Emerge surto de gripe das aves

Uma equipa de peritos da Organização Mundial de Saúde (OMS) está a deslocar-se para o norte do Paquistão para investigar um grupo de pelo menos oito casos de gripe das aves em pessoas que vivem perto da fronteira afegã.

A equipe vai tentar estabelecer se a doenças está a alastrar e se os casos terão origem em transmissão pessoa a pessoa.

Casos de gripe das aves continuam a surgir por todo o mundo, principalmente na Indonésia e nesta época, a mais fria do ano, é quando se espera que a gripe atinja mais fortemente o hemisfério norte.

Mas este último surto está a preocupar os peritos porque envolve o maior número de casos relacionados de perto desde que um grupo de oito pessoas infectadas foi relatado na Indonésia em Maio de 2006.

"Até agora, não estamos a ver nada de diferente do que as situações anteriores de surtos de H5N1", diz Gregory Hartl, porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), cuja informação actual provém directamente das autoridades locais paquistanesas.

Os casos paquistaneses começaram em meados de Novembro, ou talvez um pouco antes, quando cinco membros da mesma família adoeceram em Abbottabad, a norte de Islamabad. Dois dos irmãos já morreram, um dos quais foi enterrado antes de poder ser testado para o H5N1.

Em Dezembro, um homem e a sua sobrinha na mesma cidade foram diagnosticados com H5N1. Pensa-se que tenham trabalhado na mesma quinta que a primeira família infectada. Outro homem teve o diagnóstico de H5N1 numa cidade próxima e outro caso está em investigações, não estando ainda confirmado mas podendo elevar o núcleo contaminado para nove pessoas.

O Paquistão tem tido surtos repetitivos de gripe das aves nas aves de capoeira ao longo dos últimos dois anos.

A equipa da OMS vai seguir, tratar e testar pessoas que tenham estado em contacto com os casos infectados. O seguimento dessas situações na zona será crucial para estabelecer se o vírus se tornou mais virulento ou se está a mostrar sinais de propagação.

Entretanto, as autoridades de saúde paquistanesas estão a analisar os registos hospitalares dos últimos meses para ver, em retrospectiva, se terá ocorrido algum aumento na taxa de incidência de doenças respiratórias.

A transmissão pessoa a pessoa não pode ser eliminada, diz Hartl, pois já ocorreu de forma limitada em várias ocasiões no passado. Testes a 40 pessoas que tiveram contacto com os pacientes foram, até agora, negativos. A sequenciação genética irá ajudar a detectar rigorosamente o modo de transmissão e se algumas alterações genéticas importantes ocorreram no vírus.

O grupo de casos do Paquistão salienta os obstáculos enfrentados pela OMS na contenção da propagação caso surja uma pandemia da estirpe H5N1.

A estratégia exige um diagnóstico precoce dos casos, na esperança que um tratamento prévio com antivirais possa conter a pandemia antes que esta saia totalmente do controlo. Modelos de computador sugerem que para que haja qualquer hipótese de sucesso nessa abordagem, a OMS teria uma janela de três semanas, no máximo, para esse diagnóstico.

Mas ainda que os primeiros casos tenham ocorrido o mais tardar em meados de Novembro, o Paquistão só informou oficialmente a OMS a 12 de Dezembro, um dia depois das primeiras notícias terem surgido nos meios de comunicação social. A OMS tornou os casos públicos a 15 de Dezembro.

Na última sexta-feira, a OMS também confirmou o primeiro caso em Myanmar: uma rapariga de 7 anos de Kyaing Tone Township, Shan State, que foi hospitalizada no final de Novembro e já recuperou. Uma equipa da OMS não encontrou, até agora, qualquer evidência de infecções nos contactos ou na zona da paciente.

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Fonte: Simbiotica

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