Homem tem faro tão apurado como outros mamíferos

Homem tem faro tão apurado como outros mamíferos


Humanos têm um faro tão eficaz como cães, indica estudo publicado na revista científica Nature Neuroscience. Cientistas defendem que Homem perdeu a prática de farejar ao tornar-se bípede, há muitos milhares de anos atrás.




Quando comparados com outros mamíferos, como o cão ou o rato, normalmente, atribui-se ao Homem uma fraca capacidade de olfacto. Ao que parece esta ideia generalizada não tem sustentabilidade, já que um estudo científico desenvolvido por investigadores da Universidade da Califórnia, Berkeley, nos EUA, indica que o Homem consegue farejar odores de forma tão eficaz como outros animais.

O estudo, publicado na edição de 17 de Dezembro da revista científica Nature Neuroscience, revela que «os humanos conseguem seguir o cheiro; melhoram com a prática; as amostras das narinas humanas têm distintas regiões espaciais separadas por aproximadamente 3,5 centímetros e, essencialmente, o seguimento do odor é ajudado por comparações entre as narinas».

Os cientistas norte-americanos chegaram a esta conclusão ao submeter um grupo de 32 estudantes universitários a um teste, no mínimo, insólito. Os especialistas mergulharam uma corda de 10 metros em essência de chocolate e estenderam-na num campo de relva em duas linhas rectas. De seguida vendaram os olhos dos indivíduos e bloquearam todos os outros sentidos com protectores para os ouvidos, joalheiras e luvas sólidas.

Os estudantes foram largados no campo de relva para que, de gatas (sobre as mãos e os joelhos), seguissem a pista do odor da essência de chocolate. Os resultados do estudo sugerem que dois terços dos indivíduos vaguearam no campo em zig zag, para a frente e para trás, à semelhança de um cão.

A experiência foi executada ao longo de vários dias e os cientistas indicam que, com o tempo, os humanos aprenderam a seguir o rasto do odor mais rapidamente e sem se afastarem tanto do alvo. Para além disso, referem que à semelhança dos caninos também os humanos ‘snifam’ várias lufadas de ar para detectar um odor.

A certa altura da experiência, os especialistas bloquearam uma das narinas aos estudantes para compreender como estes seguiam o rasto do odor e indicam que as narinas funcionam como o efeito stereo, já que os resultados não foram tão positivos.

«Estes resultados revelam mecanismos fundamentais de perseguição do cheiro e sugerem que a má reputação do olfacto humano pode reflectir, em parte, características comportamentais mais do que capacidades», referem os cientistas na revista Nature Neuroscience.

Os cientistas revelam que, provavelmente, os humanos perderam a capacidade de farejar a partir do momento em que começaram a andar de pé e longe do chão. Para além disso, a realidade é que o Homem apresenta menos receptores olfactivos comparativamente a outros animais, mas compensa esta diminuição com as capacidades cerebrais.

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