Mais de quatro horas ao telemóvel (celular) por dia pode diminuir a boa qualidade de espermatozóides e influenciar a fertilidade nos homens.


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Mais de quatro horas ao telemóvel por dia pode diminuir a boa qualidade de espermatozóides e influenciar a fertilidade nos homens.

Cientistas da Cleveland Clinic, nos EUA, apresentam resultados de um teste clínico e alertam para possíveis riscos.

Usar o telemóvel indiscriminadamente muitas horas por dia pode ter um grande impacto na qualidade, mobilidade e estados dos espermatozóides, contribuindo para uma subida nos níveis de infertilidade nos homens. O alerta é feito à American Society for Reproductive Medicine, por cientistas da Cleveland Clinic Ohio, após um estudo de observação em 364 homens.

Os especialistas dividiram a amostra de homens em 3 grupos diferentes, de acordo com a utilização diária de telemóvel, e indicam que os indivíduos que passam mais de 4 horas diárias em conversas telefónicas móveis apresentaram uma menor quantidade de espermatozóides, com menos mobilidade e alteração na forma, comparativamente com os homens que recorrem menos ao telemóvel.

Os dados indicam que o grupo dos homens que apresentou quantidades normais de espermatozóides se situou, em média, nos 86 milhões/milímetro, com 68% de mobilidade e 40% de estado normal, sendo que os que passam mais de 4 horas ao telemóvel apresentaram uma média de quantidade de espermatozóides de 66 milhões/milímetro, 48% de mobilidade e 21% de estado normal.

No artigo apresentado à American Society for Reproductive Medicine, e que está actualmente em submissão para publicação, os cientistas escrevem que, «a utilização do telemóvel pelos homens na avaliação da infertilidade está fortemente associada com a diminuição na qualidade do esperma».

Os especialistas acrescentam que verificaram que «os efeitos não dependem da qualidade inicial do sémen dos sujeitos», no entanto, «estudos de larga escala são necessários para identificar o mecanismo envolvido na redução da qualidade do sémen».

A confirmar-se os efeitos da utilização excessiva de telemóveis pelos homens na qualidade dos espermatozóides, os cientistas indicam que poderá haver duas explicações possíveis que o justifique. Por um lado, um possível efeito prejudicial dos campos electromagnéticos e, por outro, possíveis efeitos de aquecimento dos tecidos.

Os cientistas estão conscientes que os resultados do estudo não comprovam que os telemóveis podem estar na origem da infertilidade em muitos homens, no entanto, Ashok Agarwal, investigador principal do estudo afirma, citado pela BBC News on-line que, «verificou-se uma diminuição significativa nas medições mais importantes da saúde do esperma e isso deve definitivamente ser reflectido na diminuição da fertilidade, que é verificada em todo o mundo».

O especialista acrescenta ainda que, hoje em dia, a utilização do telemóvel já está muito generalizada entre as pessoas, sendo que normalmente nem se pensa nos possíveis efeitos nefastos que poderá ter, como na fertilidade. Citado pela BBC News on-line, Ashok Agarwal afirma mesmo que, isto «ainda tem de ser provado, mas poderá ter um grande impacto porque os telemóveis são uma grande parte da nossa vida».

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