Os sabores e os dissabores no consumo do chocolate
Artigo de Stéphanie Garcia Pires
A origem do chocolate está no México, sendo os Maias os primeiros cultivadores de cacau. As sementes são extraídas da polpa deste fruto, torradas e descascadas até que se obtenham grãos de cacau. Estes são moídos, após a extração de parte da gordura que os compõem, e misturados com açúcar, aromas e outros ingredientes, surgindo, assim, o chocolate. A partir do século XVI este alimento foi se difundindo pelo mundo, e desde então estudiosos o investigam, a fim de decifrar sua influência no organismo humano.
O chocolate é, de fato, bastante nutritivo. Quando consumido moderadamente, traz benefícios consideráveis - principalmente o chocolate preto e amargo, devido aos seus efeitos sobre o metabolismo de açúcar e ao controle da pressão sanguínea. Adriana Moreira Franco, doutoranda pelo Instituto de Nutrição Josué de Castro da UFRJ, participa do Grupo DAFEE (Desenvolvimento de Alimentos para Fins Especiais e Educacionais) coordenado na própria instituição e falou sobre o assunto.
Segundo ela, “estes efeitos são atribuídos a uma substância antioxidante, um flavonóide denominado epicatequina, que atua na neutralização dos radicais livres e, também, através de mecanismos antitrombólicos, que promovem a saúde cardiovascular e a proteção contra o envelhecimento celular”. Vale destacar que o chocolate branco e os com adição de leite não trazem os mesmos benefícios, uma vez que o leite inibe tanto a absorção de flavonóides, quanto a ação antioxidante.
Não somente rico em vitaminas, o chocolate, em especial o escuro, é rico em carboidratos e lipídios, que lhe conferem uma elevada densidade calórica. Apresenta também proteína, cálcio, e minerais, tais como potássio, magnésio, ferro e flúor. Há ainda um conteúdo em fibra, que desencadeia um efeito saciante, ajudando a reduzir o apetite.
As gorduras e os açúcares presentes no chocolate fazem dele um alimento de alta densidade energética. Graças a isso, ele auxilia na manutenção do fluxo de energia do corpo e melhora tanto a agilidade mental, quanto a capacidade de aprendizado. Estes aprimoramentos no raciocínio também se devem à teobromina, substância da mesma família da cafeína, inerente ao fruto cacaueiro que, inclusive, é eficaz contra a tosse. A doutora Adriana acrescenta que a teobromina estimula o hipotálamo, daí sua capacidade de gerar euforia em quem consome o chocolate, rico nesta substância. Vale lembrar que, diferente da cafeína, a teobromina é um estimulante suave, de efeito prolongado.
Algumas substâncias farmacologicamente ativas encontradas no produto geram efeitos semelhantes ao da maconha no cérebro, tal como a anandamida, um neurotransmissor canabinóide. Ela intensifica, inclusive, a textura e o odor do chocolate, que induzem o desejo. As sensações causadas aí são prolongadas por outras duas substâncias contidas neste alimento: o N-oleoletanolamina e o N-linoleoletanolamina.
Além disso, por conter uma quantidade significativa de ácido oléico, gordura monoinsaturada que protege as artérias, o chocolate eleva os índices do bom colesterol (HDL) e diminui os do colesterol ruim (LDL). Há ainda a presença de substâncias antioxidantes, a exemplo dos flavonóides, que ajudam no reforço do sistema imunológico, na prevenção do envelhecimento precoce, do câncer e de doenças cardiovasculares. Este último benefício é trazido principalmente na ingestão de chocolate amargo, que é feito de cacau puro e sem adição de gorduras do leite. Outra substância é o ácido graxo ômega 3, ou ácido alfa-linogênico, um tipo de gordura insaturada que participa na formação das membranas celulares.
O excesso na ingestão de chocolate pode trazer conseqüências graves, como a obesidade e outros males associados a ela. Este alimento, inclusive, não é indicado para pessoas que já tenham índices de colesterol alto, problemas vasculares e de pressão alta. O consumo demasiado é até capaz de provocar reações alérgicas, coceiras, irritações na pele, diarréia e rinite. A doutora Adriana alerta que “indivíduos alérgicos ao leite de vaca devem se informar quanto a composição do chocolate a ser consumido, visto que na sua maioria eles são elaborados com adição de leite e seus subprodutos”.
Há também a possibilidade de o funcionamento do fígado ser comprometido, e de serem elevadas as chances de se desenvolver diabetes. Em pessoas sensíveis, é possível que o composto químico norepinefrina provoque enxaquecas. É importante frisar a relevância de “observar a quantidade de gordura saturada na composição do chocolate, visto que ela está associada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares”, observa Adriana.
Perfil da Drª Adriana no Orkut
A origem do chocolate está no México, sendo os Maias os primeiros cultivadores de cacau. As sementes são extraídas da polpa deste fruto, torradas e descascadas até que se obtenham grãos de cacau. Estes são moídos, após a extração de parte da gordura que os compõem, e misturados com açúcar, aromas e outros ingredientes, surgindo, assim, o chocolate. A partir do século XVI este alimento foi se difundindo pelo mundo, e desde então estudiosos o investigam, a fim de decifrar sua influência no organismo humano.
O chocolate é, de fato, bastante nutritivo. Quando consumido moderadamente, traz benefícios consideráveis - principalmente o chocolate preto e amargo, devido aos seus efeitos sobre o metabolismo de açúcar e ao controle da pressão sanguínea. Adriana Moreira Franco, doutoranda pelo Instituto de Nutrição Josué de Castro da UFRJ, participa do Grupo DAFEE (Desenvolvimento de Alimentos para Fins Especiais e Educacionais) coordenado na própria instituição e falou sobre o assunto.
Segundo ela, “estes efeitos são atribuídos a uma substância antioxidante, um flavonóide denominado epicatequina, que atua na neutralização dos radicais livres e, também, através de mecanismos antitrombólicos, que promovem a saúde cardiovascular e a proteção contra o envelhecimento celular”. Vale destacar que o chocolate branco e os com adição de leite não trazem os mesmos benefícios, uma vez que o leite inibe tanto a absorção de flavonóides, quanto a ação antioxidante.
Não somente rico em vitaminas, o chocolate, em especial o escuro, é rico em carboidratos e lipídios, que lhe conferem uma elevada densidade calórica. Apresenta também proteína, cálcio, e minerais, tais como potássio, magnésio, ferro e flúor. Há ainda um conteúdo em fibra, que desencadeia um efeito saciante, ajudando a reduzir o apetite.
As gorduras e os açúcares presentes no chocolate fazem dele um alimento de alta densidade energética. Graças a isso, ele auxilia na manutenção do fluxo de energia do corpo e melhora tanto a agilidade mental, quanto a capacidade de aprendizado. Estes aprimoramentos no raciocínio também se devem à teobromina, substância da mesma família da cafeína, inerente ao fruto cacaueiro que, inclusive, é eficaz contra a tosse. A doutora Adriana acrescenta que a teobromina estimula o hipotálamo, daí sua capacidade de gerar euforia em quem consome o chocolate, rico nesta substância. Vale lembrar que, diferente da cafeína, a teobromina é um estimulante suave, de efeito prolongado.
Algumas substâncias farmacologicamente ativas encontradas no produto geram efeitos semelhantes ao da maconha no cérebro, tal como a anandamida, um neurotransmissor canabinóide. Ela intensifica, inclusive, a textura e o odor do chocolate, que induzem o desejo. As sensações causadas aí são prolongadas por outras duas substâncias contidas neste alimento: o N-oleoletanolamina e o N-linoleoletanolamina.
Além disso, por conter uma quantidade significativa de ácido oléico, gordura monoinsaturada que protege as artérias, o chocolate eleva os índices do bom colesterol (HDL) e diminui os do colesterol ruim (LDL). Há ainda a presença de substâncias antioxidantes, a exemplo dos flavonóides, que ajudam no reforço do sistema imunológico, na prevenção do envelhecimento precoce, do câncer e de doenças cardiovasculares. Este último benefício é trazido principalmente na ingestão de chocolate amargo, que é feito de cacau puro e sem adição de gorduras do leite. Outra substância é o ácido graxo ômega 3, ou ácido alfa-linogênico, um tipo de gordura insaturada que participa na formação das membranas celulares.
O excesso na ingestão de chocolate pode trazer conseqüências graves, como a obesidade e outros males associados a ela. Este alimento, inclusive, não é indicado para pessoas que já tenham índices de colesterol alto, problemas vasculares e de pressão alta. O consumo demasiado é até capaz de provocar reações alérgicas, coceiras, irritações na pele, diarréia e rinite. A doutora Adriana alerta que “indivíduos alérgicos ao leite de vaca devem se informar quanto a composição do chocolate a ser consumido, visto que na sua maioria eles são elaborados com adição de leite e seus subprodutos”.
Há também a possibilidade de o funcionamento do fígado ser comprometido, e de serem elevadas as chances de se desenvolver diabetes. Em pessoas sensíveis, é possível que o composto químico norepinefrina provoque enxaquecas. É importante frisar a relevância de “observar a quantidade de gordura saturada na composição do chocolate, visto que ela está associada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares”, observa Adriana.
Perfil da Drª Adriana no Orkut
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