Bebês muito gordinhos podem setornar hipertensos

A pressão alta (hipertensão arterial) é uma doença crônica, silenciosa, que evolui ao longo dos anos com o desgaste de vários órgãos do corpo, sobretudo os rins, o coração, os olhos (retina) e o cérebro. Quando não detectada precocemente e adequadamente tratada, a pressão alta pode culminar em eventos graves e potencialmente fatais, como o infarto do coração, a insuficiência renal, cegueira e o derrame cerebral.

Sabe-se que os indivíduos obesos estão sob maior risco de desenvolver pressão alta, bem como de cursar com algumas complicações da doença. Porém, será que existe relação entre o peso de nascimento e uma maior chance de desenvolver pressão alta?

Com o objetivo de esclarecer esta questão um grupo de pesquisadores americanos desenvolveu um estudo publicado na revista American Journal of Epidemiology, em 2007. A pesquisa baseou-se na verificação dos valores de pressão de 4.452 crianças, aos 11 anos de idade, com posterior correlação dos valores encontrados com o peso ao nascimento.

Os resultados divulgados demonstraram que quanto maior foi o peso de nascimento, maiores foram os valores de pressão arterial medidos. Porém, o tempo total de gravidez, o perímetro cefálico (medida da circunferência da cabeça) e o peso atual não demonstraram correlação com os valores de pressão arterial.

As crianças que nasceram com baixo peso foram justamente as que possuíam menores valores de pressão arterial aos 11 anos de idade. O tamanho verificado ao nascimento apresentou correlação positiva com os valores de pressão, ou seja, quanto maior a estatura ao nascimento, maior era a pressão arterial aos 11 anos de idade.

Embora o estudo indique que o peso ao nascimento possa estar correlacionado a hipertensão arterial no futuro, mais estudos devem ser realizados, para concretizar esta confirmação.

Fonte: American Journal of Epidemiology 2007; 165 (6): 611 – 616

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