WWF apela aos projectos de biocombustíveis brasileiros


Novas áreas protegidas terão que ser criadas para impedir danos ambientais devidos à expansão das culturas de cana-de-açúcar brasileiras, alertou o Worldwide Fund for Nature (WWF).
A produção de etanol a partir de cana-de-açúcar para ser usado como biocombustível deve ter um impacto positivo no ambiente e não o contrário, refere o WWF Brasil num novo relatório agira publicado.


O relatório argumenta que o etanol produzido a partir de cana-de-açúcar é mais eficiente que outros tipos de biocombustível mas acrescenta que é necessário um planeamento cuidadoso para impedir danos aos ecossistemas devido à sua produção.


A industria brasileira de produção de cana-de-açúcar e o próprio governo brasileiro alegam que a florescente industria de produção de etanol não sofre dos dois pecados principais que geralmente são apontados aos biocombustíveis: a ocupação de terrenos agrícolas necessários ao cultivo de alimentos e a destruição de ecossistemas chave como a floresta tropical húmida da Amazónia.
O relatório do WWF em princípio apoia estas alegações, referindo que a produção de etanol não está a ter um impacto significativo na produção de alimentos e que não está a contribuir para a desflorestação da Amazónia.


Ainda assim, o relatório chama a atenção para o facto de, a nível regional, a rápida expansão das plantações de cana-de-açúcar em zonas como o estado de São Paulo pode, potencialmente, causar problemas como a perda de biodiversidade e pressão adicional sobre os recursos hídricos.


Para evitar estas questões, o relatório recomenda a aplicação de regras rígidas sobre onde e como as plantações podem ser efectuadas, com o objectivo de salvaguardar o que resta da floresta e savana nessas zonas.


O relatório apela à criação de uma nova rede de áreas protegidas onde a cana-de-açúcar está em forte expansão, como na savana brasileira, conhecida por Cerrado, que é considerada uma das mais importantes áreas cruciais para a biodiversidade a nível mundial.


No evento, que teve lugar em São Paulo, onde o relatório foi apresentado ao público e aos jornalistas, um especialista em agricultura alegou que o relatório subestimava os impactos indirectos que a expansão do etanol pode ter, como o desalojar de culturas alimentares como a carne ou a soja, e a pressão acrescida sobre a bacia do Amazonas.


Fonte: Simbiotica


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