ALERTA – Soja: Tragédia e Engodo.
Terceiro Simpósio Internacional da Soja
ALERTA – Soja: Tragédia e Engodo.
(http://www.WestonAPrice.org/soy/tragedy.html.)
Sally Fallon e Mary Enig, PhD.
Primeira publicação em Nexus Magazine, volume 7, número 3, abril/maio de 2000.
(Todos os direitos reservados – Sally Fallon e Mary Enig, PhD. 2000.)
1. Propaganda –Marketing– do alimento perfeito.
2. O lado sombrio da Cinderela.
3. Proteína isolada da soja.
4. O parecer do FDA (Administração de Alimentos e Fármacos dos EUA) sobre saúde.
5. Soja e câncer.
6. Fitoestrogênios – Panacéia ou veneno ?
7. Pílulas anticoncepcionais para nenês.
8. Divergências nas avaliações.
9. Status de GRAS (General Recognized As Safe – Reconhecido Em Geral Como Seguro).
10. O próximo asbesto (amianto) ?
11. Referências.
Longe de ser um alimento perfeito, os modernos produtos feitos de soja contém antinutrientes e toxinas, interferindo com a absorção de vitaminas e minerais.
“Cada ano, pesquisas a respeito dos efeitos da soja e seus componentes sobre a saúde parecem crescer exponencialmente. Mesmo que não esteja se expandindo realmente em áreas básicas de averiguação como são as doenças do coração, o câncer e a osteoporose; novas descobertas vislumbram de que a soja tem benefícios potenciais que podem ser muito mais amplos do que jamais se imaginou.” Assim escreve Mark Messina, PhD, Coordenador Geral do Terceiro Simpósio Internacional sobre a Soja, ocorrido em Washington, DC, em novembro de 1999. [1]
Por quatro dias, cientistas reunidos em Washington, prodigamente financiados, fizeram suas apresentações tanto para uma imprensa maravilhada como para seus patrocinadores: – United Soybean Board (União dos Conselhos da Soja), American Soybean Association (Associação Americana da Soja), Monsanto, Protein Technologies International (Tecnologias Internacionais sobre Proteína), Central Soya, Cargill Foods, Personal Produts Company (Companhia de Produtos Pessoais), SoyLife, Whitehall-Robins Healthcare (Produtos Farmacêuticos Whitehall-Robins) além dos Conselhos da Soja dos estados de Illinois, Indiana, Kentucky, Michigan, Minnesota, Nebraska, Ohio e Dakota do Sul.
O Simpósio marcou o apogeu de uma campanha de marketing, de uma década, destinada a cativar o consumidor pela aceitação do tofú, do leite de soja, sorvete de creme de soja, queijo de soja, salsicha de soja bem como seus derivados, destacadamente as isoflavonas como a genisteína e a diadzeína, compostos tipo estrogênios (nt.: hormônios femininos) encontrados na soja. Este evento coincide com a decisão da U.S.Food and Drug Administration (FDA-Adminstração de Alimentos e Fármacos dos EUA) de aclamar a necessidade, para a saúde, do consumo de produtos que tenham “baixas taxas de gordura saturada e colesterol”, pela presença de 6,25 gramas de proteína de soja por porção, feita em 25 de outubro deste mesmo ano de 1999. Cereais para o café da manhã, produtos de panifícios, alimentos pré-prontos, misturas prontas e substitutos de carne poderiam agora ser vendidos com rótulos anunciando os benefícios para a saúde cardiovascular: desde que contenham uma colher de chá cheia de proteína de soja por 100 gramas por porção.
Marketing do alimento perfeito.
“Simplesmente imagina que poderás cultivar o legítimo alimento perfeito. Não só para fornecer nutrição necessária, mas também por ser deliciosa e preparada facilmente, de várias formas. Será muito saudável por ter gordura não saturada. Estarás então cultivando de fato, uma fonte virtual de juventude para o último quarto de tua vida.” O autor desta declaração é Dean Houghton, feita para The Furrow,[2] uma revista editada, em 12 línguas, pela fábrica de máquinas agrícolas John Deere. “Este alimento ideal poderá ajudar a previr e talvez reverter algumas das doenças mais temíveis da humanidade. Poderás cultivar esta planta milagrosa em variados tipos de solos e climas. Seu cultivo poderá beneficiar e não degradar a terra .... este alimento milagroso realmente existe .... Chama-se soja.”
Simplesmente imagina. E os agricultores usaram sua imaginação ... e plantaram mais soja. O que era um cultura menor, listada em 1913 pelo anuário do US Department of Agriculture (USDA - Ministério da Agricultura dos EUA) não como um alimento, mas como um produto industrial, agora cobre em torno de 17 milhões de hectares de terra agrícola nos EUA. Muito do que é colhido será destinado à alimentação de galinhas, perus, porcos, vacas e salmões. Outra larga porção será prensada para produzir óleo para margarina, gordura vegetal e tempero para saladas.
Avanços tecnológicos tornaram possível produzir proteína isolada da soja daquilo que outrora foi considerado um resíduo – a fibra desengordurada da alta proteína de soja – e então transformá-la em alguma coisa que, parecendo e cheirando terrivelmente, pudesse ser consumida por seres humanos. Flavorizantes, preservativos, adoçantes, emulsificantes e nutrientes sintéticos puderam transformar a proteína isolada da soja, o patinho feio dos processadores de alimentos, numa Cinderela da New Age.
Ultimamente, este novo conto de fadas dos alimentos está sendo vendido não tanto por sua beleza, mas por suas virtudes.
Desde logo, produtos baseados na proteína isolada da soja foram vendidos como “extenders” e substitutos da carne – uma estratégia que falhou em produzir a necessária demanda de consumo. A indústria alterou sua abordagem. “O caminho mais rápido para ganhar a aceitabilidade de um produto numa sociedade pouco abundante”, disse um porta-voz da indústria, “é ter o produto consumido por seus próprios méritos numa sociedade rica, opulenta.”[3] Assim a soja é agora vendida para um consumidor diferenciado, não mais como um alimento barato e dirigido à pobreza, mas sim como um substância milagrosa que previne doenças do coração e o câncer, que varre os “calorões” da menopausa, constrói ossos fortes e mantém-nos jovens para sempre. Os competidores – carne, leite, queijo, manteiga e ovos – foram convenientemente demonizados pelos organismos governamentais apropriados. A soja serve como leite e como carne para as novas gerações de virtuosos vegetarianos.
Marketing custa dinheiro, especialmente quando ele precisa ser amparado em “pesquisas”. Mas há fartura de recursos disponíveis. Todos os produtores de soja pagam obrigatoriamente um percentual, entre meio e um por cento, do preço líquido de mercado da soja. O total, em torno de 80 milhões de dólares anualmente, [4] mantém o programa da United Soybean para “fortalecer a posição da soja no mercado, além de manter e expandir os mercados doméstico e estrangeiro quanto ao seu emprego e de seus derivados”. Os Conselhos Estaduais da Soja de Maryland, Nebraska, Delaware, Arkansas, Virginia, Dakota do Norte e Michigan entram com outros 2,5 milhões de dólares para “pesquisas”.[5] Companhias privadas como Archer Daniels Midland contribuem nesta parceria. Esta gastou, durante um ano, 4.7 milhões de dólares com a publicidade do programa Meet the Press e 4,3 milhões de dólares no Face the Nation.[6] Firmas de relações públicas auxiliam convertendo projetos de pesquisas em artigos para jornais e para propaganda. Paralelamente, escritórios de advocacia fazem pressão para regulamentações governamentais favoráveis. Dinheiro do IMF (FMI – Fundo Monetário Internacional) financia plantas industriais para processarem soja em países estrangeiros (nt.: fora dos EUA), além de políticas de livre mercado permitindo um fluxo abundante de soja para destinos além mar.
A investida para mais soja tem sido implacável e globalizante, em sua escalada. Proteína de soja é agora encontrada na maioria dos pães de supermercado. Ela foi utilizada para transformar “a humilde ‘tortilla’, alimento, básico do México feito à base de milho, numa ‘super-tortilla’, fortificada com proteína que poderá ser dada como um alimento reforçado para os quase 20 milhões de mexicanos que vivem em extrema pobreza”. [7] Propaganda de um novo pão enriquecido com soja da Allies Bakeries (nt.: Padarias Unidas) da Inglaterra, é dirigida a mulheres na menopausa que buscam alívio para seus calorões. As vendas pularam para um quarto de milhão de pães por semana. [8]
A indústria da soja contratou a Norman Robert Associaties, uma firma de relações públicas, para “introduzir mais produtos de soja nas merendas escolares”. [9] O USDA (nt.: Ministério da Agricultura dos EUA) respondeu com uma proposta de desprezar o limite de 30% de soja nas merendas escolares. O programa NuMenu pretende empregar ilimitadamente soja no alimento dos alunos. Com a soja adicionada a hamburgers, “tacos”, lasanhas e dietéticos, poderão chegar no conteúdo total de gorduras abaixo de 30 por cento de calorias, desse modo compatível aos ditames governamentais. “Com o enriquecimento de soja nos itens alimentares, os estudantes recebem melhores porções de nutrientes e menos colesterol e gordura”.
O leite de soja atingiu os maiores ganhos, elevando-se de 2 milhões de dólares em 1980 para 300 milhões, nos Estados Unidos, no último ano (nt.: 1998) [10] Avanços recentes em processamento, transformaram a bebida asiática cinza, diluída, amarga e com gosto de feijão num produto que o consumidor ocidental aceitará – que tenha gosto de milkshake, mas sem culpas.
Processamento miraculoso, belas embalagens, propaganda massiva e estratégias de marketing que salientem os possíveis benefícios de saúde do produto contam para incrementar vendas em todos os grupos etários. Por exemplo, relatos de que a soja auxilia na prevenção do câncer de próstata fizeram o leite de soja aceitável para homens na meia idade. “Tu não precisas sacudir os braços de um homem entre 55 e 60 anos para levá-lo a provar o leite de soja”, diz Mark Messina. Michael Milken, um personagem conhecido no mundo das finanças, auxiliou a indústria a mudar sua imagem de hippie com os esforços bem direcionados da propaganda quando dizia consumir 40 gramas de proteína de soja diariamente. Agora está tudo OK para os operadores da bolsa de valores consumirem soja.
Hoje a América, amanhã, o mundo. As vendas do leite de soja cresceram no Canadá, apesar de lá seu custo ser duas vezes maior do que o leite de vaca. Indústrias de processamento do leite da soja estão surgindo em lugares como o Quênia.[11] Mesmo a China, onde a soja é realmente um alimento típico da pobreza e a população está querendo mais carne e não tofú, optou por construir fábricas de soja no estilo ocidental apesar de estar desenvolvendo pastagens, tipo ocidental, para alimentar animais.[12]
O lado obscuro da Cinderela.
A propaganda que criou o milagre de vendas da soja, é assim tão extraordinária porque, há poucas décadas atrás, esta leguminosa era considerada imprópria para alimentação, mesmo na Ásia. Durante a Dinastia Chou (246 AC) a soja era considerada um dos cinco grãos sagrados, juntamente com a cevada, o trigo, o painço e o arroz. Entretanto, o pictograma da soja que data daqueles tempos, indica que não foi utilizado inicialmente como alimento. Enquanto que os pictogramas para os outros quatro grãos mostram sementes e ramos das plantas, o pictograma da soja enfatiza a estrutura das raízes. A literatura agrícola da época menciona freqüentemente a soja e seu emprego como rotação de culturas. Aparentemente, a planta da soja foi inicialmente utilizada como um método de fixação de nitrogênio (nt.: a soja, como outras leguminosas, desenvolve uma relação simbiôntica, em suas raízes, com bactérias fixadoras de nitrogênio da atmosfera, podendo ser utilizada como enriquecedora da fertilidade e da vida do solo). [13]
A soja não serviu como alimento até a descoberta das técnicas de fermentação, em algum tempo na Dinastia Chou. Os primeiros alimentos de soja foram produtos fermentados como tempeh, natto, miso e shoyo. Tempos depois, provavelmente no segundo século AC, os cientistas chineses descobriram que o purê de soja cozida poderia ser precipitado com sulfato de cálcio ou sulfato de magnésio (gesso ou sais de Epsom) para fazer uma pálida e suave coalhada – tofu ou coalhada de feijão. A utilização de produtos de soja fermentados ou preparados, logo se espalharam por outras regiões do Oriente, notadamente Japão e Indonésia.
Os chineses não comem soja não fermentada, como fazem com outras leguminosas como a lentilha, porque ela soja contém grandes quantidades de toxinas naturais ou “antinutrientes”. Primeiro, entre eles estão potentes enzimas que bloqueiam a ação da tripsina e outras enzimas, necessárias para a digestão protéica. Estes inibidores são proteínas grandes e firmemente dobradas que não são desativadas completamente durante um cozimento comum. Podem causar sérios distúrbios gástricos, reduzindo a digestão protéica e gerando deficiência crônica na absorção de aminoácidos. Em testes com animais, dietas ricas em inibidores de tripsina causam aumento e condições patológicas do pâncreas, incluindo câncer. [14]
A soja contém também hemaglutina, substância que promove a coagulação levando os glóbulos vermelhos do sangue a se aglutinarem.
Inibidores da tripsina e as hemaglutinas são inibidores do crescimento. Ratos desmamados, alimentados com soja que continha estes antinutrientes, falharam em seu crescimento normal. Já os componentes que deprimem o crescimento são desativados durante o processo de fermentação. Só quando os chineses descobriram como fermentar a soja foi que começaram a incorporar alimentos feitos com ela, em suas dietas. Em produtos precipitados, os inibidores enzimáticos concentram-se mais no líquido do que na massa do coalho. Assim, tanto no tofú como na massa do coalho, os depressores de crescimento são reduzidos em quantidade, mas não completamente eliminados.
A soja também contém agentes goitrogênicos – substâncias que deprimem a função da tireóide.
Tem também altos teores de ácido fítico, presente no farelo ou na casca de todas as sementes. É uma substância que pode bloquear a absorção de minerais – cálcio, magnésio, cobre, ferro e, especialmente, o zinco – no trato intestinal. Apesar de não ser um termo familiar, o ácido tem sido extensivamente estudado. Existem literalmente centenas de artigos sobre os efeitos do ácido fítico na bibliografia científica disponível. Os cientistas em geral concordam que dietas baseadas em grãos e leguminosas com altos teores de ácido fítico contribuem para amplas deficiências de minerais nos países do terceiro mundo. [15] Análises demonstram que cálcio, magnésio, ferro e zinco estão presentes nos alimentos vegetais comidos nestas áreas, mas o alto conteúdo de fitatos nas dietas baseadas em soja e grãos impede que sejam absorvidos.
A soja tem um dos mais altos níveis de fitatos de todos os grãos ou leguminosas que já foram estudados, [16] sendo altamente resistentes às técnicas normais de sua redução, tais como a lenta e prolongada cocção. [17] Somente longos períodos de fermentação reduzirão significativamente o conteúdo de fitatos das sojas. Quando produtos de soja precipitados tipo tofú são consumidos com carne, os efeitos bloqueadores de minerais dos fitatos são reduzidos. Os japoneses tradicionalmente comem pequenas quantidades de tofú ou miso como parte de uma sopa de peixe rica em minerais, seguida de uma porção de carne ou peixe.
Os vegetarianos que consomem tofú ou coalhada do grão com um substituto para a carne ou produtos lácteos corre o risco de severa deficiência mineral. Os resultados da deficiência de cálcio, magnésio e ferro são bem conhecidos, já os de zinco menos.
O zinco é chamado mineral da inteligência porque ele é necessário para o ótimo desenvolvimento e funcionamento do cérebro e do sistema nervoso. Desempenha papel na síntese das proteínas e na formação do colágeno. Está envolvido no mecanismo do controle do açúcar no sangue e assim protege contra a diabete. Também é necessário para um sistema reprodutivo saudável. O zinco é um componente chave em numerosas enzimas vitais e desempenha um papel no sistema imunológico. Os fitatos encontrados nos produtos de soja interferem com a absorção de zinco mais intensamente do que com outros minerais. [19] A deficiência de zinco pode causar uma sensação de “desligamento” que alguns vegetarianos podem confundir com uma “alta” iluminação espiritual.
O consumo de leite é tido como uma das razões porque a segunda geração de japoneses nascidos na América teve maior altura do que seus antepassados no Japão. Alguns investigadores postulam que a quantidade reduzida de fitatos na dieta americana – quaisquer que sejam suas outras deficiências – é a verdadeira explicação, evidenciando que ambas as crianças, asiáticas e ocidentais, que não tiveram acesso suficiente a carnes, peixes e seus derivados para se contrapor aos efeitos da dieta com altas doses de fitatos, freqüentemente sofrem de raquitismo, retardos e outros problemas de crescimento. [20]
Proteína isolada da soja.
Os processadores da soja trabalharam arduamente para terem estes antinutrientes fora dos produtos finais, particularmente a proteína isolada da soja (nt.: soy protein isolate – SPI). É o ingrediente chave na maioria dos alimentos à base de soja que imitam a carne e os produtos lácteos, incluindo fórmulas infantis e algumas marcas de leite de soja.
A proteína de soja não é algo que possamos fazer em nossa própria cozinha. A produção tem lugar nos complexos industriais onde uma pasta fluida de soja é mistura com uma solução alcalina para remover sua fibra. É então precipitada e separada utilizando um banho ácido e finalmente neutralizada numa solução alcalina. O banho ácido em tanques de alumínio libera altos níveis deste metal para o produto final. Os coalhos resultantes são borrifados para serem secados sob altas temperaturas para a produção de um pó rico em proteína. O insulto derradeiro à soja original é o processo de extrusão da proteína isolada da soja, sob altas temperatura e pressão, para produzir proteína texturizada vegetal (nt.: textured vegetable protein – TVP).
A maioria do conteúdo dos inibidores da tripsina pode ser removida através do processo de alta temperatura, mas não a sua totalidade. A quantidade destes inibidores na proteína isolada de soja pode variar em até cinco vezes.[21] (Em ratos, mesmo alimentados com baixos níveis de inibidores da tripsina, ainda reduz os ganhos de peso quando comparados com os da população controle.[22]) Paralelamente, o processo de altas temperaturas apresenta um efeito colateral indesejável, o de desnaturar outras proteínas da soja, tornando-as totalmente ineficazes.[23] É por isto que animais alimentados com soja necessitam uma suplementação de lisina para seu crescimento ser normal.
Os nitritos, potentes carcinogênicos, são formados durante o processo de secagem por borrifação e uma toxina chamada lisinoalanina é formada durante o processamento alcalino.[24] Numerosos flavorizantes artificiais, particularmente o MSG, são adicionados tanto à proteína isolada de soja como à proteína texturizada vegetal para mascarar seu gosto “a feijão” e dando-lhes um sabor de carne.[25]
Em experimentos com alimento, o uso da SPI aumenta as exigências por vitaminas D, E, K e B12 e gera sintomas de deficiência de cálcio, magnésio, manganês, molibdênio, cobre, ferro e zinco.[26] O ácido fítico remanescente nestes produtos derivados da soja, inibe grandemente a absorção do zinco e do ferro. Testes em animais alimentados com SPI desenvolvem aumento de órgãos, particularmente do pâncreas e da glândula tireóide, e depósitos aumentados de ácidos graxos no fígado.[27]
Tanto a proteína isolada como a proteína texturizada vegetal ainda são largamente utilizadas nos programas de merenda escolar, na panificação comercial, nas bebidas dietéticas e nos produtos do fast food. São intensamente promovidos como alimentos nos países do terceiro mundo e formam a base de muitos programas de doação de alimentos.
Apesar dos pobres resultados das experimentações como alimento em animais, a indústria da soja financiou uma série de estudos destinados a demonstrar que os produtos da proteína de soja podem ser utilizados em dietas humanas como um substituto aos cardápios tradicionais. Um exemplo é o Nutritional Quality of Soy Bean Protein Isolates: Studies in Children of Preschool Age (Qualidade Nutricional da Proteína Isolada da Soja: Estudos em Crianças de Idade Pré-escolar), patrocinado pela Ralston Purina Company (nt.: multinacional de rações conhecida entre nós pelo nome de Purina).[28] Um grupo de crianças da América Central que sofria de subnutrição foi primeiramente estabilizado e levado a uma melhor saúde ao ser nutrido com alimentos nativos, incluindo carne e produtos lácteos. Então, por um período de duas semanas, estes cardápios tradicionais foram substituídos por uma bebida feita com proteína de soja isolada e açúcar. Todo o nitrogênio, ingerido e excretado, foi medido num verdadeiro estilo Orwelliano (nt: lembrando, provavelmente George Orwell, autor do livro “1984”). Cada manhã as crianças nuas foram pesadas e todo excremento e vômito foi coletado para análise. Os pesquisadores detectaram que as crianças retiveram nitrogênio e que seus crescimentos foram “adequados”. Assim, o experimento foi declarado um sucesso.
Se as crianças estão atualmente saudáveis sob tal dieta ou podem permanecer assim por um longo período, isto é outra história. Os pesquisadores detectaram: que as crianças vomitavam “ocasionalmente”, usualmente depois de terminada a refeição; que mais da metade sofreu por períodos de diarréia moderada; que alguns tiveram infecções nas vias respiratórias superiores; e, que outras sofreram de erupções na pele e febre.
Pode-se perceber que os pesquisadores não ousaram utilizar produtos de soja para auxiliarem as crianças a reverterem sua subnutrição, sendo obrigados a suplementar esta bebida de soja e açúcar, com nutrientes largamente ausentes em produtos de soja – notadamente vitaminas A, D e B12, ferro, iodo e zinco.
O parecer da FDA sobre saúde.
A melhor estratégia de marketing para um produto que é intrinsecamente insalubre é, evidentemente, ter um parecer sobre saúde.
“O caminho para a aprovação pelo FDA (nt.: US Food and Drugs Administration – Administração de Alimentos e Fármacos dos EUA)”, escreve uma apologista da soja, “foi longo e exigente, constituindo-se numa detalhada revisão dos dados clínicos humanos, coletados em mais de 40 estudos científicos conduzidos por mais de 20 anos. Achou-se que a proteína da soja seria um dos raros alimentos que apresentam suficiente evidência científica não só para qualificar o propósito do parecer da FDA, mas para ultrapassar finalmente o rigoroso processo de aprovação.”[29]
O “longo e exigente” caminho para a aprovação pela FDA levou a alguns desvios inesperados. A petição original, submetida pela Protein Technology International- PTI, requeria um parecer em termos de saúde sobre as isoflavonas, compostos tipo hormônio feminino estrogênio encontrado em abundância na soja, baseado em afirmativas de que “somente a proteína da soja que foi processada de maneira na qual as isoflavonas ficassem retidas, poderá resultar no abaixamento dos teores de colesterol”. Em 1998, a FDA fez um movimento nunca visto para reescrever a petição da PTI, removendo quaisquer referência a fitohormônios (ou fitoestrogênios) e substituindo o parecer para proteína de soja. Um movimento completamente contrário às regulamentações do órgão federal. A FDA está autorizada a emitir pareceres somente sobre as substâncias apresentadas pela petição.
A mudança abrupta de direção foi, sem dúvida, devido ao fato de que um número de pesquisadores, incluindo cientistas vinculados ao governo dos EUA, encaminhou documentos indicando que as isoflavonas são tóxicas.
A FDA também recebeu, no início de 1998, o relatório final do governo britânico sobre fitoestrogênios que malogrou na busca de evidências benéficas e adverte em relação à potencialidade de efeitos adversos. [30]
Mesmo com a troca para a proteína isolada de soja, os burocratas da FDA, engajados num “rigoroso processo de aprovação”, foram forçados a conduzir-se sub-repticiamente em relação às preocupações quanto aos efeitos dos bloqueadores de minerais, dos inibidores enzimáticos, da goitrogenicidade, da disfunção endócrina, dos problemas reprodutivos e do aumento de reações alérgicas pelo consumo de produtos de soja. [31]
Uma das mais fortes contestações, veio dos Drs. Dan Sheehan e Daniel Doerge, pesquisadores públicos ligados ao National Center for Toxicological Research (nt.: Centro Nacional de Pesquisa Toxicológica).[32] Seus apelos por rótulos de advertência foram rejeitados como injustificados.
“Evidência científica suficiente” quanto às propriedades da soja como redutora dos níveis de colesterol, foi extensamente moldada pela meta-análise, feita em 1995, pelo Dr. James Anderson e financiada pela Protein Technologies International e publicada no New England Journal of Medicine.[33]
Meta-análise é uma revisão e um resumo dos resultados de muitos estudos clínicos sobre algum tema específico. O emprego da meta-análise para delinear conclusões gerais, é encarado com grande ceticismo por membros da comunidade científica. “Pesquisadores substituindo experimentos mais rigorosos por meta-análises arriscam-se a fazer suposições equivocadas e ceder a considerações criativas,” disse Sir John Scott, presidente da Royal Society of New Zealand.[33]
Há uma tentação que paira sobre os pesquisadores, particularmente aqueles que são financiados por companhias como a Protein Technologies International, em ignorar estudos que possam frustrar suas desejadas conclusões. O Dr. Anderson rejeitou oito estudos por várias razões, ficando com um saldo de vinte e nove. O relatório publicado sugere que indivíduos com níveis de colesterol acima de 250 mg/dl podem experimentar uma redução “significativa” de 7 a 20% em seus níveis de colesterol se substituírem a proteína animal pela proteína de soja. A redução de colesterol será insignificante para indivíduos cujo colesterol está mais baixo do que 250 mg/dl.
Em outras palavras, para a maioria de nós, desistir da carne e, ao invés disso, alimentar-se com carne de soja não representará redução nos níveis de colesterol no sangue. O parecer sobre saúde que a FDA aprovou “depois de detalhada revisão dos dados clínicos humanos”, não informa ao consumidor estes importantes detalhes.
Pesquisa que conecta soja a efeitos positivos sobre os níveis de colesterol é “incrivelmente imatura”, afirma Ronald M. Krauss, MD, coordenador do Molecular Medical Research Program (nt.: Programa de Pesquisa Médica Molecular) e do Lawrence Berkeley National Laboratory (nt.: Laboratório Nacional Lawrence Berkeley). [35] Ele poderia ter acrescentado que estudos nos quais os níveis de colesterol foram rebaixados através de dieta e medicamentos resultaram consistentemente em um maior número de mortes nos grupos sob tratamento quando comparados com os controles – mortes por derrame cerebral, câncer, distúrbios intestinais, acidentes e suicídios.[36] Medidas para a redução do colesterol nos EUA, abasteceram a indústria do controle do colesterol com 60 bilhões de dólares por ano. Entretanto não protegeram dos estragos das doenças cardíacas.
Soja e câncer.
As novas regras da FDA não admitem quaisquer declarações sobre a prevenção do câncer nas embalagens dos alimentos, mas nada impede que a indústria e seus marqueteiros o façam em seus materiais promocionais.
“Além de proteger o coração”, afirma um material de propaganda de uma companhia de vitaminas, “a soja tem demonstrado benefícios poderosos como anticancerígeno ... os japoneses que consomem 30 vezes mais soja do que os norte-americanos, têm baixas incidências de câncer de mama, útero e próstata.”[37]
Sem dúvida, isto é verdade. Mas os japoneses, e os asiáticos em geral, têm índices muito maiores de outros tipos de cânceres, particularmente câncer de esôfago, estômago, pâncreas e fígado.[38] Asiáticos em toda parte do mundo têm também altos níveis de cânceres da tireóide.[39] A lógica que conecta baixos índices de cânceres do sistema reprodutivo em relação ao consumo de soja relaciona-se ao privilégio de altos índices de cânceres da tireóide e do aparelho digestivo a estes mesmos alimentos, particularmente porque a soja causa este mesmo tipo de cânceres em ratos de laboratório.
Na verdade, quanto de soja consomem os asiáticos ? Um levantamento, feito em 1998, detectou que a média diária do consumo de proteína de soja no Japão estava em torno de oito gramas para homens e sete para mulheres – menos do que duas colheres de chá. [40] O famoso Cornell China Study, conduzido por Colin T. Campbell, detectou que o consumo de leguminosas variava, na China, entre zero e 58 gramas por dia, com a média em torno de 12 gramas. [41] Assumindo de que 2/3 do consumo de leguminosas é de soja, então o consumo máximo está entre 40 gramas. Ou seja, menos do que três colheres de sopa por dia, com uma média de consumo girando em nove gramas, ou menos do que duas colheres de chá. Um levantamento conduzido nos anos trinta encontrou que os alimentos de soja somavam somente 1,5% das calorias na dieta dos chineses, comparados com os 65% que provinham de origem suína.[42] (Os asiáticos cozinham, tradicionalmente, com banha e não gordura vegetal !).
Os produtos fermentados de soja tradicionalmente resultam num delicioso e natural tempero que pode suprir importantes fatores nutricionais na dieta dos asiáticos. Mas, exceto em épocas de fome, os asiáticos consomem produtos de soja em pequenas quantidades, como condimento e não como substituto para o alimento de origem animal – com uma única exceção. Os monges celibatários que vivem em monastérios e levam um estilo de vida vegetariano, encontram nos alimentos de soja uma grande oportunidade de lhes reduzir a libido.
Foi a meta-análise feita, em 1994, por Mark Messina e publicada em Nutrition and Cancer, que alimentou as especulações sobre as propriedades anticarcinogênicas da soja.[43] Messina observou que 26 trabalhos feitos com animais, 65% reportavam efeitos protetores da soja. Convenientemente, negligenciou a inclusão de pelo menos um estudo no qual a nutrição feita com soja causava câncer de pâncreas – estudo de 1985, feito por Rackis.[44] Em estudos humanos por ele compilados, os resultados foram variados. Poucos mostravam efeitos protetores. No entanto, a maioria demonstrava não haver nenhuma correlação entre o consumo de soja e os níveis de câncer. Ele concluiu que “os dados nesta revisão não podem ser utilizados para se afirmar que o consumo de soja diminui os riscos de câncer”. No entanto em seu livro, The Simple Soybean and Your Health (nt.:“A humilde soja e sua saúde”), Messina faz a mesma sugestão ao recomendar uma xícara ou 230 gramas de produtos de soja por dia em sua “ótima” dieta como uma forma de prevenção ao câncer.
Milhares de mulheres estão agora consumindo soja na crença de que estão protegidas contra o câncer de mama. No entanto, em 1996, pesquisadores detectaram mulheres que, consumindo proteína isolada de soja, tinham incidência aumentada de hiperplasia epitelial, uma condição que antecede a malignidade.[45] Um ano depois, numa dieta com genisteína percebeu-se que estimula células de mama a entrarem no círculo celular – uma descoberta que levou os autores do estudo a concluírem que mulheres não devem consumir produtos de soja como prevenção ao câncer de mama.[46]
Fitoestrogênios – panacéia ou veneno ?
Os espécimes masculinos de pássaros tropicais carregam a pouco atraente plumagem da fêmea ao nascer “colorindo-se” na maturidade, algo entre o nono e vigésimo quarto mês.
Em 1991, Richard Valerie James, criador de pássaros em Whangerai, Nova Zelândia, adquire uma nova fórmula de ração para seus pássaros – baseada especificamente na proteína de soja.[47] Quando esta ração baseada na soja foi utilizada, seus pássaros “coloriram-se” em alguns meses logo após o nascimento. De fato, um dos fabricantes da ração para pássaros declarou que este desenvolvimento precoce era uma vantagem atribuída a este alimento. Uma propaganda de 1992, da fórmula do alimento Roudybush, mostrava uma foto de um macho Crimson rosella, um papagaio australiano que adquire sua bela plumagem vermelha entre o décimo oitavo e vigésimo quarto mês, já brilhantemente colorido na décima primeira semana.
Infelizmente, nos anos seguintes, houve uma decrescente fertilidade dos pássaros, a ocorrência de maturidade precoce, de filhotes deformados, raquíticos e mesmo natimortos, com mortes prematuras, especialmente entre as fêmeas, com tal situação nos criatórios que a população total entra em completo declínio. Os pássaros sofrem deformidades nos bicos, nos ossos e nos papos. Apresentam desordens patológicas e no sistema imunológico com comportamento agressivo. As autópsias revelaram os órgãos digestivos em estado de desintegração. A lista de problemas correspondeu a muitos dos problemas que a família James detectou em seus dois filhos que haviam sido alimentados com uma fórmula infantil baseada na soja.
Alarmados, horrorizados e indignados os James contrataram o toxicologista Mark Fitzpatrick, PhD, para investigar se em sua revisão bibliográfica encontraria algo relacionando o consumo de soja com numerosas desordens orgânicas, incluindo infertilidade, aumento de cânceres e leucemia infantil. Estudos feitos nos anos cinqüenta [48] mostram que a presença de genisteína na soja causava disfunção endócrina em animais. O Dr. Fitzpatrick também analisou a ração dos pássaros e detectou que continha altos níveis de fitoestrogênios, especialmente genisteína. Quando os James interromperam o emprego da ração baseada na soja, o bando de pássaros retornou gradualmente a seus hábitos normais de convivência e de comportamento.
Os James empreenderam uma verdadeira cruzada particular no sentido de informar o público e os organismos governamentais sobre as toxinas presentes nos alimentos feitos com soja, particularmente as isoflavonas, as genisteínas e diadzeínas, que geram disfunções endócrinas. A Protein Technology International recebeu este material em 1994.
Em 1991, os pesquisadores japoneses relataram que o consumo de uma dose tão pequena quanto 30 gramas ou duas colheres de soja por dia por somente um mês, resultava num significante aumento do hormônio estimulador da tireóide.[49] Alguns dos indivíduos apresentaram bócio e hipotireoidismo e muitos sofreram constipação, fadiga e letargia, mesmo nos que tinham dose adequada de iodo. Em 1997, pesquisadores do National Center of Toxicological Research da FDA realizaram a descoberta embaraçosa que os componentes que geram o bócio na soja são exatamente as isoflavonas.[50]
Vinte e cinco gramas de proteína isolada de soja, a quantidade mínima que a PTI afirma terem efeitos de redução do colesterol, contêm entre 50 e 70 mg de isoflavonas. São necessárias somente 45 mg de isoflavonas para causar efeitos biológicos significativos em mulher na fase pré-menstrual, incluindo a redução nos hormônios necessários para o adequado funcionamento da tireóide. Estes efeitos prolongam-se por três meses após o consumo da soja ter sido interrompido.[51]
Cem gramas de proteína de soja – a dose máxima sugerida para abaixamento do colesterol e quantidade recomendada pela PTI – podem conter quase 600 mg de isoflavonas, [52] uma quantidade que é, inegavelmente, tóxica. Em 1992, o serviço de saúde da Suíça estimou que cem gramas de proteína de soja fornecem o equivalente em estrogênios a uma pílula anticoncepcional.[53]
Estudos in vitro sugerem que a isoflavona inibe a síntese do estradiol (nt.: dentre os estrogênios, é o hormônio feminino presente em maiores quantidades nas fêmeas) e de outros hormônios esteróides.[54] Problemas reprodutivos, infertilidade, doenças da tireóide e do fígado, devidos a ingestão de isoflavonas, podem ser observados em inúmeras espécies animais incluindo camundongos, chita, codornas, porcos, ratos, esturjões e ovelhas.[55]
É a isoflavona da soja que foi declarada que traria efeitos favoráveis em sintomas pós-menopausa, incluindo os calorões e a proteção contra a osteoporose. A quantificação sobre os desconfortos originários dos calorões é muito subjetiva. Muitos estudos mostram que a redução destes desconfortos era igual entre os indivíduos controle e os que consumiam soja.[56]
A afirmativa de que a soja previne a osteoporose é extraordinária, tendo em vista que o consumo de alimentos à base de soja bloqueiam o cálcio e causam deficiência de vitamina D. Se os asiáticos, de fato, têm níveis de osteoporose mais baixos do que os ocidentais, é porque suas dietas fornecem abundância de vitamina D do camarão, da banha e dos frutos do mar, além da abundância de cálcio da sopa de ossos. A razão porque os ocidentais têm tais altos níveis de osteoporose é porque substituíram a manteiga, tradicional fonte de vitamina D e outros ativadores lipossolúveis necessários para a absorção do cálcio, pelo óleo de soja.
Pílula anticoncepcional para bebês.
Entretanto foi a presença de isoflavonas nas fórmulas de alimento infantil que geraram nos James maiores preocupações. Em 1998, investigadores relataram que a exposição diária dos bebês à isoflavona, nos alimentos infantis, está entre seis a onze vezes maior, em termos de peso do corpo, do que a dose que provoca efeitos hormonais em adultos que consomem alimentos de soja. As concentrações de isoflavonas circulando no organismo das crianças alimentadas com fórmulas infantis a base de soja são de 13 a 20 mil maiores do que as concentrações de estradiol nas crianças alimentadas com fórmulas que levam leite de vaca.[57]
Aproximadamente 25% das crianças que utilizam mamadeiras nos EUA, recebem fórmulas à base de soja – uma percentagem muito maior do que outras partes do mundo ocidental. Fitzpatrick estimou que uma criança alimentada exclusivamente com fórmulas à base de soja recebe o equivalente estrogênico (em base de peso do corpo) de, pelos menos, cinco pílulas anticoncepcionais, por dia.[58] Em contrapartida, quase não se detectou fitoestrogênios em fórmulas à base de produtos lácteos ou leite humano, mesmo quando a mãe consome produtos de soja.
Cientistas sabem há anos que as fórmulas à base de soja podem causar problemas de tireóide em bebês. Mas quais são os efeitos dos produtos de soja no desenvolvimento hormonal das crianças, tanto meninos como meninas ?
Os meninos são submetidos a uma “onda de testosterona” durante os primeiríssimos meses de vida quando os níveis de testosterona podem ser tão altos como os de um homem adulto. Durante este período o menino está programando para expressar características masculinas após a puberdade, não somente no desenvolvimento de seus órgãos sexuais e outros traços físicos masculinos, mas também fixar, em suas características cerebrais, padrões de comportamento masculino. Em macacos, a deficiência de hormônios masculinos prejudica os desenvolvimento de sua percepção espacial (que, em humanos, é normalmente mais acentuado em homens do que em mulheres), da habilidade para aprendizagem e das tarefas de discriminação visual (tais como as necessárias para ler).[59] Não é necessário dizer que padrões futuros de orientação sexual podem também ser influenciados pelo primeiro ambiente hormonal. Meninos expostos, durante a gestação, a dietilestilbestrol (DES), um hormônio sintético que tem efeitos sobre os animais similares àqueles dos fitoestrogênios da soja, apresentam testículos menores do que o normal quando da maturação.[60]
Dificuldades de aprendizagem, principalmente em meninos, atingiram proporções de uma epidemia. Alimentar crianças com soja – que começou de forma mais séria no início dos anos setenta – não pode ser ignorada como uma causa provável para este trágico crescimento.
Quanto às meninas, um número alarmante está entrando na puberdade muito mais cedo do que o normal, de acordo com um recente estudo publicado no periódico Pediatrics.[61] Pesquisadores detectaram de que 1% de todas as meninas apresenta agora sinais de puberdade tais como desenvolvimento de mamas ou pelos pubianos antes dos três anos; em torno dos oito anos, 14,7% das meninas brancas e quase 50% das meninas negras, norte-americanas, têm uma ou ambas características.
Novos dados indicam que estrogênios ambientais como os PCBs (nt.: o químico sintético chamado entre nós de Ascarel e que foi largamente utilizado em transformadores elétricos) e o DDE (metabólito do agrotóxico DDT) podem causar desenvolvimento sexual precoce entre meninas.[62] O Woman, Infants and Children Program (nt.: O Programa da Mulher,dos Bebês e das Crianças) que suplementa alimentos infantis para o bem-estar das mães, enfatiza o uso de fórmulas com soja para a comunidade negra porque ela supostamente teria alergia ao leite.
As conseqüências desta infância truncada são trágicas. Jovens meninas com seus corpos já maduros precisam lidar com sentimentos e desejos que a maioria das crianças não está completamente preparada para manejar. E a maturação precoce em meninas é, freqüentemente, um precursor de problemas que virão mais tarde na vida, com o sistema reprodutivo, incluindo deficiências para menstruar, a infertilidade e o câncer de mama.
Pais que contataram com os James, relataram outros problemas associados com crianças de ambos os sexos que foram alimentados com alimentos à base de soja, incluindo comportamento excessivamente emocional, asma, problemas no sistema imunológico, insuficiência da glândula pituitária, desordens da tireóide e síndrome de irritabilidade intestinal – o mesmo massacre endócrino e digestivo que afligiu os papagaios dos James.
Divergências nas avaliações.
Os organizadores do Third International Soy Symposium (nt.: Terceiro Simpósio Internacional da Soja) foram fortemente pressionados para considerar a conferência um sucesso ilimitado. No segundo dia do Simpósio, a Food Comission baseada em Londres e a Weston A.Price Foundation de Washington, DC, deram uma entrevista coletiva conjunta, no mesmo hotel do Simpósio, no sentido de apresentar preocupações a respeito das fórmulas de alimentos infantis à base de soja. Representantes das indústrias permaneceram impassíveis durante toda a explanação dos perigos potenciais e das argumentações tanto dos cientistas preocupados como dos pais para que se retirasse do mercado o produto infantil com fórmulas à base de soja. Sob a pressão dos James, o governo da Nova Zelândia editou uma notificação em relação à saúde quanto à fórmula infantil à base de soja em 1998. Já era tempo do governo dos EUA fazer o mesmo.
No último dia do Simpósio, novas descobertas relacionadas à toxicidade causaram mais “arrepios” à situação. O Dr. Lan White relatou trabalho feito com nipo-americanos, residentes no Havaí, que mostravam uma relação estatisticamente significativa com a ingestão de duas ou mais porções de tofú por semana e um “acelerado envelhecimento do cérebro”.[64] Aqueles participantes que consumiam tofú na meia idade tiveram as funções cognitivas diminuídas na idade avançada, grande incidência da doença de Alzheimer e demência. “E tem mais”, diz Dr.White, “aqueles que consumiram bastante tofú quanto tinham entre 75 e 80 anos, aparentavam cinco anos mais velhos.”[65] White e seus colegas consideram os efeitos negativos das isoflavonas – uma descoberta que sustenta um estudo mais antigo no qual mulheres na pós-menopausa com altos níveis de estrogênio circulando em seus organismos experimentavam grande declínio cognitivo.[66]
Os cientistas Daniel Sheehan e Daniel Doerge, do National Center for Toxicological Research, arruinaram o dia da Protein Technology International – PTI. Fizeram uma apresentação das descobertas de trabalhos de alimentação de ratos de laboratório, indicando que a genisteína, presente em alimentos feitos com soja, causava danos irreversíveis às enzimas que sintetizavam os hormônios da tireóide.[67] “A associação entre o consumo de soja e o bócio em animais e humanos, tem uma longa história”, escreveu o Dr. Doerge. “As evidências correntes quanto aos efeitos benéficos da soja exige um total conhecimento também quanto ao potencial de seus efeitos adversos.”
O Dr.Claude Hughes relatou que ratos nascidos de mãe alimentada com genisteína tiveram seus pesos reduzidos ao nascer quando comparados com os ratos controle. Ao mesmo tempo, o início da puberdade ocorreu muito mais cedo nos machos da prole.[68] Sua pesquisa sugere que os efeitos observados em ratos “... toca pelo menos em algo que prediz o que ocorre com os humanos. Não há razão para assumir que haverá malformações grosseiras nos fetos, mas poderão ocorrer mudanças sutis como comportamentos neurológicos alterados, efeitos no sistema imunológico e nos níveis de hormônios sexuais.” Os resultados, diz ele, “podem não ser nada ou poderão indicar alguma coisa de grande preocupação ... . Se a mãe estiver se alimentando com algo que poderá agir como hormônio sexual, é lógico imaginar que isto poderá alterar o desenvolvimento do bebê.”[69]
Um estudo de bebês nascidos de mães vegetarianas, publicado em janeiro de 2000, indicava objetivamente que poderiam ocorrer mudanças no desenvolvimento dos bebês. Mães que consumiam uma dieta vegetariana durante a gravidez apresentavam um risco cinco vezes maior de parir um menino com hipospadia (nt.: “pequena espada”), um defeito de nascimento em seu pênis [70] (nt.: o menino nasce sem uretra ou com retrações variadas. Ver vídeo da BBC “Agressão ao homem” ou ler o livro “O Futuro Roubado” de Theo Colborn e outros, LPM, 1997). Os autores do trabalho sugerem que a causa foi a enorme exposição a fitoestrogênios presentes nos alimentos de soja, muito popular entre os vegetarianos. Os problemas da prole feminina de mães vegetarianas são mais prováveis de aparecer mais tarde em suas vidas. Enquanto os efeitos estrogênicos da soja são menores do que os do dietilestilbestrol (DES), a dose é provavelmente bem maior em razão da soja ser consumida como alimento e não tomada como um remédio. As filhas de mães que tomaram DES durante a gravidez sofreram de infertilidade e cânceres quando chegaram próximos aos vinte anos.
Status de GRAS (General Recognized As Safe – Reconhecido Em Geral Como Seguro).
Disfarçada nas questões do embuste pregado pela indústria da soja está uma pergunta insistente: se realmente é legal agregar, em alimentos, a proteína isolada da soja. Todos os aditivos alimentares não utilizados comumente antes de 1958, inclusive a caseína, proteína do leite, precisam ter o status de GRAS. Em 1972, a administração Nixon dirigiu um reexame das substâncias que se acreditava serem GRAS, sob a luz de todas as informações científicas então disponíveis. Este reexame incluiu a caseína que foi codificada como GRAS em 1978. Em 1974, a FDA (nt.: Administração de Alimentos e Fármacos dos EUA) obtêm uma revisão bibliográfica da proteína de soja porque, com não foi utilizada como alimento até 1959 nem mesmo de uso comum até o início dos anos setenta, não foi indicada para ter o status de GRAS sob o amparo das determinações da Food, Drug and Cosmect Act (nt.: Lei norte-americana que tratou de alimentos, fármacos e cosméticos)[71]
A literatura científica antes de 1974 reconhecia a existência de muitos antinutrientes na proteína de soja elaborada industrialmente, incluindo inibidores da tripsina, ácidos fíticos e genisteína. Mas a revisão bibliográfica feita pela FDA rejeita as discussões sobre os impactos adversos com a declaração de que era importante haver um “processo adequado” para removê-los. A genisteína pode ser removida com uma lavagem alcoólica, mas é um processo caro que os processadores evitam. Estudos posteriores determinaram que o inibidor da tripsina presente pode ser removido somente com longos períodos de temperatura e alta pressão, mas a FDA não determinou esta exigência para os fabricantes.
A FDA estava mais preocupada com as toxinas formadas durante o processo, especialmente os nitritos e as lisinoalaninas.[72] Mesmo em baixos níveis de consumo – neste tempo a média era de 1/3 de um grama por dia – a presença destes carcinogênicos foi considerada uma grande ameaça à saúde pública para autorizar o status de GRAS.
A proteína da soja foi aprovada para ser utilizada como aglutinante em caixas de papelão e esta aprovação permitia continuar já que os pesquisadores consideram que a migração de nitritos das caixas para os alimentos armazenados seria muito pequena para constituir um risco de câncer. Os funcionários da FDA exigiram especificações de segurança e procedimentos de monitoramento antes da concessão do status de GRAS para alimentos. Isto nunca foi cumprido. Até este dia, a utilização da proteína da soja esta codificada como GRAS somente para o limitado emprego industrial de aglutinador de caixas de papelão.
Isto significa que a proteína de soja precisa ser submetida à aprovação dos procedimentos pré-comerciais cada vez que os fabricantes pretenderem utilizá-la como alimento ou agregá-la a ele. Proteína de soja foi agregada nas fórmulas infantis no início dos anos sessenta. Era um novo produto que não tinha nenhum tipo de histórico para este emprego. Assim, como a proteína de soja não tem o status de GRAS, a aprovação pré-comercial deve ser feita. Isto não existe e até agora não houve esta permissão. Então o ingrediente chave das fórmulas de alimentos infantis que contêm soja não é reconhecido como seguro.
O próximo asbesto (amianto) ?
“Contrário a um vasto cenário de exaltação ... há um borbulhar de dúvidas de que a soja – apesar de seus benefícios incontestáveis – poderá trazer riscos em termos de saúde,” escreve Marian Burros, redatora que trata de alimentação no New York Times. Mais do que qualquer outra redatora, o endosso de Mrs.Burros a uma dieta de pouca gordura e fortemente vegetariana, arrebanhou os norte americanos para dentro dos corredores que vendiam alimentos de soja dos supermercados. Ainda em seu artigo de 26/jan/2000, intitulado “Dúvidas escurecem notícias cor-de-rosa sobre a soja”, traz a seguinte advertência alarmante: “Nenhum dos dezoito cientistas entrevistados por esta coluna quis afirmar de que se está livre de riscos ao se ingerir isoflavonas.” Mrs.Burros não enumerou os riscos nem mencionou que a recomendação de 25 gramas diárias de proteína de soja contém isoflavona suficiente para causar problemas em pessoas sensíveis. Entrementes, é lógico que a indústria reconheceu a necessidade de se proteger.
Porque a indústria está extremamente exposta, advogados oportunistas logo descobrirão que o número potencial de queixosos poderá ser contado em milhões e que os bolsos delas são bastante profundos. Os jurados ouvirão alguma coisa parecida com o seguinte: “A indústria sabia por anos que a soja contém muitas toxinas. No início elas disseram ao público que estas toxinas foram removidas pelo processo industrial. Quando se soube que o processo não podia se livrar delas, elas declaram que estas substâncias eram benéficas. Concomitantemente seu governo concedia recomendações sanitárias a uma substância que é um veneno e a indústria, por sua vez, mentiu ao povo para vender mais soja.”
A “indústria” aqui se subentende: os comerciantes, os processadores, os cientistas, os publicitários, os burocratas, os antigos operadores de fundos financeiros, os jornalistas que tratam de alimentos, as companhias de vitaminas e os varejistas. Os sojicultores provavelmente sairão ilesos porque foram logrados tanto quanto todos nós. Mas eles precisam encontrar alguma coisa mais para plantar, antes que a bolha da soja exploda e que o mercado entre em colapso. Poderá ser: pastagem para os animais, hortaliças especiais... ou Cannabis spp para a produção de celulose destinada ao papel das milhares e milhares de ações judiciais que virão.
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Sobre as autoras:
Sally Fallon é autora do livro Nourishing Traditions: The Cookbook that Challenges Politically Correct Nutrition and the Diet Dictocrats (1999, 2nd edition, New Trends Publishing)/“Tradições da Nutrição: livro de receitas que desafia politicamente a nutrição correta e os ditadores de dietas” e presidente da Weston A. Price Foundation, Washington, DC (www.WestonAPrice.org).
Mary G. Enig, PhD, é a autora de Know Your Fats: The Complete Primer for Understanding the Nutrition of Fats, Oils and Cholesterol (2000, Bethesda Press, www.BethesdaPress.com), é presidente da Maryland Nutritionists Association e vice presidente da Weston A. Price Foundation, Washington, DC.
As autoras querem agradecer a Mike Fitzpatrick, PhD, e a Valerie and Richard James por seu auxílio no preparo deste artigo.
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, com co-tradução de Eduardo Rache da Motta.
(Maio de 2004)
Esse artigo está disponível no site www.nossofuturoroubado.com.br
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