Alimentação viva: busca de qualidade de vida e mais energia

Comida viva

Alimentação viva: busca de qualidade de vida e mais energia
Uma alimentação que inclua hortaliças, frutas, nozes, algas marinhas, legumes crus (ou cozidos a uma temperatura inferior a 40ºC) e na qual não pode faltar, principalmente, grãos germinados (girassol, aveia, trigo, linhaça, soja, centeio, gergelim, entre outros) é novidade para muita gente, mas já vem conquistando adeptos mundo afora. Pessoas que querem uma vida mais saudável proporcionada por uma dieta leve e rica em energia estão aderindo à alimentação viva.
Esse novo conceito de dieta, segundo Tiana Rodrigues, sócia do restaurante Universo Orgânico, no Leblon, no Rio de Janeiro, cidade onde a tendência é mais forte no Brasil, explica que a base da comida viva é manter intactas as enzimas dos alimentos, chamados de “vivos”. “Quando o alimento é preparado a uma temperatura acima de 40ºC as enzimas são destruídas. Quanto mais enzimas o alimento tiver, melhor será o aproveitamento dos nutrientes pelo organismo e mais fácil será a digestão. Conservadas as energias dos alimentos, a pessoa não precisa usar a sua para digeri-lo. Todo o corpo fica muito melhor”, conta, acrescentando que o termo e o conceito de comida viva, criados pela médica Ann Wigmore (1909-1994), ganharam força nos Estados Unidos há cerca de 15 anos.

Alimentos orgânicos, frescos, da estação e que não sejam industrializados devem constituir a dieta da alimentação viva. Glúten, laticínios, açúcares e sais industrializados, por outro lado, são os grandes vilões. Mas as mudanças na alimentação não devem ser radicais. Segundo Rodrigues, as adaptações devem ocorrer gradativamente. “Não recomendo que seja imediatamente. Deve ser um processo de transição, pois o corpo ainda não está acostumado. Os alimentos devem ser retirados da alimentação aos poucos. O açúcar industrializado deve ser substituído, passando, por exemplo, pelo açúcar mascavo até chegar ao mel”, diz.

Mariana Soares, 32 anos, moradora de Copacabana, no Rio de Janeiro, conta que procurou uma melhor qualidade de vida para o dia-a-dia nessa forma de alimentação. A professora de ioga e arteterapeuta, que não come carne vermelha há mais de 12 anos e aos poucos foi cortando as brancas da dieta, descobriu a comida viva em 2004. “Minha motivação foi mesmo o interesse por saúde e disposição. Dou aulas de ioga diariamente, pela manhã e à noite, se não fosse pela comida viva, não teria tanta disposição para dar aulas e ainda pedalar de um lugar para o outro”, diz.

Um dos novos hábitos de Soares ao aderir ao novo tipo de alimentação foi passar a consumir diariamente um copo do suco luz do sol. A bebida reúne os seguintes ingredientes: maçã orgânica; pepino, folhas de couve ou outra hortaliça rica em clorofila; hortelã, capim limão ou erva cidreira; grãos germinados e raiz (gengibre, cenoura, etc.) e legumes (batata doce, inhame, etc.). Nas demais refeições, ela inclui alimentos orgânicos, sementes germinadas e brotos, verduras e legumes crus.

Mas a dieta de Soares não se baseia somente nos conceitos da alimentação viva. “Minha dieta mudou muito, mas eu ainda sinto falta de arroz integral e pão sem fermento, mas com farinha integral. Antes comia muito feijão, arroz e legumes em forma de purês e suflês. Hoje minha alimentação é muito mais rica em variedade e qualidade. No almoço como até tofu, soja, arroz integral, mas sempre com sementes germinadas, mas há muita gente que só come comida viva”, conta.

A professora adjunta do Departamento de Nutrição e Dietética da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Wilza Peres, afirma que não há estudos científicos que comprovem os efeitos da alimentação viva, mas que os bons resultados podem ser percebidos. “Os grãos germinados são ricos em sais minerais e vitaminas. Nessa fase inicial, os alimentos concentram muitos nutrientes que participam da obtenção de energia. As pessoas ficam bem dispostas e revigoradas”, afirma.

Segundo Peres, os grãos germinados podem ser incluídos na alimentação, não sendo necessária a substituição da dieta tradicional. “Esses alimentos podem ser adicionados a saladas, por exemplo, como uma maneira de enriquecer o cardápio. As sementes podem ser ingeridas tanto germinadas quanto na forma que se encontra nas lojas”, diz, acrescentando que é preciso ter cuidado com o cozimento dos vegetais. “O ideal é cozinhar a vapor, que tem menor perda de nutrientes”, explica.

Fonte: Previ

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