem. “Potenciais estratégias preventivas incluem manter uma dieta saudável.”
Referência(s)
Steffen LM, Folsom AR, Cushman M, Jacobs DR Jr, Rosamond WD. Greater fish, fruit, and vegetable intakes are related to lower incidence of venous thromboembolism: the Longitudinal Investigation of Thromboembolism Etiology. Circulation. 2007;115(2):188-95.
Data Edição: 19/03/07
Fonte: Nutritotal
A revista Circulation acaba de publicar trabalho norte-americano provando que a ingestão de pelo menos cinco porções de frutas e vegetais por dia reduz em 41% o risco de tromboembolismo (TE). Trata-se de um distúrbio circulatório em que um trombo (coágulo de sangue) causa a obstrução de um vaso. O estudo mostrou também que preferir peixe à carne vermelha também protege contra o TE: entre os quase 15 mil participantes de meia-idade analisados por doze anos, o risco caiu em 30 a 45% quando eles consumiam peixe pelo menos uma vez por semana.
Em compensação, adultos que comem 1,5 porção de carne vermelha ou processada por dia têm risco duas vezes maior de sofrer um episódio de TE do que os que ingerem meia porção. O padrão dietético associado ao menor risco para TE foi o mesmo recomendado pela Associação Norte-Americana para o Coração para redução de doença arterial. A dieta típica ocidental, com alta ingestão de carne vermelha, comida tipo fast food em grãos refinados, associou-se a risco 60% maior de TE.
Os pesquisadores suspeitam de que a explicação para essa associação esteja em substâncias que regulam a coagulação sangüínea (como a homocisteína, por exemplo) que geralmente aumentam o risco de TE quando aumentados no sangue, e que estão, por sua vez, intimamente relacionados com a dieta. No entanto, o consumo de suplementos de folato, vitamina B6 e ácido graxo ômega-3 (presente no peixe) não se associa com diminuição do risco: “ao contrário dos suplementos de nutrientes isoladamente, alimentos como o peixe, frango, grãos integrais, batatas, cenouras, legumes e bananas oferecem compostos alimentares que promovem a saúde vascular e previnem a ocorrência de eventos tromboembolíticos”, postulam os autores. “Provavelmente existe um efeito sinérgico entre os alimentos e seus componentes nutritivos e não-nutritivos em que a soma das partes constituintes da dieta tem efeitos maiores na saúde do que os efeitos de cada nutriente.”
Os autores fazem esse comentário pelo fato de não terem encontrado relação de dose-resposta ou de tendência quanto ao consumo desses nutrientes e o risco: a associação verificou-se apenas quanto aos alimentos e aos padrões dietéticos. Por isso e porque não encontraram a mesma associação quando controlaram as variáveis pelos fatores de coagulação sangüínea, “não foi possível confirmar o papel destes como intermediários entre a ingestão da dieta e o TE.
“Nossos achados oferecem evidência de que uma dieta abundante em vegetais e peixe e com pouca carne vermelha está associada com menor risco para TE”, concluem. “Potenciais estratégias preventivas incluem manter uma dieta saudável.”
Referência(s)
Steffen LM, Folsom AR, Cushman M, Jacobs DR Jr, Rosamond WD. Greater fish, fruit, and vegetable intakes are related to lower incidence of venous thromboembolism: the Longitudinal Investigation of Thromboembolism Etiology. Circulation. 2007;115(2):188-95.
Data Edição: 19/03/07
Fonte: Nutritotal
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