Estudo comprova que, mesmo tardia, a mudança de hábitos traz muitos benefícios à saúde para quem já

Estudo comprova que, mesmo tardia, a mudança de hábitos traz muitos benefícios à saúde

Se você tem mais de 60 anos, é sedentário, fumou a vida toda e sempre se alimentou mal, pode achar que não adianta mais se render aos constantes apelos para adotar um estilo de vida saudável. Pois reveja seus conceitos: especialistas ouvidos pela Folha garantem que vale a pena, sim, fazer mudanças no estilo de vida, mesmo para quem já está na maturidade.

Sempre quis aprender música ou falar outro idioma, mas acha que é tarde demais? Mais mitos a serem derrubados. Com interesse e motivação, é possível aprender em qualquer idade, afirmam os professores entrevistados.
"As pessoas trabalham a vida toda e muitas vezes deixam os sonhos de lado. A maturidade pode ser um bom momento para começar. Construir hábitos saudáveis nos faz envelhecer com mais autonomia, e aprender coisas novas protege a plasticidade do cérebro", diz o geriatra Francisco de Brito, coordenador do Centro de Envelhecimento Saudável do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e pesquisador do Centro de Estudos do Envelhecimento da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Um estudo publicado no "American Journal of Medicine" comprova que, de fato, a mudança de hábitos traz muitos benefícios à saúde mesmo para quem não está no auge da juventude. Os pesquisadores, da Universidade da Carolina do Sul (EUA), acompanharam por quatro anos 15.792 pessoas entre 45 e 64 anos.
O objetivo era descobrir se os benefícios de ter um estilo de vida saudável valiam também para pessoas que começam a adotá-lo tardiamente. O resultado foi animador: mesmo para quem fez mudanças recentes, consumir cinco porções diárias de frutas e vegetais, exercitar-se por pelo menos duas horas e meia por semana, manter um peso adequado e não fumar podem diminuir o risco de problemas cardíacos em 35% e o risco de morte em 40% em comparação com pessoas com estilos de vida menos saudáveis. Chamado pelos estudiosos de efeito "turning back the clock" (algo como "revertendo o relógio"), o benefício ocorreu mesmo com alterações modestas, mas foi proporcional à quantidade de hábitos saudáveis adotados.
Para incorporar de fato esses hábitos ao estilo de vida, os especialistas são unânimes: é preciso fazer algo de que se gosta. De nada adianta se matricular nas aulas de inglês ou piano se elas se tornam um sofrimento. "A vontade é condição indispensável. Não adianta prescrever coisas benéficas se a pessoa não gosta. Quem não é fã de atividades físicas programadas pode se tornar mais ativo nas tarefas da vida diária, como passar roupa ou subir escadas. Para um envelhecimento bem-sucedido, preservar a saúde mental e as relações é tão importante quanto cuidar da saúde física", afirma Brit

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