Aditivos alimentares artificiais podem aumentar a hiperatividade em crianças

De acordo com um estudo de provocação alimentar baseado na comunidade, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, publicado na Internet no dia 6 de setembro na Lancet, corante alimentar e aditivos artificiais comumente encontrados na alimentação infantil aumentam o nível médio de hiperatividade em crianças de 3 anos e de 8 a 9 anos.

“Há muito tempo é sugerido que corantes alimentares artificiais e outros aditivos alimentares (CAAA) afetam o comportamento em crianças”, escrevem Donna McCann, PhD, da University of Southampton, no Reino Unido, e colaboradores. “Apesar do fracasso de estudos recentes em identificar a extensão dos efeitos adversos sugeridos, uma recente metanálise de estudos duplo-cegos, controlados por placebo mostrou um efeito significativo dos corantes alimentares artificiais e outros aditivos alimentares no comportamento de crianças com TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade). Ainda não está bem estabelecido o possível benefício da retirada destes compostos da dieta para a redução do nível de hiperatividade na população em geral”.

“Corante artificial ou conservante de benzoato de sódio (ou ambos) na dieta resultam em hiperatividade aumentada em crianças de 3 anos e de 8/9 anos na população geral”, relatam os autores. “Nós registramos diferenças individuais importantes na resposta das crianças aos aditivos. Para os dois grupos etários, nenhum efeito significativo de fatores sociais e demográficos foi visto no nível inicial de agregado global de hiperatividade (global hyperactivity aggregate – GHA) nem na redução dos efeitos da provocação”.

As limitações do estudo incluíram inabilidade de determinar compostos específicos na mistura que são nocivos e falta de controle sobre quando as provas são ingeridas em relação ao momento de medidas de hiperatividade.

“Embora o uso de corantes artificiais na fabricação dos alimentos possa parecer supérfluo, o mesmo não pode ser dito para o benzoato de sódio, que tem uma importante função conservante”, concluem os autores. “As implicações desses resultados para a regulação do uso de aditivos alimentares pode ser importante”.



Lancet. Publicado on line em 6 de setembro de 2007.

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