Romênia diz não a milho transgênico

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A Romênia decidiu que vai banir do país o plantio e a comercialização do milho transgênico MON 810, da Monsanto, por conta de inúmeras evidências científicas que apontam o produto como danoso à saúde humana e ao meio ambiente. É o oitavo país europeu a tomar essa decisão, seguindo os passos da França, Suíça, Áustria, Grécia, Itália, Hungria e Polônia.

Detalhe: esse milho MON 810 é o mesmo que foi aprovado recentemente no Brasil pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e autorizado pelo Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), que conta com a participação de 11 ministérios. No CNBS, a aprovação do MON 810 foi rejeitada pelos ministérios da Saúde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário - ou seja, o tal milho será plantado e comercializado no Brasil, apesar do voto contrário dos órgãos governamentais que cuidam de nossa saúde, do meio ambiente e do desenvolvimento agrário. Os votos favoráveis vieram dos ministérios da Agricultura, Ciência e Tecnologia, Indústria e Comércio, Relações Exteriores - todos intimamente ligados à defesa do saldo de nossa balança comercial, que tem como motor o agronegócio. Para esse pessoal, o lucro vem sempre à frente de detalhes como saúde e meio ambiente.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no entanto, já mandou avisar: só dará o registro necessário para que produtos feitos com esse milho sejam comercializados no Brasil se a empresa responsável (Monsanto, no caso) conseguir comprovar sua segurança. Como a empresa nunca apresentou estudo algum desse tipo, o MON 810 não terá vida fácil por aqui. Ainda bem!

O que me deixa com a pulga atrás da orelha é o fato da imprensa brasileira praticamente ignorar essas informações. Foi assim quando a França, maior país agrícola europeu, decidiu também congelar suas plantações de milho transgênico até que se comprove sua segurança. Foi assim também em relação ao livro e ao documentário francês recém lançado que revelam os podres da Monsanto. Silêncio constrangedor. Não deverá ser diferente em relação à decisão romena. Destaque eles só dão quando quem fala é a indústria. Triste, mas verdade. Desafio um jornalista que cobre o assunto vir aqui e mostrar que não é assim. A blindagem é forte. Mas ainda temos a internet. Lutemos, pois!

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