Estudo revela por que comer brócolis ajuda contra o câncer de próstata
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Pesquisas anteriores já associavam uma dieta com a verdura a uma diminuição dos riscos de desenvolver a doença e de que ela se torne mais agressiva, mas os cientistas até agora não sabiam ao certo porque isso acontecia.
Segundo os pesquisadores do Instituto de Pesquisas sobre Alimentos de Norwich (sudeste da Grã-Bretanha), comer brócolis produz mudanças na produção, desencadeada por certos genes, de proteínas chamadas fatores de crescimento, como o TGF Beta 1 e o EGF.
Fatores de crescimento tipicamente estimulam a divisão ou o desenvolvimento celular e, com freqüência, desempenham um papel na evolução do câncer.
Crucíferos
Para o estudo, durante um ano, dois grupos de homens considerados sob risco de desenvolver câncer de próstata comeram ou 400 gramas de brócolis ou 400 gramas de ervilhas por semana, além de sua dieta normal.
Amostras de tecidos foram retiradas de suas próstatas aos seis meses da experiência e por ocasião de sua conclusão, e foi medida a atividade de vários genes.
No caso dos homens que comeram brócolis, a análise dessas amostras mostrou a alteração na produção de fatores de crescimento como o TGF beta 1 e o EGF, assim como do hormônio insulina (também associado à evolução do câncer de próstata e outros tumores).
Os estudos anteriores demonstraram que dietas ricas em vegetais da família dos crucíferos, como brócolis, couve-flor, repolho e agrião, podem reduzir o risco de câncer.
Mas "este é o primeiro estudo que dá evidências experimentais obtidas em seres humanos que dão conta de que dietas ricas em vegetais crucíferos podem reduzir o risco de câncer na próstata", disse Richard Mithen, biólogo do Instituto Pesquisas sobre Alimentos que liderou o estudo.
Outros vegetais e frutas
Os resultados deste estudo sugerem que quantidades relativamente baixas de crucíferos na dieta podem ter um grande efeito na atividade dos genes.
"Outras frutas e vegetais também demonstraram reduzir o risco de câncer na próstata e provavelmente agem por outros mecanismos", disse o Mithen.
"Quando nós entendermos isto, poderemos dar recomendações dietéticas muito melhores, em que combinações específicas de frutas e vegetais provavelmente terão benefícios especiais."
Por enquanto, ele aconselha a ingestão de duas a três porções de vegetais crucíferos por semana.Fonte:BBC Brasil
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