Escolas fazem cruzada para instituir alimentação saudável


DA REPORTAGEM LOCAL

"Uol, uol, uol, nós queremos colesterol". Há quatro anos, era com esse grito de guerra que os alunos do ensino médio da Escola da Vila, em São Paulo, abordavam a nutricionista Elaine Occhialini no recreio, em protesto à implantação de um cardápio saudável.
Desde então, os alunos passaram a aprender sobre a composição nutricional dos alimentos e os perigos de uma alimentação rica em gorduras.
Ao mesmo tempo, a escola instituiu um padrão de qualidade dos produtos vendidos no local e os dias em que todos os alunos deveriam trazer frutas.
Apesar de o consumo de refrigerante ter diminuído cerca de 35%, recentemente, as lancheiras dos alunos não apresentaram alimentos saudáveis, em um estudo feito com 590 alunos do ensino fundamental. "Foi uma surpresa. Pegamos biscoito de polvilho com muita gordura trans e sódio e o hambúrguer com mais gordura."
A cruzada por uma alimentação mais saudável também acontece em outros colégios. A Escola Carlitos, em Higienópolis, oferece uma mesa de frutas aos alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental. "Mesmo aqueles que resistiam um pouco acabaram incorporando o hábito", diz a nutricionista Adriana Martins de Lima.
Na escola Stance Dual, zona central de São Paulo, as crianças podem levar lanche de casa, desde que seja saudável. Não é permitido o consumo de refrigerantes, salgadinhos e chocolates, por exemplo. (CC)


Empresas não seguem no Brasil regras adotadas nos EUA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao menos oito das maiores multinacionais da indústria de alimentos não seguem no Brasil os compromissos que firmaram nos Estados Unidos para restringir a publicidade voltada à criança, diz representação feita pela ONG Instituto Alana ao Ministério da Justiça.
Os compromissos foram assinados em 2006 no Council of Better Business Bureau (conselho para melhores negócios, em inglês), um tipo de órgão de auto-regulamentação nos EUA.
As medidas vão desde restringir a publicidade infantil a alimentos considerados saudáveis até deixar de fazer propaganda em veículos em que as crianças representem determinada parcela do público.
Segundo avaliação do instituto, porém, oito multinacionais não cumprem as regras no Brasil -Burger King, Cadbury Adams, Coca-Cola, Kellogg's, Kraft Foods (fabricante do biscoito Trakinas), McDonald's, Pepsi e Unilever.
A Folha procurou as empresas na tarde da última sexta-feira. A assessoria de imprensa da Pepsi não foi localizada. Burger King e McDonald's disseram que só poderiam se manifestar hoje.
A Cadbury afirmou que "respeita integralmente a legislação brasileira". A Kraft disse que se comprometeu a restringir a propaganda apenas de alimentos com "determinados perfis nutricionais". A Coca-Cola afirmou que iria analisar a representação. As demais empresas não se manifestaram até as 19h de sexta. (ANGELA PINHO)

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