Abraços para evitar conflitos


Os macacos-aranha utilizam um ritual de abraços, 'beijos' faciais e cheiradelas aos sovacos no início de uma reunião de grupo, presumivelmente para evitar que a situação desencadeie comportamentos agressivos.

Os macacos-aranha vivem em grupos numerosos que frequentemente se subdividem e voltam a reunir. Mesmo entre macacos que se conhecem, estas reuniões podem, no entanto, ser cheias de tensão e incerteza acerca das reacções dos outros, o que pode facilmente desencadear agressões.

"Os abraços são usados para tentar evitar alguma dessa incerteza entre grupos e para que se possa retomar rapidamente a actividade diária", explica o líder do estudo, o primatólogo Filippo Aureli da Universidade John Moores de Liverpool. "Apesar dos abraços apenas durarem um momento, aceleram todo o processo."

Aureli notou que os macacos que se abraçam raramente se tornam beligerantes uns com os outros ou com outros macacos durante o período de fusão dos grupos.

O estudo baseia-se nas observações de macacos-aranha Ateles geoffroyi selvagens na floresta mexicana da Península do Yucatán e foi publicado na última edição da revista Biology Letters.

Grupos que se separam e voltam a reunir regularmente podem ser muito exclusivos e pouco abertos a estranhos, o que vulgarmente é causa de conflitos nas reuniões, descobriu o estudo.

"Os indivíduos podem afastar-se para evitar conflitos acerca de recursos como alimentos ou acerca da tomada de decisões sobre para onde se o grupo deve deslocar-se de seguida", diz Aureli. Mas eventualmente os macacos terão que se reunir para defender a área contra invasores ou para se proteger de predadores.

Fonte: News of the Wild

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