Libélula: um sonho



O prédio-libélula, uma ideia para Nova York
O prédio-libélula, uma ideia para Nova York
O arquiteto franco-belga Vincent Callebaut divulgou sua visão conceitual do prédio Libélula, planejado para o coração de Nova York. É um jardim vertical, uma estufa arranha-céu, uma estrutura de tubos de 128 andares que aproveita a água da chuva e a luz do sol para abastecer de comida a cidade. A estrutura se inspirou nas asas de uma libélula. Isso garante que ela seja eficiente em suportar peso e em distribuir água pelos andares. Se não fosse eficiente, a evolução não teria feito assim.

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A ideia de reaproveitar água de chuva e luz do sol parece um detalhe. Mas não é. Pense bem. Hoje estamos preocupadíssimos com um possível colapso de energia ou com um esgotamento da água no mundo. Mas quase ninguém usa as fontes mais abundantes e inesgotáveis de energia e água: o sol e a chuva. Eles estão lá, oferecidinhos para a gente. E eles dão conta com sobra das nossas necessidades, sem impedir o progresso. É só alguém pensar num jeito legal de aproveitá-los. O prédio de Callebaut gasta zero de eletricidade e zero de água: capta tudo que usa. Não se esqueça de que agricultura e pecuária atualmente consomem 70% a 80% do total de água gasto pela humanidade. Ou seja, um sistema como esse resolve de vez a falta d’água. Exemplo de que olhar para os problemas de um jeito diferente pode ser o jeito de resolvê-los. Todo mundo acha que falta água e energia. Não falta. Nós é que não sabemos usar.
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Outra coisa que parece detalhe: o fato de o prédio ficar no meio de uma cidade densa como Nova York. Isso significa um passo para livrar o mundo de caminhões. Sem caminhões, talvez o transporte público consiga se mover. E talvez possamos aposentar os carros – todos eles! E talvez dê para encontrarmos espaço para patinetes, patins, bicicletas, skates, pula-pulas e gente andando a pé.
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Tenho 36 anos. Isso quer dizer que cresci lendo sobre carros voadores e outras previsões maravilhosas para o futuro, que jamais se realizaram. Fico pensando. Será que um dia eu vou poder ver um prédio desses, andar por ele, passar horas nele? Ou vamos continuar nos maravilhando com as coisas, sem ter coragem de concretizá-las?
Por Denis Russo Burgierman
Fonte http://veja.abril.com.br/blog/denis-russo/tag/buckminster-fuller/

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