SUMO/SUCO DE MELANCIA PODE CONSTITUIR NOVA FONTE DE ARGININA


Nutrition, 2007, 23: 261-266.
GAAFN


A arginina é um aminoácido essencial, percursor do óxido nítrico, que tem sido associado à redução da pressão arterial, redução da coagulação sanguínea e protecção contra enfarte do miocárdio e ataque cardíaco. O sumo de melancia é uma fonte deste percursor metabólico da arginina.

Os investigadores revelaram que os níveis sanguíneos de arginina aumentaram 22% após 3 semanas de consumo de sumo de melancia em todas as refeições.

“Alguns estudos têm demonstrado que doses orais elevadas de arginina estão associadas a náusea, desconforto gastrointestinal e diarreia em humanos. Uma solução para este problema potencialmente severo pode ser o uso alternativo de L-citrulina, um percursor eficaz para a síntese de arginina”, explicou a autora principal Julie Collins.

De facto, a L-citrulina é um aminoácido neutro, ou seja, não compete com os aminoácidos básicos pelo transporte celular. A conversão de L-citrulina em arginina consome amónia, pelo que este aminoácido pode ser útil para pessoas com níveis elevados de amónia ou problemas de transporte de arginina, encontrados em pessoas com stress ou infecção.

Os investigadores recrutaram entre 12 a 23 voluntários saudáveis por grupo de intervenção: consumo de 0,780 e 1560g de sumo de melancia por dia, com teor diário de L-citrulina de 0,1 e 2g/dia, respectivamente, durante 3 semanas.

Após a intervenção, os investigadores verificaram que os níveis sanguíneos de arginina em jejum aumentaram 11 e 22% nas intervenções de baixa e elevada dose de sumo, respectivamente. Os níveis de ornitina, um produto do catabolismo da arginina, revelaram também um aumento de 18% no grupo que consumiu a dose elevada de sumo de melancia, após as 3 semanas.

“Dado que a intervenção com sumo de melancia não se prolongou para além das 3 semanas, não sabemos se os níveis de arginina estabilizaram às 3 semanas ou se teriam continuado a aumentar com uma administração prolongada”, afirmaram os investigadores.

“No nosso estudo, verificámos que as concentrações plasmáticas dos outros aminoácidos (essenciais e não-essenciais) não foram afectadas pelo consumo reduzido ou elevado de sumo de melancia (...) Estes resultados indicam que a citrulina da melancia é efectivamente convertida em arginina e desempenha um potencial papel na exploração dos efeitos dietéticos da melancia na regulação do metabolismo de substratos energéticos, melhorando as funções cardiovasculares e imunológicas e prevenindo o aumento do stress oxidativo a nível dos tecidos relacionado com a idade”, concluíram os investigadores.

A melancia é, também, uma fonte de licopeno, um carotenóide que tem sido fortemente associado a melhorias a nível da saúde cardíaca e redução dos riscos para uma série de neoplasias.

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